Onze partidas sem derrota, invicto no returno do Campeonato Brasileiro e recém-vindo da primeira vitória longe de casa no nacional. A realidade do Santos contrasta com o discurso do técnico Dorival Júnior, que, após a vitória dos seus comandados sobre a Chapecoense na noite da última quinta-feira, lamentou a sequência “estúpida” de jogos do Peixe desde agosto, quando a equipe disputou oito cotejos.

O treinador observou que não é possível manter o mesmo nível de atuação com os frequentes desfalques. Se nos últimos dois compromissos o trio de ataque santista teve o desfalque de Gabriel, que saiu machucado no triunfo em cima do Corinthians, pela Copa do Brasil, nesta quinta-feira a preocupação ficou em cima de Geuvânio, que deixou o gramado com fortes dores na coxa direita, gerando preocupação no departamento médico.

"A sequência é estúpida. Não tem como manter o nível. Pegamos um adversário difícil hoje. Entraremos em uma ciranda muito grande e a sequência de jogos é prejudicial para toda a equipe. Isso penaliza muito. Não tem como manter um trabalho. A última semana livre para treinar foi há nove rodadas", enfatizou Dorival.

Dando sequência, o comandante Alvinegro voltou a frisar a maratona de duelos enfrentada pela equipe e mostrou-se em dúvida se a opção de não poupar jogadores nas últimas rodadas foi correta.

"Fui bem claro, não sabíamos se estávamos tomando as atitudes corretas, mantendo o elenco em todos os jogos. Perdemos um jogador (Geuvânio), com certeza por causa disso, por causa da sequência absurda, que faz com que exista um desgaste excessivo. Dificilmente um jogador se recupera de uma rodada para outra. É para vocês verem o desgaste que proporciona. Eu quero continuar insistindo com o grupo e vou tentar manter a equipe até o último momento. Mas sou sincero, nem assim tenho certeza se estamos no caminho certo".

"De jogo a jogo existe vulnerabilidade pelo desgaste. Não há milagre. Quem faz tabela pensa em quantificar, não qualificar. Por isso o futebol vive um momento ruim. Isso proporcionava ao jogador uma melhora quando se tinha tempo. Querem quantidade. Quantidade vai dar nisso. Em algum instante vamos perder jogadores importantes. Vai ter que ter uma decisão de mudar o que vinha dando certo" criticou.

Em outro momento, o técnico exaltou o grupo santista, observando que, mesmo após os resultados positivos diante do Corinthians, na casa do rival e contra o Cruzeiro – que marcou a primeira vitória do Santos longe de seus domínios – o elenco manteve os pés no chão.

"Fico satisfeito de estar à frente de um grupo desses. Esse detalhe chama a atenção. Ganhamos na Arena do Corinthians, não houve manifestação no ônibus. Parecia que tínhamos perdido. Só conversas reservadas. Silêncio. Já se preocupando contra o Cruzeiro. No Mineirão também. Mesmo silêncio. Tranquilidade e batendo papo".

Em outro aspecto, Dorival percebeu uma evolução na equipe. Mais do que os resultados, o treinador afirmou que analisa o desempenho dos seus atletas: "Vejo que a equipe melhorou. É fato importante. Analiso o rendimento, a posse de bola que tivemos, nós criamos oportunidades" concluiu.

Apesar da reclamação, o Santos ainda enxerga o horizonte com uma maratona de embates pela frente. A exemplo de agosto, o Peixe deve fechar o mês de setembro com 8 partidas disputadas. Oitavo colocado com 33 pontos (3 pontos distantes do G-4), o time do Litoral Paulista volta a campo no próximo domingo (06), quando enfrenta o Sport, às 18h30, na Ilha do Retiro.