Conhecido como maior nome do judô Paralímpico brasileiro, António Tenório acumula títulos no esporte. Único judoca a alcançar quatro ouros em Paralimpíadas consecutivamente (Atlanta-1996 até Pequim-2008), na Rio-2016 ele disputou mais uma final pela sua categoria (até 100kg). Desta vez, Tenório não ficou no lugar mais alto do pódio, mas não tem nada para lamentar. Com a primeira prata conquistada no torneio, chegou a sexta medalha Paralimpíca e já é um dos maiores nomes da modalidade.

Favorito ao lugar mais alto do pódio, a caminhada de Tenório até a medalha teve início na manhã deste sábado (10) contra o alemão Oliver Upmann. Após vencer a primeira luta com tranquilidade, nas quartas de final a história foi um pouco diferente. Enfrentando o britânico Christopher Skelley, o brasileiro precisou usar sua experiência para sair vitorioso somente no golden score (tempo regulamentar). Na semifinal, era a vez de encarar o paratleta uzbeque Shirin Sharipov, outro duelo complicado. Porém, novamente o judoca se superou e saiu vencedor. A busca agora era pela quinta medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos.

O adversário da vez era nada menos que seu algoz em Londres-2012. O sul-coreano Gwanggeun Choi foi responsável pela única Paralimpíada na qual Antônio Tenório não chegou a finalíssima na sua categoria — na época, Tenório acabou ficando com o bronze —. Após tomar um Ippon ainda longe do fim da luta, o judoca sofreu mais uma derrota para Choi. Mas dessa vez, foi condecorado com a primeira medalha de prata em Paralimpíadas.

Antônio Tenório se tornou deficiente após uma brincadeira aos 13 anos. O multi-campeão, que já praticava o judô antes de se tornar deficiente visual, perdeu a visão do olho esquerdo ao receber uma estilingada com uma semente de mamona. Seis anos depois, o paratleta sofreu uma infecção que o deixou completamente cego. Campeão Mundial, Brasileiro, e Parapan-Americano, essa deve ser a última participação em Jogos Paralímpicos de Tenório.