Abrindo a quarta rodada do Campeonato Brasileiro, Cruzeiro e América-MG duelaram no Mineirão, neste sábado. As duas equipes empataram por 1 a 1 com gols de Arrascaeta para os donos da casa e Victor Rangel para o Coelho. Com dois pontos conquistados em 12 disputados, as equipes mineiras seguem na zona de rebaixamento.

Em seu terceiro jogo no comando do Cruzeiro, Paulo Bento continua sem conquistar sua primeira vitória. Um dos pontos mais evidentes da forma com que a equipe treinada pelo português vem atuando, é a alta porcentagem de posse de bola, um número grande de finalizações, mas a dificuldade de converter isso em gols. Situação essa que aconteceu novamente, no clássico, tudo observado pelo treinador português.

“Creio que fomos melhores, tivemos mais oportunidades de gol, que eram suficientes para ganharmos, mas acabamos por tomar mais uma vez um gol e ficarmos em desvantagem. Acho que não foi um resultado justo, apesar de não termos tido momentos tão bons neste jogo como tivemos nos jogos contra o Figueirense e o Santa Cruz”, destacou o profissional.

No final do jogo, Paulo Bento se envolveu em uma discussão com o treinador do América, Givanildo Oliveira, depois de reclamar com o quarto árbitro, Igor Benevenuto, sobre o tempo de acréscimo dado pelo árbitro. Minutos antes, o português havia alertado seus jogadores para que não devolvessem a bola para o América, em lance de fair-play. Os dois comandantes foram expulsos.

“A confusão não foi com ninguém em especial, até porque não quero confusão com ninguém. Apenas acho que o futebol deve ser um jogo valorizado pela forma objetiva, isso é o que tento fazer, que meus jogadores joguem de uma forma objetiva, que tentem aproveitar da melhor maneira possível todo o tempo que existe no jogo, até termos um jogo com o maior tempo útil possível”, afirmou Paulo Bento, que acreditou que o lance em que o jogador do América caiu no chão foi para interromper a partida de forma desnecessária.

De maneira contundente, Paulo Bento afirmou que a partir de agora vai orientar a sua equipe a não devolver a bola e nem quer que a devolvam para o Cruzeiro.

“Eu não disse hoje, e nunca disse numa carreira que é curta ainda, para um jogador meu queimar tempo, se jogar no chão. A única coisa que quero deixar bem claro, é que a partir de agora, por uma questão de filosofia, inclusive iremos comunicar também aos jogadores e para que todos os nossos adversários possam saber, que a equipe do Cruzeiro não colocará a bola para fora. E se a colocar, não pretendemos que nos devolvam. O árbitro está lá para isso, é ele quem tem que apitar, que avisar, é o árbitro que tem que parar o jogo. O que nós queremos, aqui, é jogar futebol”, disse o técnico.

O treinador celeste entende o momento complicado que sua equipe vem enfrentando, em seu início de trabalho e já quer mirar o próximo jogo: "Contra números não se pode ir, contra fatos não há muitos argumentos. A verdade é que em 12 pontos possíveis, temos dois pontos conquistados apenas, e o grande objetivo é tentar pensar no próximo jogo, tentar conquistar pontos, sair dessa zona de rebaixamento o mais rápido possível", afirmou.

Em busca da primeira vitória na competição, o Cruzeiro vai até Brasília, na quarta-feira (1º), para  enfrentar o Botafogo, às 21h45min, no Estádio Mané Garrincha. Já o América recebe a Ponte Preta, na quinta-feira (2), às 19h30min, no Estádio Independência.

Clássico termina empatado e com os dois técnicos expulsos

Assim como na derrota para o Santa Cruz na terceira rodada, o Cruzeiro teve mais posse de bola, mas foi castigado pela ineficiência ofensiva. Aos 28min do primeiro tempo, Hélder aproveitou o rebote da zaga celeste e lançou a bola na área, aproveitada por Victor Rangel, que abriu o placar para o América em uma bela finalização.

No segundo tempo, a Raposa manteve maior posse de bola que o Coelho, mas não encontrava o caminho do gol. Pressionada pelo resultado desfavorável em casa, a equipe celeste chegou ao empate com Arrascaeta, aos 36min, após cruzamento do estreante, Robinho, que entrou no segundo tempo. O uruguaio finalizou de primeira, sem chances para o goleiro João Ricardo.

Nos minutos finais do jogo, os técnicos Paulo Bento e Givanildo Oliveira foram expulsos. Eles discutiram depois que o técnico celeste reclamou pelo tempo de acréscimo dado pela arbitragem e minutos antes tinha pedido para que seus jogadores não devolvessem a bola ao América num lance de fair-play.

O clássico contou com a estreia de três jogadores. O meia Robinho, que chegou à Raposa no fim do mês de abril, em uma negociação com o Palmeiras, estava se recuperando de um edema na coxa direita, e ainda não tinha atuado com a camisa celeste. A outra novidade foi a reestreia do atacante Riascos, que voltou ao Cruzeiro após uma boa passagem pelo Vasco, onde marcou 17 gols em 49 jogos. Em sua primeira estada na Raposa, o atacante atuou em cinco jogos, não marcando em nenhum. No América, a novidade ficou por conta do volante Juninho, emprestado ao Coelho pelo Atlético-PR.