Não era fácil e ficou ainda pior no Morumbi. O São Paulo viajou à Colômbia precisando reverter uma desvantagem de 2 a 0 no placar, sem poder contar com Ganso, seu melhor jogador, Maicon, seu melhor zagueiro, e os bons João Schmidt e Kelvin. De encontro, teria pela frente o Atlético Nacional, a melhor equipe desta Libertadores e com futebol mais vistoso da América. Convenhamos, era uma missão impossível.
+ São Paulo perde para Atl. Nacional e cai na Copa Libertadores
O torcedor acreditou. Os jogadores mais ainda. Não deu, mas ficou longe de ser uma vergonha. O problema é que a arbitragem virou foco, como se fosse a grande responsável pela eliminação. Não foi. Claro que o "comando" do chileno Patricio Polic foi ridículo. O claríssimo pênalti não dado em Hudson, a falta de pulso durante o jogo e as incoerentes expulsões coroaram sua atuação patética. Mas não foi o que determinou a eliminação paulista.
É popular que os brasileiros são vistos como 'personas non gratas' na América do Sul e não é novidade que existam arbitragens duvidosas contra os mesmos. Exemplos não faltam: Ubaldo Aquino em River Plate x São Paulo (1997) e Boca Juniors x Palmeiras (2001); Héctor Baldassi em Flamengo x Defensor (2007), América x Santos (2008) e Fluminense x LDU (2008); além de Carlos Amarilla em Corinthians x Boca Juniors (2013). Atlético Nacional x São Paulo com certeza entrará para a lista, mas colocar 180 minutos de futebol abaixo do esperado na conta dos árbitros é leviano.
ESTATÍSTICAS DA PARTIDA | ||
ATLÉTICO NACIONAL | VS. | SÃO PAULO |
52,9% | POSSE DE BOLA | 47,1% |
7 | FINALIZAÇÕES CERTAS | 2 |
8 | FINALIZAÇÕES ERRADAS | 0 |
374 | PASSES CERTOS | 271 |
42 | PASSES ERRADOS | 37 |
(Dados: Footstats)
É óbvio que o pênalti em Hudson faria uma nova partida, mas dificilmente mudaria o resultado final. O São Paulo não provocou a penalidade, ele a encontrou. O Atlético Nacional já dominava as ações até o momento chave e não abdicaria da sua forma de jogar mesmo se sofresse o tento, pois foi assim que atuou nos momentos adversos nesta Libertadores. Manteria sua pegada, assim como foi quando Calleri abriu o placar.
Foram apenas duas finalizações em 90 minutos, muito pouco para quem almejava uma vaga na final. Até mesmo o gol são-paulino não nasceu de uma jogada trabalhada, mas sim de um cruzamento até despretensioso. Muito devido as lesões e expulsões, o Tricolor estava mais pelo coração do que pela técnica. Faltou criatividade, inspiração e qualidade. Dênis fez milagres, Bruno salvou em cima da linha, momentos que aconteceriam mesmo se o pênalti fosse marcado.
No Morumbi, mesmo antes da expulsão de Maicon, o Atlético Nacional já dominava e poderia ter aberto o placar. A opção do excelente Edgardo Bauza em não recompôr o sistema defensivo e tentar fazer o resultado dentro de casa custou caro. Com espaços, o bom toque de bola colombiano brilhou e eliminatória foi decidida na partida de ida.
Por si só, a campanha do São Paulo é digna de aplausos. O elenco foi muito mais longe que o esperado e caiu de pé, com honra, orgulhando sua torcida. O Atlético Nacional se trata do melhor time da América e provavelmente será o campeão da Libertadores 2016, ou seja, não era um adversário qualquer.