No acanhado estádio Luiz Franzini, o São Paulo mostrou perseverança e virou uma partida complicada, travada e muito mais difícil do que o imaginado. Com Pato e Centurión marcando de cabeça, o Tricolor bateu o Danubio e se mantém vivo na Libertadores.

Restando apenas um jogo agora, o time do Morumbi depende apenas de um empate no último jogo, contra o Corinthians, em casa, para avançar de fase, na próxima quarta- feira. Com 9 pontos, é o vice colocado no Grupo 2 do torneio.

Já o Danubio segue sendo o saco de pancada do grupo. Nenhum ponto, -11 de saldo e sem nenhuma chance de classificação. Pegará o San Lorenzo na última rodada apenas para cumprir tabela também na quarta, na Argentina.

Muita cautela e pouco ataque

Escalado com três volantes - Rodrigo Caio, Hudson e Souza -, o técnico interino Milton Cruz previa um São Paulo com Ganso mais a frente, tendo uma chegada mais forte com os rápidos Michel Bastos e Pato. O atual líder do torneio uruguaio se manteve na dele, fechando a linha de intermediária, dificultando os passes entre os meias tricolores e saindo quando tivesse chance, usando o bom Sosa como escape.

Sem chances claras e apenas levando perigo em cruzamentos, o Danúbio mostrava sua fragilidade ao erras lances bobos e dar contra ataques ao time do Morumbi. Numa dessas saídas erradas, Ganso achou Souza que preferiu cortar o zagueiro ao chute, sendo travado na hora certa. Em outra rara chance, Pato teve de correr demais para chutar quase sem ângulo, para boa defesa de Torgnascioli.

Fora esses dois lances, o jogo se manteve arrastado com muitos erros, passes equivocados, ficando melhor para o time da casa, que aos poucos se soltava e tomava coragem no ataque. Já o São Paulo se mantinha sonolento, com Ganso pouco participativo e tendo Pato isolado demais no meio da zaga, pouco produzia na partida.

Menos apático, mais emocionante

Sem mais aquele receio ao time brasileiro, o Danubio começou a etapa final mais abusado. Usando de boas triangulações, principalmente pela direita, os mandantes jogaram mais bola na área e, sempre pegando os rebotes, Sosa arriscou de longe e contou com certa ajuda de Rogério Ceni para abrir o placar.

O gol acendeu o time e o treinador são paulino tirou Rodrigo Caio para a entrada de Luis Fabiano. Um homem de área, mais estático, levaria mais perigo e colocaria atenção no camisa 9. E foi o que aconteceu quando Reinaldo tabelou com Michel Bastos e cruzou fechado. A bola passou por toda a pequena área e Pato aproveitou no segundo pau para empatar o jogo.

Com o empate, o tricolor se manteve mais tranquilo e começou a tocar melhor a bola. Bastos e Ganso se aproximavam mais e as bolas chegavam com certa frequência na dupla de frente, mas muitas vezes através de cruzamentos longos, facilitando a vida da zaga rival. Em apenas um lance de Michel pela esquerda, Pato apareceu por trás da zaga para cabecear muito bem, parando em outra boa defesa do goleiro uruguaio.

Sem saída e perdido no meio de campo, o Danubio achou um contra ataque pela esquerda na falha do Dória. Fornaroli perdeu sozinho contra Rogério Ceni. Era a chance do orgulho uruguaio ser renascido.

E jogando melhor, apostando na pressão final, Centurión entrou em campo, buscando jogadas laterais e em infiltrações na área. A aposta deu certo e o argentino apareceu nas costas da marcação para cabecear no canto, sem força, mas com muito jeito, para virar o jogo e matar a partida. Resultado justo e levando o duelo pela superioridade técnica. A vaga está bem encaminhada.