No ínicio desta terça-feira (26), o ex-técnico do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo, falou em coletiva sobre sua quarta passagem pela equipe. A entrevista foi em tom crítico à diretoria atual, queixando de falta de investimento no CT, pouca autonomia nas decisões do futebol e intromissão do conselho gestor, onde segundo ele, ninguém entende nada de futebol. O único membro da diretoria de futebol que Luxemburgo isentou de críticas foi Rodrigo Caetano, diretor executivo. Com Vanderlei deixaram também o clube o auxiliar Deivid e o preparador físico Antônio Mello.

Sua demissão, segundo palavras do próprio, causou estranheza. "Estou surpreso porque há 20 dias, quando tive sondagem do São Paulo, e não foi um contato oficioso, mas sim oficial, o presidente do Fla disse que eu era fundamental. Como é que mudou três semanas depois? Isso me causa uma surpresa muito grande. O Flamengo fala muito de projeto, de gestão, então como é que fica a situação do profissional, que passa por momentos difíceis? O presidente disse que eu era fundamental. Vai ver era um projeto de 20 dias", comentou.

Falando sobre quem comanda o futebol do clube, Luxa utilizou palavras duras. "O grupo gestor não entende absolutamente nada de futebol. O Rodrigo Caetano está de mãos atadas, porque o conselho gestor não sabe nada de futebol. Nós, eu e o Rodrigo Caetano, contratados, não somos ouvidos. Podem até ser competentes nas suas empresas mas esse grupo veta tudo", disse, visilmente desconfortável com a política de austeridade financeira e dificuldade para contratar jogadores. Ainda na linha de contratações, Luxa falou que participou dos contatos com Robinho: Participei sempre, ajudando e tentando fazer com que a coisa ficasse melhor. Eu telefonei para o Robinho umas dez vezes, porque eu sabia que isso poderia ajudar para ele chegar", afirmou.

Para Luxemburgo, o Centro de Treinamento Ninho do Urubu continua da mesma maneira de sua terceira passagem. "O Flamengo tem melhor CT do Rio, mas acanhado demais para quem quer tocar futebol. O CT é o mesmo desde a Patricia. Vamos todos os dias lá, e o Conselho Gestor deveria ir lá e ver como funciona. Os jogadores se uniram agora para comprar uma borracha e colocar no vestiário."

Os jogadores ainda foram tema de outra declaração importante sobre o relaciomento e potencial do grupo.  "O grupo é sensacional, muito bom, mas faltam dois jogadores para chamar a responsabilidade. Senão ficam só bons coadjuvantes. Montamos elenco bastante versátil. Aí o presidente disse que eu era fundamental para o projeto. Faltavam dois jogadores para dar mais peso. A hora que o Flamengo colocar esse peso de contratação, o elenco cresce. Futebol é assim", encerrou.