Após dias de negociações, na última sexta-feira (13), foi decretada a saída do lateral-direito Edilson, de 29 anos, do Corinthians, para voltar a defender o Grêmio, já que o atleta teve passagem pelo Tricolor Gaúcho em 2010 e 2012. A empresa OTB Sports, que gerencia a carreira do jogador, foi quem manteve as tratativas entre os clubes. 

Reserva imediato de Fagner no Corinthians, Edilson viu no Grêmio a possibilidade de atuar com maior frequência, tendo em vista que o técnico Roger Machado vem utilizando o volante Ramiro improvisado na lateral, e o então contratado para se fixar na posição, Wallace Oliveira, não ganhou espaço e atualmente se recupera de lesão. 

Para firmar vínculo por três temporadas com o Grêmio, Edilson desembarcou em Porto Alegre no início da tarde desta segunda-feira (16). A expectativa é que o atleta seja anunciado nesta terça-feira (17), juntamente com a reapresentação do plantel gremista. 

No último título gremista, o Campeonato Gaúcho de 2010, Edilson estava presente. O lateral reelembra com carinho esse triunfo e usa a conquista como motivação para erguer taças em sua terceira passagem pelo Grêmio. 

"Essa imagem do último título com o Grêmio ficou na minha cabeça. Agora, vou dar minha vida para o Grêmio ser campeão novamente. Me sinto em casa jogando pelo Grêmio. Deixei de lado um contrato de mais um ano e meio para retornar ao clube. Quero fazer meu melhor para a torcida durante esses três anos. A torcida pode confiar que estou chegando com muita garra e vontade de conquistar títulos", afirmou Edilson, repleto de ambições, inspirado em seu passado com a camisa tricolor.

Edílson pelo Grêmio (Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA)

Questionado sobre o retorno ao Grêmio, Edilson esbanjou disposição e contentamento: "Chego com uma felicidade enorme. Com a vontade gigante de dar o meu melhor aqui. O Grêmio é um clube que eu conheço muito bem, já passei por aqui e fui campeão gaúcho em 2010. Sei como é ser campeão aqui, tive este gosto. Claro que Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil são muito difíceis, mas estou vindo de uma equipe muito grande. Conquistei o Brasileiro e venho com vontade de conquistar alguma coisa aqui. Este é meu objetivo principal. E é isso que vou correr atrás no dia a dia".

Comparando o ex e futuro clube, Edilson colocou ambos na mesma situação, principalmente, pelas eliminações na Libertadores da América. Entretanto, argumentou que o Grêmio enfrentou um adversário mais qualificado: "O Grêmio não saiu para qualquer clube na Libertadores, o Rosário Central é muito bom time, melhor do que o Nacional".

Me sinto feliz, me sinto em casa e tenho certeza que posso ajudar"

Campeão Brasileiro pelo Corinthians, em 2015, o atleta se diz mais preparado para apresentar um bom rendimento com Roger Machado, depois de defender o Botafogo e o time paulista: "Desde quando eu saí, em 2012, amadureci muito como profissional. Evoluí como pessoa nesta minha passagem pelo Corinthians, ainda mais atuando com o Tite, aprendi muito com ele neste um ano e meio. Saio de lá muito grato pelo que aconteceu, principalmente no ano passado. Foi difícil, fiquei dividido. Mas não tive dúvida nenhuma quando começou a negociação. Meu objetivo era voltar para cá. Aqui me sinto feliz, me sinto em casa e tenho certeza que posso ajudar. No Corinthians, eu era um dos líderes do vestiário. Tinha toda a confiança do Tite, tanto que fui capitão algumas vezes. Chego muito mais maduro, mais experiente".

De acordo com o lateral, os problemas do passado, relacionados a fatores extra-campo, não fazem parte do presente: "É outro momento que estou vivendo em minha carreira. Desde que saí do Grêmio, quando estava para completar 25 anos, dei uma analisada no que estava fazendo com minha carreira. Quando cheguei ao Botafogo, comecei a focar. Às vezes, por exemplo, quando o treinador me tirava do time, eu imaginava que o problema era ele e não eu. O futebol, durante estes anos, evoluiu. Não tem mais espaço para isso. Tem que ser totalmente profissional. Estou tranquilo, minha vida extra-campo está muito bem e meu lado profissional também. Uma coisa está ligada à outra. Às vezes, o atleta precisa passar por isso para amadurecer. Pude voltar a jogar em alto nível no Corinthians e ter a oportunidade de retornar para onde eu desejaria sempre estar: no Grêmio"

O lateral mostrou-se disposto a ser utilizado brevemente e elogiou a técnica de Roger Machado: "Acho que não vou ter problemas de adaptação. Já sei como é o estilo do futebol gaúcho, como que é jogado. Sei como é o modo que o Roger trabalha, ele foi auxiliar do Grêmio quando eu estava aqui. Conheço a pessoa dele, o caráter dele. E ele está vindo de uma escola de um dos caras que me tornei mais fã, que é o Tite. Amanhã, no CT, vou conversar com ele. Já tinha falado rapidamente com ele por telefone quando eu estava em São Paulo. Tenho certeza que vai me ajudar para que eu fique o mais rápido possível à disposição".

A volta de Edilson se deu pelo carinho e sentimentalismo adquiridos pelo jogador em seus tempos de atleta gremista: "O que mais pesou para vir ao Grêmio foi a vontade de voltar a atuar pelo Tricolor. Minha família é daqui. Mesmo longe, sempre acompanhei o Grêmio nestes anos em que estive fora. Criei uma identificação, uma vontade de jogar pelo Grêmio. As coisas estão encaminhadas. Estou muito feliz. Foi muito difícil sair do Corinthians, tive uma conversa com o Tite. Ele me disse que eu era um dos líderes do grupo e seria difícil me liberar, ainda mais pelo fato de que o Fagner pode sair no meio do ano. O Guerra e o presidente se esforçaram muito para que isso acontecesse".