O polêmico Fla-Flu da 30ª rodada do Campeonato Brasileiro continua dando o que falar. Após o Fluminense entrar na última segunda-feira (17) com impugnação no STJD pedindo a anulação do clássico, nesta terça-feira (18) a CBF retirou três pontos do Flamengo, conquistados na vitória no clássico por 2 a 1, temporariamente.

O Fluminense entrou com a impugnação, alegando que houve interferência externa na decisão de anular o gol do zagueiro Henrique. O presidente do clube, Peter Siemsen, afirmou que está desconfortável com a situação, mas que não poderia ficar inerte diante do que considera uma irregularidade.

"O Fluminense acompanhou os fatos do jogo, depois acompanhou muito as polêmicas, as filmagens, as interpretações, e ficou claro que existiu uma interferência externa indevida.  Isso foi compartilhado por quase 100% da imprensa e dos torcedores. A questão está entre a irregularidade e a pena. A pena a ser aplicada seria a nulidade do jogo. O Fluminense não tem nenhum prazer em buscar anular jogos, em interferir na tabela, pelo contrário. O Fluminense está apenas seguindo a legislação existente. A legislação não foi escolhida pelo Fluminense, não tivemos qualquer envolvimento. Infelizmente, é a legislação aplicável e a medida cabível para interferência externa. O Fluminense não poderia ficar inerte", afirmou.

O Fluminense perdia por 2 a 1, quando o zagueiro Henrique marcou o gol de empate. O jogo ficou cerca de 13 minutos parado enquanto o árbitro Sandro Meira Ricci pensava em qual decisão tomar. Para o presidente do clube das Laranjeiras, tanto tempo parado prejudicou o jogo.

"O Fluminense foi extremamente prejudicado pela incompetência do juiz. Não pela jogada em si, ele poderia ter perfeitamente anulado o gol. O problema foi tudo que aconteceu na sequência. Ele destruiu o jogo, ele inviabilizou que o Fluminense mantivesse a "pegada", a estabilidade psicológica, para continuar jogando. Houve uma interferência de todos os lados naquele dia. Repórteres avisaram ao banco do Flamengo, pessoas entraram em campo com celular na mão, inspector falando com o juiz o que a televisão deu. Virou uma bagunça que tirou a instabilidade dos dois times. Prejudicou o Flamengo também. Só que, na hora que ele toma a decisão final, um perde e outro ganha. Poderia ter sido ao contrário. O erro está na forma como foi conduzido", disse Peter Siemsen.

O presidente do Fluminense negou que tenha a intenção de prejudicar o Flamengo na busca pelo título do Campeonato Brasileiro. Além disso, lamentou que a única pena para este tipo de situação seja a anulação da partida.

"O vídeo é a prova cabal, a prova principal. A leitura labial determina a intervenção externa do inspetor, que não poderia jamais ter procedido daquela forma. Cabe ao Fluminense deixar isso claro. O Fluminense não quer, de maneira nenhuma, interferir na caminhada de qualquer clube. Mas o Fluminense não pode participar de um jogo onde há uma irregularidade flagrante. O Fluminense fica em uma posição difícil, porque a pena prevista é a anulação. Muitos da imprensa não concordam, e eu entendo perfeitamente essa posição", explicou.

Após perder para o Flamengo, o Fluminense voltou a ser derrotado na última segunda, para o São Paulo, em Edson Passos. Peter Siemsen negou que essa situação envolvendo o Fla-Flu esteja prejudicando a concentração dos atletas.

"Entre os atletas, eu tenho certeza de que não houve nenhum desvio de concentração. O Fluminense tem jogado de forma irregular, fazendo boas partidas, mas tem sofrido com falhas individuais. Contra o São Paulo, o Fluminense vinha bem até sofrer o primeiro gol, dominou a partida no primeiro tempo. Isso não é de hoje. O que aconteceu contra o São Paulo já aconteceu outras vezes, sem ter discussão sobre tribunal ou arbitragem. O Fluminense não pode tomar gols como tem tomado, como foi contra o Santos, como foi agora. E fazer bons jogos, como foi no primeiro tempo contra o São Paulo. É nessa linha que o clube tem que trabalhar", disse.