Você voltou. Você esteve conosco lá na segunda. E na terceira também.

Mesmo em tempos inexplicáveis, com alternantes vitórias e derrotas para adversários ainda mais exóticos e folclóricos, o que nunca lhe faltou com esta camisa, que com os braços abertos tal qual o Redentor te dá boas-vindas, foi disposição e suor.

Você retorna quando talvez aquilo pelo que essa torcida mais se encontra sedenta é ver os jogadores terem a camisa tricolor como sua segunda pele, com raça a cada lance e sem contornos de fidalguia excessiva.

Não somos mais aquele time tão técnico quanto outrora. Você talvez também não, mas não importa: vem pra ser mais um operário nesta linha de produção que tão bem conhece.

Não tente disfarçar ou ser modesto: dessa benção de fazer gols você entende tanto em produto final quanto nas etapas para se alcançar este triunfo. Não se chega ao sabor do vento a mais de 400 gols em uma carreira.

Nelson Rodrigues certa vez nos disse e hoje, ao te ver vestindo a camisa que, no fim, jamais tirou, nos diria de novo: “Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para seu passado. A história tricolor traz a predestinação à glória”.  Se hoje olharmos para as páginas tricolores de alguns anos atrás, veremos você. Te veremos na lista dos maiores artilheiros da história tricolor, na qual certamente vai subir mais alguns níveis e, se a glória se reflete no futuro na lógica rodrigueana, podemos já te imaginar com o largo sorriso que sempre o caracterizou comemorando títulos e vitórias com seus companheiros.

Os gritos de seu nome, como em outrora, ecoarão no remodelado Maracanã. O tempo passa e nem o Mário Filho é o mesmo. Este caiu por forças externas.  O Magno que conhecemos, porém, será erguido por forças de tal caráter: além do incandescente sentimento interno em fazer um grande papel no Tricolor, o sentimento e a torcida de milhares serão reverberados a cada partida nos ouvidos de nosso Magnata.

Quando eu te vi com a camisa tricolor, tinha no máximo dez anos de idade. Das lembranças reais, meros flashes e lembranças dos elogios desenfreados de meus tios a sua velocidade de dedicação incomparáveis. O “artilheiro da sua(minha) infância”, como diria meu pai, está de volta e estou certo: dos meros flashes nas memórias dos torcedores mirins da década de 90 você reviverá as melhores lembranças e acrescentará ao script das três cores que traduzem tradição mais cenas dignas de um clube tantas vezes campeão.

Magno, do latim –magnus, de “gigante”. Magnata, do tal qual latim –magna. De nobre, astuto e diferenciado.

Seja bem-vindo ao mesmo palco de sempre novamente,  Magnata: o gramado do Maracanã, cada canto de Laranjeiras e os corações tricolores. Sua grandeza está em retornar ao local abrigo transcendental dos nobres de carne e espírito.  Lugar onde o verde da esperança clama por dias melhores.

Texto de Eric Costa

Colaborador da VAVEL Brasil