Um dos maiores ídolos da história do São Paulo, o goleiro Rogério Ceni se acostumou a, nos últimos meses, encarar cada jogo como uma despedida. Às vésperas de sua aposentadoria, o capitão anunciou sua aposentadoria no final de 2014 e, assim, cada vez que enfrenta um adversário ou sai do Morumbi para jogar em outra cidade, tem a consciência de que o fará pela última vez.

O chileno Huachipato não figura na lista dos oponentes mais tradicionais de Ceni. A vitória no Chile na última quarta-feira (15) foi apenas o segundo jogo do camisa 1 contra a equipe de Talcahuano. Ainda assim, havia a possibilidade de ser uma despedida. Caso o São Paulo fosse eliminado, essa teria sido a última partida de Rogério, que já se despediu do Paulistão, da Copa do Brasil e da Libertadores, por uma competição internacional.

Ainda que tivesse dito no dia da partida que a possibilidade de jogar pela última vez uma competição internacional não o assustava, o goleiro, que como titular venceu uma Libertadores, uma Sul-Americana e um Mundial, não escondeu a alegria pela vaga: "Eu vou dormir feliz e aliviado. Para mim é difícil, está acabando tudo... Para mim, tem sim um gosto especial e tentei expressar isso pra eles depois do jogo", revelou.

Dono de uma belíssima história no clube, Rogério já fala da carreira de mais de 20 anos no time com alguma saudade: "Isso aqui é a história de mais de 60% da minha vida. Quando você se apega, o final se torna mais difícil", afirma. "Pedi que os jogadores deixassem suas vidas nesses 90 minutos. Um jogador profissional é obrigado a deixar a vida em campo duas vezes por semana", acredita.

No aspecto técnico, o capitão comentou a oscilação do time, que desde o começo do ano vem alternando bons jogos com atuações não tão felizes, especialmente no Brasileirão: "É uma variação que está acontecendo com todo mundo. Os problemas são na parte psicológica e na parte motivacional. Você sempre tem que criar um fato novo, extrair muito do atleta. E como faz para contar 80 histórias diferentes no ano? Jogamos muito e por isso o time oscila" , argumenta.

Para continuar sonhando com um último título internacional em seu último ano como profissional, Rogério precisará ajudar o São Paulo a bater o Emelec nas quartas-de-final da Copa Sul-Americana. No Brasileirão, o Tricolor ocupa a terceira colocação com 49 pontos, sete a menos que o líder Cruzeiro. No sábado (18), os paulistas enfrentam o Bahia, no Morumbi, pelo primeiro dos dez últimos jogos do torneio.