No retorno do Cruzeiro ao Mineirão, houve festa por parte da torcida, provocações com direita a bandeira do San Lorenzo (principal rival do adversário argentino) estendida na arquibancada e crença em um bom resultado na noite nesta terça-feira (04). Mas a euforia não se transformou em gritos de gol. Falhando pelas suas próprias pernas, a equipe celeste cansou de despediçar oportunidades e não saiu do 0 a 0 contra o Huracán, em partida válida pela segunda rodada da Taça Libertadores.

Com o empate, o Cruzeiro mantém-se na terceira colocação, com apenas dois pontos em duas rodadas. Já o Huracán, que deixou o gramado comemorando o resultado, está em segunda, na zona de classificação, mas com a mesma pontuação do rival mineiro. O próximo compromisso da equipe celeste está marcado para o dia 19, onde tem pela frente o Mineiros, no CTE Cachamay. Já o Globo medirá forças contra o Universitário Sucre, dia 10, no Olímpico Patria.

Grupo 3 PONTOS JOGOS
Universidade Sucre 4 2
Huracán 2 2
Cruzeiro 2 2
Mineros 1 2

Cruzeiro domina, mas esbarra na catimba argentina

No ano anterior da Copa Libertadores, o Cruzeiro deu adeus ao sonho do título após ser eliminado pelo San Lorenzo. Na edição 2015, quis o destino que o adversário da estreia celeste no torneio fosse o principal rival do seu algoz. Recém-promovido à Série A do Campeonato Argentino, o Huracán entrou em campo no Mineirão buscando catimbar, sabendo da enorme diferença entre os elencos, mas não obteve grande sucesso.

Logos nos primeiros minutos, De Arrascaeta tabela com Marquinhos, em posição para rolar a Damião empurrar para as redes. Aos três minutos, a primeira explosão de alegria, mas havia sido marcado impedimento no lance. A pressão seguinte continuo passando pelos pés do argentino, que assustou em outras duas oportunidades. Aos 7, aproveitando cruzando de Mena, cabeceando próximo a trave esquerda. Também aos 13, onde acertou um lindo voleio após cruzamento de Willian, mas sem direção.

A resposta do Huracán veio apenas aos 23 minutos. Em um respiro de criatividade, Balbi abre espaço com um belo drible marcado por Willians e Henrique, avança e cruza na cabeça de Abila, que aproveitou a falha de Léo para cabecear por cima. O dito respiro não desafogou, apenas serviu para aumentar a intensidade do Cruzeiro. O goleiro Giordano agradeceu a todos da defesa pelo gol evitado aos 31 minutos. Após cruzamento de Marquinhos, o arqueiro operou excelente defesa em cabeçada de Leandro Damião, cedendo rebote para Henrique e De Arrascaeta finalizarem em cima da defesa.

O susto serviu para provocar cera por parte do Globo. Acudido, o mesmo Giordano foi ao chão aos 40 do segundo tempo e preciso de atendimento médico. Levou quatro minutos para se recuperar, com direto a pedido de aquecimento do arqueiro reserva. Inteiro e recomposto, sua catimba deu certo em vista que a partida caiu de temperatura. O último lance de perigo da primeira etapa veio dos pés de Marquinhos, em uma falta mal cobrada na entrada da área. Primeiro tempo encerrado sem gols.

Judivan desperdiça a melhor chance da partida

O segundo tempo marcou o retorno de Alisson no Cruzeiro. Entrando no lugar de Willian, seria o responsável pelo desafogo e pelos contra-ataques, mas seja qual foi a estrategia pensada por Marcelo Oliveira, não obteve sucesso. Se o Huracán deixava espaços na marcação durante os 45 minutos iniciais, o mesmo não aconteceu na fase final. Marcando com 11 jogadores atrás da linha de meio-campo, os comandados celeste pouco conseguiram criar, jogando todas as suas fichas em cruzamentos para a grande área.

Mayke e Mena cruzavam de qualquer área do campo visando Leandro Damião, que só conseguiu assustar o goleiro Giordona em uma oportunidade, na única onde venceu os zagueiros argentinos e cabeceou próximo ao poste esquerdo. No mais, apenas rebatidas e poucas chances criadas. Por outro lado, o Globo encaminhava rápidos contra-ataque e por pouco não abriu o marcador com Montenegro. Em chute de fora da área do meia, a bola desviou em Paulo André e saiu por cima do gol de Fábio.

Tal retranca era tanta que Marcelo Oliveira optou por colocar mais uma referência dentro da grande área, promovendo a entrada de Henrique Dourado no lugar de seu xará Henrique. O panorama não mudou, mas o Cruzeiro passou a arriscar de outras formas. Em uma dessas, Leandro Damião finalizou de fora da área, encobrindo o Giordano, em tempo de ver a bola explodindo no travessão. Na sequencia, Alisson acertou o drible e bateu cruzado, no bico da grande área, mas nas mãos do arqueiro argentino. Cada vez menos afoito nos contra-ataques, o Globo voltou a surpreender apenas aos 39, em chute de Gamarra pela meia esquerda, raspando a meta.

A última e mais clara chance do Cruzeiro em toda partida veio aos 43 minutos do segundo tempo. Após tabela com Leandro Damião, Judivan matou no peito e recebeu de frente para o gol, precisando apenas empurrar para as redes. Mas o meia optou pela afobação e bateu cruzado, raspando a trave, mas sem tirar o grito de gol dos presentes do Mineirão. Pelo contrário, quem quase definiu o marcador logo em seguido foi o Hurácan, mas Montenegro cobrou mal, na barreira. Sem pontaria, a partida terminou em 0 a 0 com direito a vaias por parte da torcida celeste.