O caminho para a Copa do Mundo Rússia 2018 começa a ser escrita nesta quinta-feira, com a abertura das Eliminatórias Sul-Americanas. E após um hiato de quatro anos, o Brasil volta a participar da competição, já que sediou o Mundial passado e não disputou a competição passada.

Com 10 seleções participantes, todas se enfrentarão em jogos de turno e returno, onde os quatro primeiros avançam diretamente para a Copa e o quinto colocado enfrenta a repescagem contra o vencedor da Oceania em dois jogos em ida e volta. Isso significa que as chances da Seleção Brasileira ir em mais um torneio mundial são altas, ainda que a descrença e desconfiança da torcida seja maior do que em tempos passados, ainda mais depois dos recentes fiascos, como a eliminação na Copa América e a histórica goleada por 7 a 1 para a Alemanha.

A primeira partida será contra o Chile, na sua capital Santiago, já trazendo um pouco da dificuldade que o Brasil terá nessa Eliminatórias. Mas vamos aqui enumerar fatos que podem deixar o torcedor verde e amarelo confiante em mais uma classificação em Copas.

O que esperar da Seleção

A "nova Era Dunga" parece não repetir a primeira passagem do treinador no comando do país. Aquele futebol mais defensivo, saindo em contra-ataques e apostando nas bolas aéreas ficaram no passado, com um time mais de posse, trabalhando as laterais, as chegadas do meias e com maior qualidade individual.

Ainda que o Brasil tenha caído novamente nos pênaltis para o Paraguai, a equipe nacional mostrou um futebol mais convincente, com tabelas, transições e chegada forte no ataque. A questão de momento é maior em torno dos nomes chamados pelo treinador. Convocações como a de Kaká com outros jogadores em melhor fase, parece soar como uma aberração. Mas Dunga faz justiça, quando chama nomes como Lucas Lima e Ricardo Oliveira.

Dar oportunidades para esses jogadores é valorizar a competitividade e Dunga sabe disso quando errou ao levar para a Copa América jogadores com atual passagem por mercados menores, como China e Oriente Médio. Por isso, não é de espanto que bons jogadores como Éverton Ribeiro e Diego Tardelli estejam fora do time.

A base brasileira, no papel, é boa. A pressão por classificar a equipe em mais uma Copa existe, ainda mais quando não há uma diferença tão grande entre países como é o caso de Peru e Venezuela, que encararam de igual o time canarinho. O apoio da torcida deve ser retomado, já que a camisa ainda é temida por todo o mundo. Só que o respeito está acabando e cabe à essa geração de Neymar, Willian e cia. devolver o prestígio. Dunga sabe como motivar. Sua experiência como capitão será importante e o Brasil vai precisar de muita paciência para triunfar rumo à chance do sonhado hexa.

O craque

Não há como omitir um jogador do nível de Neymar de qualquer equipe do mundo. Ainda mais quando falamos de sua seleção, que é a maior fabricante de gênios do futebol, mas que não forma ídolos como antes.

Cabe ao jovem atacante multi-campeão, capitão da equipe e querido por muitos, comandar a desprestigiada camisa verde-amarela e usando a mais pesada dos números esportivos, a 10 do futebol, trazer de volta o carisma, a vontade do torcedor e as esperanças por novos tempos de glórias.

O peso é enorme, já que responsabilidade em suas costas pode fazê-lo carregar toda jogada brasileira ter um toque seu. Neymar deve ser o desequilíbio, o centro das atenções, não o único jogador do time. A equipe precisa jogar aproveitando a qualidade do jogador do Barcelona. Se ele polarizar todos os lances para si, a tática rival para marcá-lo poderá trazer enormes dificuldades para a Seleção. Dunga precisará trabalhar isso.

Fique de olho: Willian

Extremamente habilidoso, veloz, inteligente taticamente, Willian pode ser a surpresa nesta nova passagem de Dunga pelas Eliminatórias. O meia-atacante do Chelsea cumpre muito bem a função de jogar mais aberto pela direita e consegue como poucos, quebrar a marcação e trazer a bola da linha de fundo para o meio, criando muitas dificuldades para a marcação.

Com a força das laterais e bons nomes de meio campo que o Brasil possui, as chances de Willian auxiliar Neymar na criação e finalização dos ataques brasileiros cresce. Além disso, o jogador tem ótimo chute de fora, tanto com a bola rolando, como em bola parada.

Muito regular em seus clubes, o jogador precisa repetir o feito pela Seleção, já que ainda tem altos e baixos. Ter a mesma média é importante para ele, até por ter fortes concorrentes para sua vaga, como Lucas Moura, do PSG.

À princípio, Willian começa as Eliminatórias como um dos 11 de Dunga. Como irá terminar só seu rendimento em campo irá dizer, ainda mais com o treinador sem medo de fazer alterações e com prestígio interno para mudar em quem quiser.

Desempenho nas Eliminatórias 2014

O Brasil, por ser sede da Copa do Mundo 2014, não participou da última edição das Eliminatórias e se classificou direto. Durante o tempo em que os países sul-americanos disputaram uma vaga, a Seleção Brasileira disputou apenas três competições oficiais.

Em 2011, jogou a Copa América na Argentina e a equipe caiu nos pênaltis para o Paraguai no que foi um dos piores aproveitamentos em cobranças. Foram quatro chutes e todos errados. Após isso, o Brasil foi à Londres para buscar a sonhada medalha de ouro nas Olíimpíadas, mas um início arrasador do México deu a prata ao time brasileiro. E a única conquista foi em 2013, com o título da Copa das Confederações, num massacre pra cima da Espanha no Maracanã.