A temporada de 2015 do Campeonato Brasileiro está chegando e o Palmeiras terá uma grande missão pela frente: apagar as frustrações das temporadas passadas e surpreender o torcedor e todos que aguardam o novo time, dessa vez muito bem reforçado, atuar e impressionar. O Verdão conta com a participação de mais quatro equipes paulistas no Brasileirão deste ano, sendo Corinthians, Ponte Preta, Santos e São Paulo.

Após apresentar campanha frustrada no ano de 2014 e quase decretar o terceiro rebaixamento nacional, o Palmeiras vem com força total na 59ª edição do torneio. O elenco renovado e sua nova cara serão os trunfos do Alviverde, além de contar com o apoio de sua apaixonada torcida que irá apoiar e empurrar o time em mais uma temporada no maior torneio nacional.

Foto: Divulgação/Agência Palmeiras

A redenção frustrada no centenário Alviverde

Ano do centenário, expectativa gigante e a projeção de um ano vitorioso para o clube. Esse era o cenário do Palmeiras no início do Brasileirão de 2014. Após conquistar novamente seu espaço na elite do futebol brasileiro sendo bicampeão da série B do ano anterior, o Verdão era esperado com força máxima para o Campeonato Brasileiro, tanto pela comemoração de seu centenário em agosto do ano passado, quanto pela entrega de sua moderna arena no segundo semestre do mesmo ano.

A movimentação nas contratações realizadas por Paulo Nobre com o auxílio de Brunoro no início da temporada também influiu na expectativa de uma campanha promissora do Verde no principal torneio nacional. O “bom e barato” proporcionou uma ideia ilusória de que as coisas fossem funcionar e assim acendeu a esperança de um grande ano do Palmeiras, porém, as coisas não caminharam como eram realmente esperadas.

A equipe do Parque Antárctica passou por diversas transições em seu plantel, desde jogadores até a comissão técnica: todas frustradas. Perdas importantes no elenco também contribuíram para que o centenário do Palmeiras não fosse lá aquelas coisas. Com campanha pífia desde as primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, o Alviverde oscilava na tabela, mas sempre na parte inferior, correndo o risco de descenso pela terceira vez em sua história no decorrer de todo o campeonato. Grandes vexames compunham o roteiro do drama vivido em 2014, com grandes goleadas, derrotas inaceitáveis, problemas internos e tudo de ruim que pudesse atrapalhar o clima de festa do aniversariante centenário.

Por um fio o Palmeiras não visitou novamente a segunda divisão do futebol nacional. Na etapa final do torneio, tendo o Allianz Parque para jogar e ainda sendo apoiado por mais de 35 mil torcedores, o Verdão vacilou e apresentou mais uma de suas terríveis atuações, onde saiu atrás no marcador, mas por sorte conseguiu assegurar o empate ainda no primeiro tempo. Em partida paralela, o Vitória recebia o Santos no Barradão e o Bahia enfrentava o Coritiba no Couto Pereira. As equipes baianas eram concorrentes diretos do Verde para as duas últimas vagas do Z-4.

Em São Paulo, o resultado ficou no empate. Já na capital paranaense, o Coxa garantiu a vitória de virada e enterrou o Bahia na série B. O que restava era o confronto que acontecia em Salvador. Um empate era necessário para salvar o Palmeiras, mas como se tivessem tirado um fardo de milhões de quilos das costas tanto do torcedor como dos jogadores palmeirenses, Thiago Ribeiro marcou e decretou a vitória do Alvinegro Praiano, rebaixando o Vitória e assegurando a permanência do Alviverde na elite do futebol brasileiro.

Foto: Divulgação/Agência Palmeiras

O Palmeiras nas últimas edições do Campeonato Brasileiro

Os últimos cinco anos do Palmeiras no Campeonato Brasileiro foram muito oscilantes. Em 2010, a equipe alviverde se alternava no meio da tabela, mas encerrou o campeonato na 10ª posição, com 50 pontos. Nessa edição, o time foi comandado por quatro nomes diferentes nas partidas. São eles: Luis Felipe Scolari, com 30 jogos, Jorge Parraga, com cinco jogos, Antônio Carlos Zago, com dois jogos, e Flávio Murtosa, com apenas um. No ano seguinte, em 2011, a campanha foi praticamente a mesma, com apenas um empate a mais, e uma derrota a menos. O restante dos números foi idêntico.

