Tite concedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (21) na sede da CBF, no Rio de Janeiro, após anunciar a lista dos convocados para as Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia 2018. O treinador falou sobre a volta ao Mineirão após o 7 a 1 na Copa do Mundo, seu primeiro Brasil x Argentina e afirmou que pedirá conselhos sobre Messi a Neymar e Daniel Alves.

A explicação inicial ficou por conta do número de atletas convocados, já que não são os tradicionais 23 nomes, mas sim 24. Casemiro, que teve uma fratura de fíbula no dia 18 de setembro no confronto contra o Espanyol, ainda pode figurar na Seleção. O jogador está em processo de recuperação e fará mais exames, sendo avaliado pelo departamento médico antes da apresentação.

O treinador Tite logo fez questão de elogiar Rodrigo Caio, um dos zagueiros convocados e que entra no lugar de Oscar, do Chelsea. "É versátil, pode trabalhar em mais de uma função como já está fazendo. Hoje atua como zagueiro, mas originalmente e na Seleção Olímpica trabalha com versatilidade. É como o caso do Marquinhos, que joga de meio-campista, lateral", afirmou.

Sobre o clássico com a Argentina, jogo válido pela décima primeira rodada das Eliminatórias, o treinador comentou que é um confronto diferenciado: "É sim um jogo diferenciado no processo da busca pela classificação. Estamos em busca dessa vaga, os pontos são iguais independente do jogo, mas tudo que envolve Brasil e Argentina é diferente. Sempre foi. Tem um peso maior e não pela classificação, mas por tudo que envolve o clássico".

Tite aproveitou para elogiar Messi e afirmar que perguntará a Neymar e Daniel Alves sobre o camisa 10 do Barcelona: "Messi, para mim, hoje é o melhor do mundo. Ele gera um espetáculo, é um desafio para a gente enfrentar um jogador de tanta qualidade. A estratégia da Argentina potencializa o Messi. Não dá para tirar a genialidade dele, mas é possível diminuir e neutralizá-lo", disse. "Neymar e Daniel Alves podem me ajudar e devem ajudar, vou perguntar com certeza. Todas as informações possíveis são importantes", completou.

O duelo contra a Argentina será o primeiro no Estádio do Mineirão depois do 7 a 1 diante da Alemanha na Copa do Mundo. Sobre o fantasma dessa derrota tão marcante, Tite afirmou que o contexto é totalmente diferente. "O trabalho psicológico foi feito e continua sendo feito ao longo do tempo. Dois anos se passaram, são outras circunstâncias. Serve de maturidade, de crescimento, de constatação. É outro momento, outro objetivo. É o mesmo palco, mas com outras circunstâncias", disse.

Marcelo retorna a convocação após ficar fora por lesão na última lista de convocados. Com isso, o jogador do Real Madrid volta a disputar vaga com Filipe Luís, do Atlético de Madrid. "Estou muito bem servido na lateral esquerda, tenho dois jogadores que disputaram finais de Champions League nos últimos três anos. É o problema que todo treinador gostaria de ter", disse Tite sobre a escolha do titular.

Douglas Costa, novamente foi convocado e a expectativa é que ele, finalmente, possa jogar com a camisa da Seleção, já que nas outras duas oportunidades ele estava lesionado: "Douglas tem mais cinco jogos pela frente. É um jogador com muita qualidade, mereceu a vaga por tudo que fez, pelo trabalho que vem fazendo. Se recuperou bem, voltou muito bem de lesão. O próprio Ancelotti apressou o processo do retorno dele". 

O treinador aproveitou para reclamar do intervalo entre o dia da convocação e da apresentação, afirmando que muitos jogadores ainda podem se lesionar e ficar fora nesse período: "Há uma lacuna muito grande da época da convocação até o dia do jogo, são vinte dias. Gostaria que o tempo fosse menor, isso será um pedido nosso para as outras seleções. O período tem que ser menor, se não ficamos muito distantes da convocação. Isso acaba gerando riscos que, caso o tempo fosse menor, não existiriam. A avaliação seria mais do momento".

As convocações não têm variado muito e isso se deve muito às vitórias tanto da Seleção quanto dos jogadores em seus clubes. Como costuma dizer, Tite voltou a afirmar que o trabalho individual dos atletas pesa muito na hora de fazer a lista. "O que os trouxe, o que vai trazer e o que os fará permanecer é o desempenho e o resultado nos seus clubes e no Brasil".

"Primeiro Brasil x Argentina... não tenho adjetivos para colocar. Estou vivendo um sonho que todo técnico brasileiro gostaria de estar. Procuro pensar mais na estratégia e no trabalho pois é uma realização, participar de um jogo como esse com toda sua qualidade, rivalidade, todo peso é muito grande. Talvez o adjetivo seja honra", disse com muita felicidade o treinador.