Como tantos outros, sua história com a bola veio da infância e por influência de alguém querido. O avô de Fernando, seu Lúcio Valdomiro, era zagueiro e inspiração para ele, ainda garoto. Nascido e criado em Viamão, no Rio Grande do Sul, o menino começou jogando no time da cidade e, com nove anos, assumiu em campo a posição que o consagraria um ídolo de qualquer aficcionado no esporte no Brasil. 

Aos 13, dirigentes da base do Grêmio voltaram seus olhos para seu talento. Passando por todas as categorias ao longo da adolescência, chegou à equipe profissional do time gaúcho.

No ano 2000, Fernando deixou a faculdade de Educação Física que havia começado e passou a defender o time de Franca, no interior de São Paulo, onde ficou por seis meses, até ser chamado pelo técnico Sérgio Ramirez para atuar no Vila Nova, de Goiás

O mesmo treinador, mais tarde, o acolheu no alviverde do Paraná. Em 2002, Prass passou a defender o Coritiba e, pelos dois anos seguintes, foi o goleiro menos vazado do estadual. Até hoje é considerado um dos maiores goleiros que já compuseram o elenco do time na história. 

Depois do Coxa, Fernando Prass foi brilhar lá fora. Desta vez, os portugueses tiveram a chance de ver a estrela brasileira ascender. Atuou por três anos no União Leria e ajudou o time a chegar à Copa da UEFA em 2007. 

De volta ao Brasil, o goleiro tornou-se um gigante no Gigante da Colina. No Vasco, Prass fez grandes defesas que ajudaram o time a chegar ao título na Copa do Brasil de 2011. No mesmo ano, conquistou o prêmio Bola de Prata, da Revista Placar. Já não tinha mais volta: quem quer que visse uma defesa de Fernando podia ter certeza de quão grande ele era. 

Então, veio o Palmeiras. Em 2012, foi confirmado que estrearia no Verde no ano seguinte. Destacou-se, em 2013, tendo ajudado a equipe a voltar à primeira divisão.

Dos 68 jogos do time naquela temporada, jogou 55. Sofreu uma lesão que o comprometeu por dois meses. No entanto, isso não impediu que se tornasse muito rapidamente um dos grandes destaques da equipe e, logo, uma das maiores estrelas no gol do Palmeiras. 

2014 foi um ano difícil para o time e para o goleiro. Era o centenário do clube e as expectativas da torcida sobre o desempenho da equipe eram grandes. Prass sofreu nova lesão em maio e, entre cirurgias e recuperação, ficou longe dos gramados por cinco meses. Quando voltou, a situação era complicada para o Palmeiras. Mas, com as forças renovadas, Fernando fez juz ao hino e não deixou que ninguém passasse suas defesas, segurando o Verdão na primeira divisão. 

O ano seguinte teve de compensar o anterior. Com elenco quase completamente renovado, Prass foi um dos poucos que permaneceram. Defendeu os pênaltis do Corinthians na semifinal do Campeonato Paulista, ajudando a equipe a conquistar o vice-campeonato. Com o contrato renovado em setembro, caminhou com o time para a conquista da Copa do Brasil, que simbolizou o reerguimento do time depois de fase complicada e sagrou o jogador, em definitivo, como grande ídolo da torcida.

(Foto: Getty Images)
Foto: Getty Images

Em 2016, já com o título de santo, deu força à equipe em todos os momentos. Foi convocado para a Seleção Olímpica, porém nova lesão no ombro operado o afastou da Canarinha e também do Palmeiras. O time se segurou sem ele, porém a torcida ficou na saudade e na expectativa de sua recuperação. 

Às vésperas da conquista do título, Prass voltou a ser convocado por Cuca e é possível que ainda volte ao campo nesta temporada. 

Apesar de afastado, ninguém tem dúvida do quanto Fernando fez pela equipe, que está em seu melhor momento. Ninguém tem dúvida do quão gigante este homem se tornou e ninguém se importa com a camisa que veste na hora de reconhecer que Fernando Prass é um dos maiores goleiros da atualidade no futebol brasileiro