Já em 2012, a campanha do Palmeiras foi terrível. Nas 38 rodadas, a equipe do Palestra Italia venceu apenas sete dos 38 jogos disputados, perdeu 22 e empatou os outros nove. Rebaixado no mesmo ano em que conquistou o Bicampeonato da Copa do Brasil, o Verdão terminou o Brasileirão em 18º lugar somando apenas 18 pontos. Este foi o segundo rebaixamento do Alviverde. O primeiro aconteceu em 2002, exatamente dez anos antes do segundo feito desastroso.

Na segunda divisão nacional, o Verdão conseguiu levar com folga e conquistou o Bi da série B. Ao fim do torneio, o Alviverde chegou aos 79 pontos, tendo 24 vitórias, sete empates e sete derrotas. O retorno à elite do futebol brasileiro era essencial naquele ano, pois em 2014 seria o centenário do clube, e nada mais justo do que comemorá-lo na Série A.

O ano de 2014 parecia ser o ano do retorno triunfal do Palmeiras, mas o que aconteceu foi quase um desastre. A campanha pífia do Alviverde quase lhe custou a permanência na Série A, ficando na zona de rebaixamento por algumas rodadas. O susto foi grande para quem esperava um ano vitorioso e repleto de alegrias. No término do campeonato, o Palmeiras ficou em 16º lugar com 40 pontos. Em 38 jogos, venceu apenas dez, empatou oito e perdeu 20.

ANO

COLOCAÇÃO

PONTOS

JOGOS

VITORIAS

EMPATES

DERROTAS

CLASSIFICAÇÃO

2014

16º

40

38

10

8

20

Neutro

2013

79

38

24

7

7

Campeão (Série B)

2012

18º

34

38

7

9

22

Rebaixado

2011

11º

50

38

11

17

10

Neutro

2010

10º

50

38

11

16

11

Neutro

A esperança em nomes

A cada temporada, a confiança é depositada jogadores que podem render bons frutos para o time. Neste ano, o Palmeiras poderá contar com jovens promessas, nomes que carregam a experiência consigo e também jogadores que já passaram pelo clube e deixam a expectativa de uma réplica dos bons momentos vividos ali.

Fernando Prass: Experiência e profissionalismo para defender a meta do Palmeiras

Capitão palmeirense, Fernando Prass teve a complicada missão de tomar frente do alviverde para enfrentar as duras partidas da Série B, enfrentando torcedores, sempre com profissionalismo. As atuações regulares transmitiram confiança tanto para o elenco quanto para torcida. Nesse período, o goleiro juntou contusões, deixando algumas vezes a equipe à deriva, mas bastava o retorno para que tudo seguisse bem. É com certeza, depois de São Marcos, o mais emblemático goleiro que defendeu as metas palestrinas.

Foto: Divulgação/Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Cleiton Xavier: O retorno nostálgico de um grande meia ao Palmeiras

Retornando ao clube depois de cinco anos, Cleiton Xavier é a aposta consciente de armador que vem fazendo falta desde que ele mesmo saiu em 2010. Xavier tinha sido a reposição exata para posição deixada por Valdivia, em 2008. Com a ida do Mago para o futebol árabe, ficou a cargo do novo camisa 10 a responsabilidade de usar a camisa que um dia foi de Ademir da Guia e Alex. Cleiton faz parte de um elenco repleto de bons jogadores e, assim como em sua primeira passagem, se espera que ele atue em alto nível como ficou conhecido. Seu futebol regular e a capacidade de criar jogadas - posição em falta no futebol nacional, nem geral, faz dele uma importante peça no time de Oswaldo de Oliveira.

