O dia tinha tudo pra ser feliz para os vascaínos. A diretoria fez promoção nos ingressos e a torcida compareceu à Colina. Entretanto, esqueceram de combinar com o adversário que veio à São Januário e segurou o empate. O Gigante da Colina recebeu o América-RN nesse sábado (19), em partida válida pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. O confronto marcava o reencontro dos cruzmaltinos com os jogadores, algo que não acontecia há três meses, devido a punição referente as brigas de torcidas ocorridas no último Brasileirão. No fim, o resultado de 1 a 1 irritou os vascaínos que dispararam contra o técnico Adílson Batista. 

As criticas não são novidades nessa passagem de Adílson pelo Vasco. A parada para a Copa do Mundo apenas esfriou a insatisfação que os torcedores tinham com o comandante. Na partida dessa tarde (19), o empate foi suficiente para que os cruzmaltinos voltassem a pegar em seu pé, cujo declarou estar acostumado com isso: 

"Já estou vacinado. Desde que cheguei ao Vasco, tento sempre fazer o meu melhor. Mas a responsabilidade é sempre do treinador. Isso é normal no Brasil, é cultural. Acho que vai demorar para os torcedores entenderem. Perdemos apenas três vezes em 2014", afirmou. 

Na coletiva após o jogo, o técnico falou sobre a cultura brasileira em relação ao futebol, onde segundo ele, as críticas aos treinadores são comuns:  "Sei o que faço. No Brasil, o torcedor vaia quando a bola é recuada para o goleiro. Mas com o Neuer é bonito. No Brasil, escanteio curto é feito. Mas no Barcelona é bonito. Estou acostumado. Entendo e respeito. Tenho que conviver com isso. O índice de analfabetismo no país é grande. Se a gente for levar para o lado da política, entendemos o atraso. E sempre sobra para o treinador", lamentou.

As primeiras vaias para Adílson Batista surgiu após a substituição de Carlos César. O técnico tirou o lateral-direito e colocou o meia Lucas Crispim. O comandante do Vasco da Gama explicou o motivo da mudança:  "A saída do Carlos já era pensada porque ele não jogava há algum tempo", explicou. 

 O Gigante da Colina poderia ter saído de campo com os três pontos. A equipe desperdiçou algumas chances claras ao decorrer da partida. Adilson Batista comentou essas oportunidades perdidas: 

"O nosso objetivo era vencer, convencer, entrosar, crescer na competição. Fizemos por merecer, mas infelizmente a bola não quis entrar. Sufocamos, jogamos adiantados, eles tiveram só o gol e mais uma situação. Merecíamos melhor sorte pelo nosso volume de jogo. Eles empataram em um erro nosso. Mudamos nosso jeito de jogar, abrimos mais o time e demos o contra-ataque. Ainda assim o Martin fez apenas uma boa defesa. O volume e as chances foram nossas, mas a bola não quis entrar", declarou.

Na próxima quarta-feira o Vasco inicia uma série de três jogos que fará contra a Ponte Preta. Nas duas próximas quarta-feiras serão realizados confrontos válidos pela Copa do Brasil, enquanto que no sábado (26), as equipes jogam pela segunda divisão. Adílson Batista comentou essa sequência:

''Serão três jogos seguidos. E sabemos da importância deles depois do empate de hoje. Deixamos escapar o nosso objetivo de encostar no pessoal da frente. Quarta-feira é Copa do Brasil e a primeira fora de casa. Vamos tentar fazer gols porque é importante. Vai ser um duelo bem disputado. A Ponte tem um bom time e vamos nos preparar", encerrou.