Há dois anos, o Brasil levava, em casa, a mais dura goleada de sua história. O 7 a 1 da Alemanha ainda ecoa na mente de cada torcedor brasileiro que um dia acreditou que o hexacampeonato poderia ser conquistado em nosso país. Há dois anos, o futebol brasileiro deu seu último grito por mudanças. O que vimos depois desse tempo?

Quarto lugar na Copa no Brasil, queda diante do Paraguai nas quartas de final da Copa América do Chile, eliminação na primeira fase da Copa América Centenário, uma campanha terrível nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 e o péssimo início nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foi isso que a Seleção Brasileira conquistou desde o fatídico dia 8 de julho de 2014.

Todos sabiam que o futebol brasileiro precisava de mudanças imediatas. Porém, em dois anos, passaram dois técnicos (três se somarmos Rogério Micale com a Seleção Olímpica), diversos jogadores e um planejamento que não tem explicação.

Sabíamos desde 2 de outubro de 2009 que os Jogos Olímpicos viriam para o Brasil. Sabíamos desde 8 de julho de 2014 que mais um vexame em casa seria o fundo do poço para o futebol pentacampeão. Porque desde então só vivemos de lembranças das glórias e não temos investimentos no futuro dessa Seleção? Quando a Confederação Brasileira de Futebol acreditou que seria um bom momento para pensar no tal time Olímpico?

Vimos, contra África do Sul e Iraque, uma Seleção Brasileira que não se conhece, não se dedica e não se incomoda. Em campo, um elenco que só começou a treinar junto recentemente e não fez um trabalho longo e contínuo, como deveria ter acontecido; ninguém parece ficar realmente abalado ou irritado com os resultados ruins.

Com a braçadeira de capitão, um jogador que, apesar do indiscutível talento, não está pronto para assumir essa responsabilidade. Neymar briga em campo quando não deveria fazê-lo; Neymar foge da responsabilidade das derrotas; Neymar, acima de tudo, não consegue representar seu grupo. Após a derrota contra o Iraque, onde estava nosso capitão?

Começamos os Jogos Olímpicos com dois empates por 0 a 0 contra seleções tecnicamente inferiores. Depois de tudo que aconteceu nos últimos anos, quanto tempo será necessário para o Brasil realmente mudar e encontrar seu caminho? Precisaremos perder nossa fé como torcedores? Onde deixamos nossa verdadeira essência vitoriosa e que amava, acima de tudo, esse país?

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