O confronto enfre Flamengo e Palmeiras foi visto como o mais importante da temporada para os dois times até aqui. Separados por um ponto na tabela, as equipes tiveram duelo difícil nesta quata-feira (14) e, com um a menos desde o primeiro tempo, o rubro-negro segurou o avdersário e até saiu na frente, levando o empate aos 30 minutos do segundo tempo. O jogo, disputado no Allianz Parque com torcida única, terminou em 1 a 1.

Para o treinador Zé Ricardo, o empate deve ser celebrado, principalmente pelo contexto do jogo. "Acho que toda expectativa que foi criada para o jogo de hoje foi correspondida. Infelizmente não terminou como a gente queria, porque o ideal era terminar o jogo com os 11 em campo. Tivemos que adotar estratégia que cabia no momento, jogamos quase 50 minutos ou mais um pouco sem um atleta. A gente tem que comemorar sim o resultado. Uma partida de quem quer chegar longe na competição. Os atletas foram fantásticos, só tenho que parabenizá-los pelo esforço que fizeram", comentou.

Márcio Araújo foi expulso ainda no primeir tempo após sequência de faltas, o que gerou muita polêmica pela arbitragem. Após a perda de seu jogador, Zé Ricardo ousou e tirou Diego, referência no meio-campo.

"Diego vinha de desgate muito grande de cinco a seis partidas, até mais do que esperado nesse reinício no futebol brasileiro. A ideia era segurar um pouco ele contra o Vitória, mas hoje ele estava com muita vontade de jogar. Mas com um a menos a gente precisava reforçar os dois lados e também fechar por dentro, mas mantendo as saídas em velocidade pelos lados. Com Diego poderia ter mais posse de bola, mas faltava muito tempo de jogo ainda, poderíamos expor ele. Preferi apostar no Cuellar, que tem boa pegada e encosta no Arão. O Everton tem boa pegada, ele encostou no Arão e poderia distribuir bem o jogo. Acho que deu certo, a gente conseguiu proteger bem a defesa. O Réver e o Vaz tiveram postura maravilhosa hoje. Foi um pensamento tático", explicou o treinador.

Ainda sobre a expulsão, Zé Ricardo falou da pressão sobre o jogador: "Foi o conjunto da obra né. Havia pressão em cima da arbitragem, em cima do árbitro, da própria torcida, do banco do Palmeiras pressionando para que houvesse cartão. A gente entendia que dava para segurar até o intervalo. Faltava cinco ou seis minutos. Infelizmente a falta aconteceu, isso não tem o que fazer comentário. Se foi falta ou não para cartão, o juiz avaliou que era para cartão. Infelizmente perdemos jogador de contenção que estava fazendo também bom trabalho de distribuição de jogo. Essas coisas acontecem. Temos que estar preparados para jogar em inferioridade também".

"Não tenho nenhum tipo de comentário. O árbitro estava próximo ao lance, Márcio já tinha cartão, estava até no pensamento de tirá-lo no intervalo, mas infelizmente não deu tempo, a expulsão veio antes", completou.

Quem colocou o Flamengo na frente foi Alan Patrick, que entrou no segundo tempo e, em seu primeiro toque na bola, pegou a defesa desatenta e mandou o chute no fundo da rede. "Acho que foi questão circunstancial. O Alan ia jogar do lado contrário de onde ele fez o gol, mas naquele momento, como o Alan estava entrando, a gente pede para o jogador, no caso o Everton, encostasse do outro lado para que não perdêssemos tempo algum. Se a bola fosse do adversário a gente não teria deixado espaço. Ali ele aproveitou a bola que sobrou para ele. Atleta que demonstra vontade muito grande no dia a dia, um jogador extremamente técnico e ele vai ser muito importante para a gente ainda nessa caminhada", elogiou o técnico.

"Foi uma grande partida, havia grandes ingredientes para isso. Infelizmente a expulsão aconteceu e a gente ficou muito tempo exposto, o que gera um desgaste físico imenso. Neste momento tem que ter solidariedade muito grande, o momento era de superação e eles conseguiram fazer isso. Ainda conseguimos ter oportunidade no contra-ataque, no início até a metade do segundo tempo. Depois, a parte física pesou e a gente não conseguiu ter opções de ataque. Poderíamos até ter vencido a partida, pois tivemos duas chances de gol. O Palmeiras, apesar de toda a força, toda a volúpia, as principais oportunidades vieram ou de faltas ou de escanteio ou de laterais. Eles têm índice muito grande de gol dessa maneira e foi num rebote de uma dessas situações que o Gabriel empatou. Mas saio feliz e satisfeito. Jogar aqui não é fácil, nunca foi. Ficamos próximos do Palmeiras e no bloco de cima, que é importantíssimo. Seguimos firmes na caminhada", comentou Zé Ricardo.

Zé Ricardo finalizou a entrevista pós-jogo elogiando a equipe mais uma vez: "Vínhamos dizendo que não seria decisivo, mas tinha que colocar ingredientes de partida decisiva. Fizemos isso. Os atletas numa solidariedade muito grande na parte tática, muito atentos e concentrados em cada momento da partida. Isso facilitou para que ficássemos próximos e tivéssemos oportunidades de contra-ataque. Infelizmente eles tiveram a chance na bola parada e a bola, no rebote, chegou nos pés do Gabriel Jesus, que é um jogador diferente. Mas somamos um ponto. Acho que a gente não perde dois pontos, mas somamos um ponto. Esse ponto é muito importante, vai estar forte para a reta final da competição".