Na noite desta segunda feira (17), Portuguesa e Madureira se enfrentaram no Canindé, em São Paulo, em jogo válido pela 12ª rodada da Série C. A partida valia muito para ambas as equipes, porém em circunstancias distintas. A Lusa jogava em casa e, com apoio da torcida, buscava o ingresso ao G-4 do Grupo B. Já o Madureira, tentava se afastar da zona de rebaixamento à serie D. Se triunfasse, o Tricolor Suburbano abriria sete pontos para o Guaratinguetá, primeiro na zona perigosa.

A Lusa volta à campo no próximo domingo (23), quando enfrenta o desesperado Guaratinguetá, em mais uma partida no Canindé. A Portuguesa já vê o Londrina, terceiro colocado, de perto, e sonha com um crescimento ainda maior dentro da competição. O Guará, que vem de vitória sobre o líder Brasil de Pelotas, tenta embalar a segunda seguida para se recuperar na tabela.

Já o Madureira volta ao Rio para enfrentar o mineiro Tupi, em Conselheiro Galvão, às 11 horas (de Brasília), do sábado (22). A equipe mineira sonha com a liderança, já que, com os resultados da rodada, empatou em 23 pontos com o Brasil. Todavia, o MEC segue a luta contra o rebaixamento e promete fazer novo jogo duro contra a equipe de Juiz de Fora.

Gol no início e muita luta marcam o primeiro tempo

A partida começou quente, com ambas as equipes brigando no meio campo e buscando uma jogada de ataque para abrir o placar logo no início, mas parando nas defesas adversárias. O Madureira tentava segurar a bola, enquanto a Portuguesa procurava definir logo suas jogadas.

A equipe carioca demonstrava, pelo menos no início, que desmentiria a teoria dos analistas de que jogaria se defendendo e buscando o conta ataque. E essa tese ganhou força aos 12 minutos da primeira etapa, quando após escanteio cobrado na área, João Carlos subiu mais do que toda a defesa paulista para abrir o placar. Madureira 1 a 0.

A essa altura, a equipe tricolor resolveu se acomodar na partida, atitude perigosa já que a Portuguesa jogava em casa. A equipe suburbana começa a ceder campo à Lusa, que na medida em que vai criando jogadas, gosta do jogo na mesma proporção. Os comandados de Estevam Soares demonstram bom entrosamento, mas sentem o nervosismo por não conseguirem criar as situações de perigo, sempre errando no último passe. Já o Madureira, mostrava defesa sólida, bem treinada e postada, dando a clara noção de que não entregaria fácil a partida.

A partir da metade da primeira etapa, a marcação, que até então era o forte do time de Toninho Andrade, afrouxa, e o MEC começa a se sentir incomodado pelos ataques de Guilherme Queiroz e Hugo. O panorama anterior à partida se confirma e o time do Rio de Janeiro se apequena, enquanto o adversário ensaia uma discreta pressão.

O perigo só volta a rondar a área lusitana aos 40 minutos, quando Arthur Faria faz boa jogada e rola ótima bola para João Carlos. O atacante se atrapalha e não conclui à gol , em seguida sendo travado pela defesa adversária. A jogada serve para mostrar à Portuguesa que o Madureira, embora jogando na defesa, poderia levar muito perigo com a bola, mas o que atrapalhava eram os erros de passe. Ambas as equipes falharam muito neste fundamento na primeira metade do jogo, dando à entender que o placar poderia ter sido outro, já na primeira etapa. No caso da Lusa, chamava a atenção a intranquilidade da equipe na distribuição das jogadas, muito ansiosa, era incapaz de trocar meia dúzia de passes sem entregar a bola ao adversário.

Equipes mudam comportamento na segunda etapa e marcam “chuva de gols ”

A impressão que se tinha no começo do segundo tempo era de que teríamos o mesmo quadro da etapa anterior. Com muitos passes errados e afobação, agora de ambas as equipes, a partida se tornava muito ruim. No caso da Portuguesa, tinha um agravante. Alem dos exagerados erros ofensivos, a equipe demorava muito para se recompor defensivamente, deixando muitos espaços. O Madureira tentava aproveitar a deficiência técnica do meio campo da Lusa para encaixar os contra golpes e tentar matar o jogo.

A torcida da Portuguesa, que ultimamente tem sofrido muito com a situação da equipe, não parava de apoiar um minuto sequer, mas, começava a dar sinais de insatisfação. Foi quando o treinador Estevam Soares promoveu a primeira mudança em sua equipe, colocando o garoto Gustavo Cascardo no lugar de Osvaldir. Pontos para o comandante, já que na primeira jogada, Cascardo recebe belo passe de Victor Bolt e cruza, de primeira, para Hugo, que só tem o trabalho em empurrar para o fundo do gol, era o gol de empate da Lusa.

Após o gol de Hugo, a Lusa muda a atitude dentro de campo, adiantando suas linhas, marcando sob pressão a saída de bola carioca e ameaçando muito mais do que no primeiro tempo. Essa, inclusive, é uma característica do time, que costuma jogar mal na primeira metade, e no segundo tempo, volta com tudo, tentando a vitória.

A equipe de São Paulo ameaça muito com bolas longas na vertical e horizontal. E em um desses passes, Queiroz perde o que seria o gol da virada da Portuguesa. O atacante sai cara a cara com o goleiro Márcio, tenta tirar, mas o arqueiro tricolor faz belíssima defesa. No lance seguinte, após falta lateral, Bolt coloca na área, no meio da bagunça, e Magno, em noite infeliz, marca contra. Virada da Lusa.

Mas, a vitória parcial estava com os minutos contados. Aos 27, quatro minutos após o gol sofrido, Leandro Chaves, em cobrança perfeita de falta, da entrada da área, coloca igualdade no confronto, novamente. A essa altura, as equipes tiraram um pouco o pé do acelerador. A partida se encaminhava para a reta final e qualquer gol marcado poderia decretar o vencedor.

Aos 35, quando o jogo já parecia encerrado, com as duas equipes bastante cansadas e considerando o empate justo, Milton Junior marca para a Lusa em lance bastante curioso, após “bate rebate” na área do Madureira. Com o gol, os paulistas se animam e, dois minutos após, marcam novamente. Em novo “bate rebate”, Guilherme Queiroz consegue limpar a jogada e bater por cima do goleiro Marcio, que nada pôde fazer.

Após, a Lusa continua indo ao ataque. O Madureira não desiste, segue buscando diminuir o placar em um contra ataque, mesmo com a derrota parcial por 4 a 2. A torcida portuguesa comemora a vitória e o ingresso ao G-4 com “parabéns pra você”, lembrando o aniversário de 95 anos do clube, comemorado na semana passada.

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