O tiro esportivo é um esporte que consiste em atirar com uma arma que pode ser de fogo ou de ar comprimido, exigindo precisão, velocidade e disciplina dos adeptos à modalidade. Além disso, é indispensável o uso de equipamento de proteção individual (EPI), tal como óculos protetor, tampões de proteção do ouvido e um colete para guardar munição.

As primeiras aparições do tiro esportivo datam do século XIX, na Suécia. Logo, o esporte chegou ao alcance dos demais países europeus. Na Grã-Bretanha, em 1814, o coronel Peter Hawker compôs um livro que continha as regras do esporte.

É um esporte olímpico desde as Olimpíadas de Atenas, em 1896. A partir disso, ficou ausente somente das Olimpíadas de 1904, em St. Louis, nos Estados Unidos, e em 1928, nas Olimpíadas de Amsterdã, na Holanda.

As mulheres passaram a competir na Cidade do México, em 1968, juntamente com os homens. As categorias femininas surgiram na Olimpíada de 1984, em Los Angeles. Antes disso, em Montreal, na Olimpíada de 1976, a estadunidense Margaret Murdock foi a primeira mulher a conquistar uma medalha no tiro esportivo, conquistando a prata na “carabina três posições”.

Com polêmica e ideia absurda aos tempos atuais, as Olimpíadas de 1900 pombos vivos foram utilizados como alvo na disputa. Ambientalmente, isso não foi mais aceito.

Categorias do tiro esportivo

Existem três categorias do tiro esportivo. Elas dividem-se pelas armas utilizadas e pelas provas em questão. São elas:

Pistola – as provas podem ser: pistola livre, sport – para mulheres; pistola de ar e tiro rápido – para homens.

Carabina – são três subcategorias e armas diferentes para homens e mulheres. A categoria carabina deitado é somente para homens. Carabina três posições e carabina 10 m são tanto para homens quanto para mulheres.

Tiro ao prato – as provas são: skeet, fossa olímpica e fossa dublê. No skeet, são lançados 25 pratos, em cinco séries para os homens e em três séries para as mulheres. A arma usada é uma escopeta calibre 12. Na fossa olímpica, usa-se escopeta calibre 22 e o número de pratos e de séries são o mesmo do skeet. Por fim, a fosse dublê é uma subcategoria somente masculina, com o lançamento de 50 pratos. Usa-se também a escopeta calibre 22. Os pratos têm 11 cm e são confeccionados de argila, calcário e alcatrão.

Tiro esportivo brasileiro na história do Pan

O tiro esportivo é uma das poucas modalidades praticadas desde a primeira ocorrência dos jogos e que representou disputas em todas as edições.. Em 1951, nos primeiros jogos Pan-Americanos, realizados em Buenos Aires, o Brasil competiu nas categorias Pistola 50 metros, Pistola de Tiro Rápido, Revólver 50 metros, Carabina Deitado e Carabina 3x40. Individualmente não houve medalhas, mas houve prata em pistola de tiro rápido e bronze em carabina deitado, nas categorias por equipe.

Após outras duas edições, o Brasil voltou a ganhar medalhas no esporte quando foi sede dos jogos. Em São Paulo, 1963, bronze na categoria pistola 50 metros por equipe e no fuzil livre por equipe.

A primeira medalha de ouro brasileira veio nos jogos de Cáli, na Colômbia, em 1971. Bertino de Souza foi campeão na categoria pistola 50 metros. O mesmo atirador conquistou o bronze ao lado de Iain Ritchie, Durval Guimarães e José Tarouco na Pistola de Fogo Central.

No skeet individual, Athos Pisoni conquistou o ouro na Cidade do México, em 1975. O país acumula medalhas de prata e bronze, mas nunca mais conquistou o ouro nas provas do tiro esportivo masculinas.

Na história, o Brasil soma 3 medalhas de ouro, 13 de prata e 27 de bronze, totalizando 43 medalhas em tiro esportivo. Destaque para Durval Guimarães, que soma 2 de prata e 6 de bronze. Ele está nos top 10 dos brasileiros em números absolutos de medalhas em Jogos Pan-Americanos.

A modalidade nos jogos de 2011

Os Estados Unidos têm amplo domínio no esporte, tanto no continente, quanto mundialmente nas disputas olímpicas. Em 2011, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, foram 10 medalhas de ouro, 4 de prata e 4 de bronze dos EUA.

A Guatemala ficou em segundo no quadro de medalhas da modalidade, com 2 de ouro. Brasil, Cuba e Canadá somaram uma medalha de ouro cada.

O primeiro lugar brasileiro foi no feminino. Ana Luiza Mello orgulhou os brasileiros com a conquista inédita entre as mulheres. O triunfo ocorreu na categoria pistola 25 m. Outras cinco medalhas de bronze foram conquistadas por homens brasileiros no Pan de 2011.

A catarinense Ana Luiza Mello com a medalha de ouro nos jogos de Guadalajara (Foto: Divulgação)

Em 2007, a superioridade norte-americana foi semelhante, com 10 de ouro, 9 de prata e 3 de bronze. O país estadunidense deteve metade das medalhas possíveis na ocasião ocorrida no Rio de Janeiro.

Tiro esportivo no Pan 2015 - Formato e chances brasileiras

As categorias a serem realizadas no Centro Pan-Americano de Tiro, em Innisfil, são: Pistola de ar 10m, tiro rápido 25 m, pistola 50m (só masculino), pistola 25m (só feminino), carabina de ar 10m, carabina deitado, carabina três posições, fossa olímpica, fossa dublê e skeet.

Fique de olho: Daniela Carraro é a única atiradora brasileira de elite no skeet feminino. Campeã nacional, ela ficou no terceiro posto no Campeonato das Américas, em outubro de 2014, em disputa realizada no México. Além disso, levou o ouro nos Jogos Sul-Americanos. Olho nela!

Daniela Carraro, esperança de medalha para o Brasil. (Foto: Divulgação / Comitê Olímpico Brasileiro)