Com a demissão de Luiz Felipe Scolari do cargo de treinador da Seleção Brasileira após o fiasco na Copa do Mundo, foi aberta mais uma vez a série de especulações sobre o novo comandante da equipe brasileira.  Tal como em 2010, quando o técnico Dunga deixou a amarelinha, um dos nomes mais citados é o do hoje técnico do São Paulo, Muricy Ramalho.

Tetracampeão brasileiro, campeão da Libertadores e um dos mais respeitados treinadores do Brasil, Muricy já trabalhou no México, no São Caetano, no Náutico e no Internacional, mas foi em sua primeira passagem pelo Tricolor do Morumbi que se colocou como um dos melhores técnicos do país ao ser tricampeão brasileiro de 2006 a 2008.

Quando saiu do São Paulo, em 2010, foi para o Fluminense e chegou a se reunir com a alta cúpula da CBF para acertar sua contratação para tocar o projeto que visava a Copa de 2014. Alegando respeitar o contrato com a equipe das Laranjeiras, recusou e foi campeão brasileiro, saindo do Tricolor Carioca em 2011 para assumir o Santos, onde venceu a Libertadores e ficou até 2013, ano em que foi chamado para salvar o São Paulo da zona de rebaixamento do Brasileirão.

O sucesso ao evitar o rebaixamento do Tricolor Paulista e deixá-lo na nona colocação ao final do campeonato devolveram o prestígio que o treinador perdeu com as duas temporadas ruins que fez em 2012 e 2013 na Vila, fazendo, agora com a demissão de Felipão, seu nome voltar a ser especulado. Em entrevista no CT da Barra Funda, Muricy falou sobre a situação da Seleção Brasileira:

"Existem pessoas que estão decidindo. Eles contrataram uma pessoa para gerir o futebol. Essa pessoa tem de ter autonomia para decidir as coisas ou então não vai adiantar nada, vai continuar a mesma coisa", afirmou, ao citar o novo coordenador da CBF, Gilmar Rinaldi que, na visão do Muricy, não pode sofrer interferências em seu trabalho por parte da diretoria da Confederação Brasileira de Futebol.

Quando perguntado se teria paciência para assumir o posto de treinador da Seleção, Muricy desconversou: "Não sei, eu me conheço bem. Tem de ser o que eu penso sobre futebol. Algumas coisas eu não aceito. Mas isso aí é só vendo. Eu sou meio São Tomé, só acredito vendo. Tenho minha maneira de pensar e não mudo", declarou.

Quando questionado sobre as chances de ser o nome anunciado pelo Presidente José Maria Marin na próxima terça-feira (22), data do anúncio do novo técnico, ele se disse totalmente focado no Tricolor: "Eu estou feliz no São Paulo, contente e concentrado no que estou fazendo. Não me empolgo com as coisas porque sei como são. Estou respondendo até demais sobre a Seleção. Meu foco é o São Paulo", finalizou.

No dia 12 de julho, o Presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar afirmou que a CBF não encotntraria qualquer resistência da equipe paulista em liberar Muricy para a Seleção. Embora seja homem de confiança de Aidar, Muricy, que "só sai se quiser", "não é insubstituível" na visão do dirigente.