Após o protesto de Fred e a pressão interna entre diferentes grupos políticos, a diretoria do Fluminense se rendeu e cortou os gastos com ajudas às torcidas organizadas do clube. Tradição do Tricolor há decadas, a partir desta terça-feira (15), toda ajuda às organizadas estão cortadas. Em três anos, foram R$3.887, 057,40 entre ingressos, ajuda de custo e viagens, inclusive com pagamento de passagens aéreas. O Conselho Deliberativo se reunirá em maio e pode alterar a decisão da diretoria do clube, que divulgou uma nota no site oficial com o comunicado do corte. O clube ainda informou que não fornecerá mais cortesias a membros do Deliberativo, Fiscal e Diretor.

Na noite desta segunda-feira, a cúpula do Fluminense se reuniu, e o presidente Peter Siemsen tratou do assunto com seus vice-presidentes. Não houve resistência na decisão do mandatário. Este foi o segundo ato de uma mudança que se iniciou no começo do ano. O clube já tinha um acordo com as torcidas organizadas de que só iria ceder 1,2 mil ingressos para os jogos com mando de campo do Fluminense. Porém, as ajudas de custo prosseguiram. Em janeiro e fevereiro, o valor chegou à R$70 mil. 

Os episódios recentes de protestos e ameaças à jogadores serviram para rever a relação. Os números vieram à tona com a divulgação de um levantamento do dinheiro destinado às organizadas de janeiro de 2011 a fevereiro de 2014. No último dia 10, na goleada por 5 a 1 sobre o Horizonte, a ajuda foi reduzida para 400 ingressos.

O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, sofreu pressão de grupos políticos, especialmente da FluSócio - grupo que o apoiou nas duas eleições, e que tem poder de voto. A relação com a atual diretoria tricolor começa a ficar rachada.

Confira o comunicado oficial:

"Em reunião do Conselho Diretor realizada na noite desta segunda-feira, 14, a diretoria do Fluminense Football Club decidiu, com base nos eventos ocorridos na relação do clube com as torcidas organizadas, que não concederá mais ingressos e nem ajuda em viagens para as mesmas. Além disso, o clube passa a não fornecer cortesias para o Conselho Deliberativo, Fiscal e Diretor. As decisões, aprovadas por unanimidade no Conselho Diretor, passaram a valer imediatamente após a reunião.

O clube já vinha estudando a hipótese. Além disso, a medida ainda faz parte da política de redução de custos do clube. O Conselho Deliberativo será consultado para a homologação da decisão."