Nessa segunda-feira (20), a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) declarou que o atacante Jóbson, do Botafogo, teria atuado de maneira irregular no empate contra o Sport no último domingo (19). Apesar de estar apto para atuar pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o atleta teve punição reconhecida, em todo território nacional, desde a última sexta-feira (17).

Tomando ciência da situação, a diretoria do clube pernambucano se mostra bastante próximo ao caso. O vice-presidente jurídico, Leonardo Coêlho, afirmou que o Leão ainda está analisando os documentos para decidir se buscará ou não uma punição ao alvinegro. Certo é que o Leão não poderá reaver os dois pontos perdidos no jogo, mas poderá tirar quatro pontos do Fogão pelo ponto levado no empate mais três de punição por escalação irregular do avançado.

"Já estamos sabendo do caso, que foi amplamente noticiado no Rio de Janeiro. O atleta deles jogou sob liminar do STJD, mas ocorre que essa liminar foi dada em dissonância com uma norma da Fifa, que diz que quando um jogador for punido por uma federação ela permanece nas demais federações vinculadas à Fifa. Em tese, essa liminar poderia, e nisso quero frisar bem, poderia ter deferido em dissonância essa norma maior da Fifa", declarou Leonardo ao Super Esportes.

Precavidos, os diretores rubro-negros contrataram um advogado, que solicitou uma cópia integral do processo. O dirigente assegurou que a postura será definida até o fim da semana, pois será realizada uma análise, afinal deixa transparecer que, fazer um rival na luta contra o rebaixamento perder pontos, também beneficiaria a equipe leonina.

"Vamos analisar o caso e, na sequência, definir se vamos ou não postular a perda de pontos do Botafogo. Na situação do Sport ajudaria muito. O Botafogo é um candidato forte ao rebaixamento. E se tenho um adversário direto que pode perder pontos há um interesse nosso direto também", finalizou o dirigente do time da Praça da Bandeira.

A entidade se baseou nos termos do Decreto 6.653, que promulga a Convenção Internacional Contra o Doping no Esporte, da Unesco. O jogador, na ocasião, se negou a realizar um exame antidoping quando defendia as cores do Al-Ittihad, da Arábia Saudita, tendo sua sanção ampliada de quatro para oito anos afastado do futebol.

Enquanto a autoridade responsável pelo controle de dopagem expõe a apresentação de dois recursos referentes ao processo que corre no tribunal, o procurador-geral Paulo Schmitt explicou que não existe uma posição oficial da Fifa sobre a abrangência mundial da decisão imposta pelo tribunal árabe, ressaltando que ainda não ocorreu julgamento no Brasil.