Historicamente, o Cruzeiro sempre chamou de casa o Mineirão. Mas desde que o estádio passou a ser administrado pela Minas Arena, o clube não vê mais o Gigante da Pampulha com bons olhos. E por isso, o clube vem travando uma batalha judicial contra a administradora. E a história ganhou novo capítulo esta semana. A Justiça voltou a negar o pedido do Cruzeiro de rescisão antecipada do contrato com a administradora do estádio. A 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) considerou que não há elementos no processo que justifiquem o rompimento. O processo, contudo, segue tramitando na justiça.

A decisão foi dada pela desembargadora titular no caso, Mariângela Meyer. No fim de junho, a mesma desembargadora já havia negado o pedido de rompimento de contrato. O advogado do clube, Fabiano de Oliveira, confirmou a decisão e disse que o processo continua seu trâmite normal. Desde maio o clube vem mostrando descontentamento e solicitou a rescisão do contrato de fidelidade que tem com a empresa. O pedido foi protocolado na 32ª Vara Cível de Belo Horizonte e tem como justificativa a falta do cumprimento de cláusulas no contrato entre as partes firmado há três anos. A Minas Arena na ocasião informou, por meio de nota oficial, que cumpre todas as cláusulas do acordo e que o Cruzeiro tem dívidas com a concessionária.

Já Cruzeiro afirma que a administradora manipulou informações referentes às despesas com realização das partidas, comercializou ingressos com preço inferior ao delimitado, deixou de disponibilizar ao Cruzeiro a quantidade de 54.201 bilhetes por jogo, mudou a data de partidas devido a eventos musicais que revertiam lucro apenas à empresa e ofereceu condições mais vantajosas, em julho de 2013, ao Atlético-MG, tais como a totalidade das receitas auferidas com o estacionamento e bares do complexo.

O presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, em entrevista a uma rádio mineira, explicou como está essa batalha contra a concessionária do estádio: “Pelo edital de licitação do Mineirão, todo clube pode exigir o mesmo contrato do Cruzeiro. Mas o Cruzeiro, para ter esses direitos, fez um contrato de fidelidade. O Cruzeiro é obrigado a jogar só no Mineirão, a não em ocasiões como a Olimpíada em que não pôde atuar lá. A Minas Arena concorda que o Cruzeiro não tem essa obrigação mais. E o que está pendente, ficará na Justiça, quem deve mais que o outro”, explicou Gilvan.