Foto: Divulgação/Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Dudu: a contratação promissora do Palmeiras na temporada

Após disputa acirrada que era como um clássico fora de campo entre Corinthians e São Paulo, o destino de Dudu ganhou um final inesperado. No dia 11 de janeiro, o Palmeiras divulgou que havia assinado com Dudu, e o jogador já se apresentaria para a pré-temporada do clube. Chapéu. Foi um dos grandes trabalhos do dirigente Alexandre Mattos. A torcida vibrava com a construção do novo time e agora com um dos principais jogadores do último campeonato. Ele foi a oitava contratação, o reforço de peso que a veio devido ao aumento do programa de sócios torcedor Avanti.

Foto: Divulgação/Cesar Greco/Ag. Palmeiras

O Palmeiras taticamente

Com o plantel em reformulação, o Palmeiras ainda não criou total estabilidade e um elenco consistente com suas características fixas, dificultando a análise geral do mesmo. Isso faz com que o time assuma uma postura variável em busca do entrosamento, uma vez que é necessário para que o grupo possa se encaixar em campo.

No elenco atual, o Palmeiras possui muitas peças de qualidade em várias posições. Até os jogadores atingirem a forma física ideal e o técnico Oswaldo de Oliveira conseguir encaixar as peças no time titular, o elenco vive alguns altos e baixos, mas sem muita preocupação. Apesar das variações, o padrão de jogo do Palmeiras é formado pelo ataque acionando as laterais, com a saída de três homens na transição ofensiva, além da exploração pela posse de bola e da forte marcação.

O técnico Oswaldo de Oliveira andou optando pelo esquema tático 4-2-3-1, variando para o 4-5-1 de acordo com a necessidade de jogo. Apesar das variáveis e dúvidas em relação às permanências no elenco, o setor defensivo já está definido com Lucas, Tobio, Vitor Hugo e Zé Roberto, tendo algumas alterações conforme for necessário. O meio-campo do Verdão ainda é indefinido com Valdivia, Robinho e Cleiton Xavier, mas no ataque, Rafael Marques e Dudu jogam mais abertos pelas pontas, possibilitando o auxílio na marcação quando o Palmeiras possui a posse de bola. O comandante alviverde cobra constantemente o apoio aos laterais.

E 2015, promete?

O ano de 2015 começou bem diferente nas dependências do Verdão. Depois de uma sequência frustradas de infortúnios na primeira gestão de Paulo Nobre envolvendo contratações, renovações e saídas de alguns nomes importantes do elenco por conta de sua parceria falha com o ex-dirigente José Carlos Brunoro, Nobre teve uma nova chance na sua reeleição na presidência do clube. Os erros serviram de aprendizado e, como resultado, o Palmeiras trouxe Alexandre Mattos para ser o novo gerente de futebol do clube em janeiro deste ano. No período de um mês de trabalho, o dirigente bateu a incrível marca de 19 reforços contratados, empolgando novamente o torcedor que já não tinha muito o que esperar do time na temporada. Além da chegada de Mattos, Oswaldo de Oliveira assumiu o plantel alviverde e mostrou que, com um bom elenco, poderia render e muito. Com isso, o cenário do Palmeiras mudou radicalmente, e para melhor.

A reformulação no elenco foi crucial para que as coisas melhorassem no time do Parque Antarctica. A chegada dos 19 reforços, compostos pelo goleiro Aranha, os zagueiros Vitor Hugo, Victor Ramos e Jackson, os laterais Lucas, João Paulo e Zé Roberto, os volantes Amaral, Gabriel, Arouca e Andrei Girotto, os meias Robinho, Ryder, Alan Patrick e Cleiton Xavier e os atacantes Dudu, Rafael Marques, Leandro Pereira e Kelvin, assim como a saída da maioria dos jogadores que atuaram na temporada passada e a integração de bons nomes das categorias de base do Verdão ao time principal, como Nathan e Gabriel Jesus, fizeram com que a base do elenco ficasse totalmente diferente, além de apresentar novas opções de padrão de jogo e armação tática.

Para quem passou a virada do ano desacreditado com o Palmeiras, os feitos do início do ano serviram para reviver a esperança de algo melhor, deixando um pouco de lado aquela imagem constante de “o time do ano que vem”, pois, de certa forma, a esperança sempre era depositada no ano seguinte por conta dos limitados elencos, das campanhas pífias e afins. No Campeonato Paulista foi possível sentir um gostinho de como o Palmeiras se portará no ano. Claro que o início foi truncando e com muitas falhas, já que o time não tinha o entrosamento que precisava para o campeonato, e isso foi sendo adquirido e o elenco testado no decorrer do torneio. A expectativa em relação ao Palmeiras para esse ano deixa de ser apenas a distância da zona de descenso para que a disputa pelo topo volte a ser o foco principal da equipe que há tempos não almeja isso.

