O ano de 2016 começou tem pouco tempo e o Fluminense já viveu grandes emoções. Demissão do treinador, vice-presidente e diretor de futebol, saída da patrocinadora Vitton 44 e do meia Diego Souza, briga entre Levir Culpi e Fred que quase deu fim a trajetória do camisa 9 do clube, e por fim, o título da Copa da Primeira Liga.

Pré-temporada ruim resultou em estreias com derrotas no Carioca e na Primeira Liga, terminando com demissões de treinador e dirigentes

A pré-temporada do Fluminense foi realizada nos Estados Unidos. O elenco tricolor ficou quase um mês em sólo americano se preparando para a disputa da Florida Cup. Foi a segunda participação do tricolor na competição, mas assim como em 2015, a equipe terminou sem vitória. O evento valeu mais pela exposição da marca do tricolor, com Ronaldinho Gaúcho como garoto propaganda.

Após o fracasso na Florida Cup, o Flu estreou no Campeonato Carioca com derrota para o Volta Redonda por 3 a 1 e estreou na Copa da Primeira Liga com derrota para o Atlético-PR por 1 a 0, também jogando em casa. Os péssimos resultados com Eduardo Baptista e as más atuações da equipe resultaram na queda do treinador. Além da demissão de Eduardo Baptista, caíram junto dele o vice-presidente de futebol, Mário Bittencourt, e o diretor de futebol, Fernando Simone.

Em meio a problemas dentro de campo, o Flu também vivia problemas fora de campo. A patrocinadora master do clube, a Vitton 44, rompeu a parceria e ainda deixou dívidas pendentes. Quem também deixou o clube foi a Adidas, que rompeu a parceria de 20 anos com o Tricolor.

Chegada da Dry World e de Levir Culpi, e título da Primeira Liga

O Fluminense e a Adidas romperam uma das maiores parcerias entre um clube e uma empresa de material esportivo na história do futebol brasileiro. Com isso, abriu a porta para a chegada da canadense Dry World, pagando incríveis R$ 20 milhões ao Tricolor.

Além da nova fornecedora de material esportivo, o Fluminense acertou a contratação de um novo treinador. O clube queria Cuca, que teve prioridade nas conversas, mas ele não gostou de saber que existia conversa com outro treinador e cancelou as negociações. Assim, Levir Culpi assinou com o Fluminense.

Logo nos primeiros jogos, Levir teve clássicos contra o Botafogo e o Flamengo. O Flu apresentou melhora defensivamente e mais inteligência com a bola nos pés. O Tricolor não conseguiu vencer clássicos ainda na temporada, mas nos demais jogos conseguiu resultados positivos, terminando com a segunda posição na segunda fase da Taça Guanabara.

Em meio a fase decisiva no Carioca, o Flu encontrava-se em decisão também na Primeira Liga. Com a melhor campanha do seu grupo, enfrentou o Internacional, de Porto Alegre, em Brasília. O Flu era o mandante. Saiu perdendo, virou o jogo, levou o empate no fim e a decisão foi para os pênaltis. Diego Cavalieri entrou em cena, defendeu dois e o Flu garantiu vaga na final.

Com histórico de pioneirismo, o Fluminense foi para a primeira final da Copa da Primeira Liga, contra o Atlético-PR. Em final realizada em Juiz de Fora, com o Flu sendo mandante, o Tricolor das Laranjeiras se tornou o primeiro campeão da competição ao vencer por 1 a 0.

Após o título da Copa da Primeira Liga, o Fluminense tinha outra decisão, desta vez pelo Campeonato Carioca, na semifinal contra o Botafogo. O Flu teve, talvez, sua pior partida sob o comando de Levir, e acabou derrotado. Mais uma vez, o Flu caiu na semifinal para o Botafogo, assim como em 2015.

Saída de Diego Souza e briga entre Fred e Levir Culpi quase atrapalharam planejamento

No início do ano, o Fluminense se esforçou para contratar Diego Souza, a pedido do então treinador Eduardo Baptista. O técnico deu total apoio e tempo para Diego Souza se recuperar fisicamente. Amigos desde o Sport, logo após a demissão de Eduardo Baptista e a chegada de Levir Culpi, o meia ficou sem clima para continuar nas Laranjeiras e pediu para a diretoria negociá-lo de volta com o Sport.

Levir, após a saída de Diego Souza, deixou claro que se outros estivessem insatisfeitos, sairiam também. Com histórico de relacionamento problemático com Ronaldinho e Diego Tardelli no Atlético-MG, quem passou a ficar ameaçado após a saída de Diego Souza foi o principal nome das Laranjeiras: Fred.

Entenda o caso:

Durante o intervalo de uma partida, Fred teria dado esporro nos jovens jogadores do Flu cobrando que a bola não estava chegando nele. Levir, atento a situação, não gostou do posicionamento do Fred e deixou claro que no vestiário era ele quem mandava.

Fred, com uma seca de gols (agora em dez jogos), e sendo substituído todo jogo no segundo tempo, sentiu-se ofendido pelo treinador e se reuniu com a diretoria pedindo a saída de Levir, que acabara de chegar. A diretoria do Flu optou por não demitir Levir e o clima com Fred ficou ruim. Mas, dias depois da classificação do time para a final da Primeira Liga, Fred e Levir entraram num acordo e deram fim as crises.

Título da Primeira Liga, eliminação no Carioca e início de preparação para o Brasileiro. O que o Flu pode melhorar?

Apesar do título da Primeira Liga, o Fluminense acabou eliminado do Campeonato Carioca. O elenco, apesar do título, mostra algumas deficiencias. Uma das grandes é a lateral-esquerda. O Flu possui três laterais na posição: Giovanni, Léo e Ayrton. Mas nenhum dos três agradaram. Com isso, Wellington Silva, lateral-direito, ganhou a vaga mesmo jogando improvisado.

Giovanni era o titular em 2015, mas rompeu os ligamentos do joelho. Por enquanto, ainda demonstra insegurança e falta de ritmo de jogo. Léo, apesar de muito talentoso, não vingou. Entrou na fogueira em 2015, até agradou, mas as constantes lesões o atrapalhou. Retornou em 2016, mas ainda sem confiança. Ayrton, considerado o mais fraco entre eles, foi emprestado para o Madureira até o fim do Estadual. 

Lateral-direito de origem, Wellington Silva ganhou a vaga de titular na esquerda. Mas como é destro, sofre nos momentos de ir na linha de fundo e tentar o cruzamento. O Flu deve buscar reforço para o setor, o Brasileirão é longo e não tem como jogador nesse improviso até o fim.

Outro problema da equipe está no meio de campo, mais necessariamente entre os volantes. Pierre e Edson são mais marcadores e fracos na saída de bola, com isso, Cícero fica sobrecarregado na saída de bola. Douglas, cria de Xerém, tem ganhado chances por ali com Levir. É necessário reforçar ali.

Mais um reforço deve ser feito também no meio. Gerson, o armador da equipe, está apenas emprestado pela Roma, da Itália, e o vínculo termina em junho. Até então titular, o meia deixará uma vaga no meio campo quando partir. Levir necessita reforçar o setor.