Depois de 34 jogos, ou sete meses e dez dias, o Vasco da Gama voltou a conhecer o gosto de uma derrota. A invencibilidade gigantesca que a equipe vinha sustentando teve fim diante do Atlético-GO, vice-líder e candidato fortíssimo a figurar no grupo dos quatro que subirão para a elite do futebol brasileiro na próxima temporada. Apesar do segundo tempo muito forte, o Gigante da Colina sofreu com erros incomuns de sua defesa e viu o Rubro-Negro de Goiás empatar a pontuação.

O resultado adverso, entretanto, não foi suficiente para tirar a liderança da equipe carioca. Os goianos encostaram e agora somam os mesmos 19 pontos que o Vasco. Com o empate em vitórias, primeiro quesito de desempate, o saldo de gols entra em jogo, e nele o Vasco leva muita vantagem, 10 a 5 contra os atleticanos. O G4 se completa com Bahia e Náutico.

Na próxima rodada, o Atlético-GO vai à Santa Catarina, onde enfrenta o Joinville, na Arena. Já o Vasco, volta ao Rio para uma partida duríssima. A equipe de Jorginho terá o Náutico pela frente. Ocupando a quarta posição, com apenas três pontos a menos que os cariocas, os pernambucanos deverão trazer dificuldades. As duas partidas acontecem simultaneamente, na próxima terça-feira (14), às 19h15.

Primeira etapa termina empatada, com equilíbrio entre as equipes

O tão esperado encontro de líder e vice-líder na Série B começou como se imaginava. As duas equipes estavam extremamente inclinadas a vencer, com formações distintas, mas igualmente ofensivas. O Atlético, mandante fora de casa, já que vendeu a partida para uma empresa, que por sua vez, levou o confronto para Cariacica, um reduto de cariocas dada a proximidade da cidade capixaba para a capital fluminense, sentia a pressão da torcida, esmagadoramente maior do lado vascaíno.

O Vasco pensava com certa cautela na partida, já que o nível do adversário não era qualquer. Por isso, as iniciativas ofensivas partiram do lado Rubro-Negro, levando perigo à meta de Jordi por duas vezes antes dos 10 minutos de jogo. A tática carioca era o toque de bola. A qualidade que faltava, com a ausência do craque Nenê, era, de certo modo suprida pela coletividade, com um ataque conjunto, que primava pelo toque de bola. Foi assim que a primeira chance vascaína apareceu, com uma tabela entre Jorge Henrique e o chefe do meio campo sem Nenê, o camisa 7 Andrezinho, a equipe chegou ao fundo, mas a recuperação e o corte pela defesa vieram rápido.

O Dragão então resolveu deixar a posse de bola com o Vasco, e esperar para sair em rápidos contra-ataques, mas aí, com a equipe goiana fechadinha, a falta de Nenê se mostrou mais evidente. O excesso de toques laterais, sem nenhuma objetividade, principalmente por parte de Marcelo Mattos e William, demonstravam que a presença de Yago Pikachu no meio campo não seria motivo de salvação.

Em um contra-ataque, tanto esperado pelos atleticanos, após cruzamento na área e falha bisonha de Jordi, Júnior Viçosa só teve o trabalho de empurrar para o fundo da rede, para marcar o primeiro gol da partida, e começar a trilhar o caminho que levaria ao fim da invencibilidade do Vasco da Gama.

Mas, o nível de atuação vascaíno, embora abaixo do normal, ainda levava muito perigo, como na blitz armada pela equipe de Jorginho por volta dos 30 minutos, quando Leandrão, tentou por cima e após rebatida da defesa, Pikachu chutou forte, mas a bola explodiu no paredão defensivo armado por Marcelo Cabo. Porém, a insistência vascaína deu resultado e, exatamente aos 40 minutos, após falta bem cobrada por Júlio Cesar, Rodrigo escorou e Luan chutou forte, para empatar a partida em 1 a 1 e dar números finais à primeira etapa.

Rodrigo falha na etapa final e Atlético finaliza série invicta cruzmaltina

O time de Jorginho voltou forte para a segunda etapa. A conversa no vestiário tenha acordou a equipe, já que aos 3’, a equipe já havia chegado duas vezes, ambas com Eder Luís, que entrara no intervalo. Porém, já que no futebol não existe justiça, no melhor momento do Vasco na partida, o Atlético-GO marcou após falha escandalosa do zagueiro Rodrigo, quando a bola passou por baixo de suas pernas, ficando livre para Viçosa tocar para o desmarcado Willian Schuster empurrar para o gol, sem goleiro. Atlético 2 a 1.

A partir daí o Vasco começou uma verdadeira batalha pelo gol de empate, que poderia ter saído em pelo menos cinco oportunidades. Aos 10’, Eder Luís, que entrou bem na partida, chutou de longe, assustando o goleiro Marcos. Três minutos depois, Júlio César, de fora da área, tentou, mas novamente o arqueiro atleticano pegou.

O panorama seguiu até o fim da partida, com um volume muito maior do Vasco, interrompido apenas por algumas estocadas ofensivas do Dragão. No fim, até o zagueiro Luan subiu para o ataque, esperando as bolas aéreas ao lado de Thalles, que já substituía Leandrão, mas todo o esforço vascaíno não foi suficiente para livrar o Vasco da derrota.