De Palestra Italia à Allianz Parque: a nova casa do Verdão

Com suas atividades desativadas em 2010, o antigo Palestra Italia passou por uma gigante reestruturação em suas dependências. Entregue em novembro 2014, o agora Allianz Parque é uma arena multiuso que pode ser utilizada para atender os mais variados tipos de eventos, tais como espetáculos, eventos corporativos, shows e claro, as partidas de futebol. Atualmente, a arena do Palmeiras conta com um dos mais modernos espaços multiuso do Brasil, atendendo as exigências das normas de padrão FIFA, tendo credenciamento para receber os torneios esportivos de maior relevância. Além de toda a infraestrutura moderna e Uma das evidências de excelência no serviço prestado, o Allianz Parque foi eleito, por voto popular, o “estádio do ano de 2014” pelo site inglês “Stadium DataBase”.

A primeira partida oficial do novo estádio Alviverde aconteceu no dia 19 de novembro de 2014, válida pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Enfrentando o Sport, o primeiro jogo oficial do Palmeiras em sua nova casa contou com uma linda cerimônia de abertura, mas a festa foi da equipe pernambucana, que venceu com o placar de 2 a 0 na presença de quase 36 mil torcedores. O primeiro gol oficial do Allianz Parque foi marcado por Ananias, atacante do Sport aos 31 minutos do segundo tempo da partida.

Os primeiros feitos do Alviverde não aconteceram no primeiro jogo oficial, mas vieram logo depois. Na última rodada do Brasileirão, em partida diante do Atlético-PR, o centroavante Henrique balançou as redes a favor do Verdão no empate por 1 a 1, no segundo jogo oficial no Allianz Parque. O primeiro triunfo veio no terceiro jogo do novo estádio. O amistoso diante do Shandong Luneng foi a primeira partida internacional no Allianz Parque, além da primeira vitória do clube, garantida com o placar de 3 a 1. Os tentos do Verde foram marcados por Leandro Pereira, Lucas e Cristaldo.

Além dos jogos oficiais, o Allianz Parque também sediou jogos comemorativos que contavam com grandes ídolos da história do clube. A despedida do craque Ademir da Guia, também conhecido como Divino, aconteceu ali e celebrou os brilhantes feitos do eterno camisa 10 no Verdão. Outra grande realização foi o adeus do meia Alex Cabeção dos gramados. Também camisa 10, o ídolo comemorou com grandes amigos e ídolos sua marcante passagem no Alviverde do Parque Antarctica.

Ficha técnica

Nome: Sociedade Esportiva Palmeiras

Fundação: 26 de agosto de 1914

Mascote: Tradicional: periquito. Popular: porco.

Títulos: Nacionais
Taça Brasil em 1960 e 1967
Torneio Roberto Gomes Pedroza em 1967 e 1969
Campeonato Brasileiro em 1972, 1973, 1993 e 1994
Copa do Brasil em 1998 e 2012
Copa dos Campeões em 2000
Campeonato Brasileiro Série B em 2003 e 2013

Internacionais
Copa Mundial de Clubes em 1951
Copa Mercosul em 1998
Copa Libertadores da América em 1999

Interestaduais
Torneio Rio-São Paulo em 1933, 1951, 1965, 1993 e 2000

Regionais
Campeonato Paulista em 1920, 1926, 1927, 1932, 1933, 1934, 1936, 1940, 1942, 1944, 1947, 1950, 1959, 1963, 1966, 1972, 1974, 1976, 1993, 1994, 1996 e 2008

Campeonato Paulista Extra em 1926 e 1938

Campanha no Brasileirão 2014: Zona neutra. 16º colocado com 40 pontos.

Expectativa para o Brasileirão 2015: Superar a campanha apresentada no ano anterior, visando o G-4.