Dois dos mais tradicionais times do Estado de São Paulo se enfrentaram na noite desta sexta-feira (17) pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. E se a situação de ambos já era bem diferente antes do início da partida, ficou ainda mais com a vitória da Ponte Preta, em pleno Canindé, sobre a Portuguesa por 3 a 0. O triunfo representou mais um importante passo dos campineiros rumo ao acesso e praticamente sacramentou a queda da Lusa.

Jogando "em casa", já que tinha maioria da torcida, a Ponte não conseguiu ter um bom desempenho no primeiro tempo. O jogo foi morno, de poucas chances, e terminou sem gols. Já em situação muito delicada no campeonato, a Portuguesa viu tudo desmoronar de vez no segundo tempo, quando a Ponte encontrou o seu melhor futebol e anotou três gols que decidiram a partida.

Com a vitória, a Nega Véia, que venceu sete e empatou dois dos seus últimos nove jogos, saltou para 57 pontos e garantiu mais uma rodada na liderança, já que o Vasco pode somente igualar a sua pontuação neste sábado (18), mas com número de vitórias inferior. Se o Ceará for derrotado pelo Joinville, a equipe paulista abrirá sete pontos de vantagem para o quinto colocado a oito rodadas do fim do torneio.

Na outra ponta da tabela, a Portuguesa guarda apenas algumas chances matemáticas de continuar na Série B. Na lanterna, com 21 pontos e apenas três vitórias em 30 jogos, a Lusa pode fechar a rodada 14 pontos atrás do último colocado dentre os não rebaixados, caso o Bragantino vença o América-RN. Na terça (21), a Ponte recebe o Avaí em Campinas e a Portuguesa visita o Paraná em Curitiba.

Macaca é melhor, mas não joga bem no primeiro tempo

A superioridade técnica e o ambiente favorável levavam a crer que a Ponte Preta dominaria toda a partida. Desde o início, de fato, a equipe alvinegra tomou as rédeas da partida, adiantou a marcação e pressionou a Portuguesa. Por outro lado, o setor de criação dos interioranos pecou bastante e não conseguiu ajudar a Ponte a abrir o placar.

A marcação da Portuguesa funcionou razoavelmente bem na primeira etapa. A Macaca teve dificuldades para encontrar os espaços e encontrou forte resistência na zona central do campo, onde começavam as jogadas. Apesar de precisar desesperadamente da vitória, a equipe da Capital se reservou a tentar a sorte em contra-ataques e pouco conseguiu criar com essa estratégia.

Na metade final do primeiro tempo, a Ponte Preta passou a usar mais as laterais do campo e, assim, encontrou mais espaços. Ainda que tenha sido uma atuação bem abaixo do esperado, a Nega Véia conseguiu assustar em chutes de longa distância e esteve mais próxima da grande área rival. Sem muita inspiração, no entanto, não marcou e o primeiro tempo acabou, com toda justiça, sem gols.

Ponte atropela a Portuguesa no segundo tempo

Pela atual situação do clube, o empate sem gols no primeiro tempo estava longe de ser uma tragédia para a torcida da Portuguesa. A Lusa entrou na etapa final ainda com a esperança de conseguir uma vitória que lhe daria sobrevida no campeonato, mas essas esperanças não resistiram por muito tempo. Logo aos oito minutos, a zaga da Lusa falhou e a  Ponte, que já havia voltado mais organizada, abriu o placar.

O gol foi um duro golpe para os lusitanos, que se abateram e passaram a falhar bastante. A noite pouco infeliz do ataque pontepretano impediu o aumento na vatangem, mas o número de oportunidades em relação ao primeiro tempo aumentou bastante. A Portuguesa se mostrou totalmente perdida em campo e o segundo gol parecia questão de tempo. A tranquilidade campineira aumentou aos 25 minutos, quando Diogo Orlando foi expulso.

Com um a menos, a Portuguesa, que já não criava nada, ficou ainda mais escondida no campo de defesa e com dificuldades para marcar os jogadores adversários. Aos 38 minutos, Alexandro marcou o inevitável segundo gol da Ponte Preta, que sepultou de vez as esperanças lusitanas. Para finalizar o roteiro de toda grande vitória e de toda derrota marcante, ainda teve o gol no finzinho, de Alexandro, para decretar a vitória dos visitantes que poucas vezes se sentiram tão em casa.