Adhemar Ferreira da Silva. Um dos maiores atletas brasileiros até então, se tornaria um mito do esporte, não apenas do país, mas do mundo. Adhemar, que fora campeão olímpico do salto triplo em Helsinque, quatro anos antes, se tornaria bicampeão olímpico em Melbourne, no ano de 1956.

O Brasil permanecia muito conturbado politicamente. Getúlio Vargas havia se suicidado dois anos antes, sendo substituído por Carlos Luz e, posteriormente, por Nereu Ramos. No início de 1956, quem assumiu foi o presidente eleito Juscelino Kubitschek. Sendo assim, em cerca de 2 anos, quatro presidentes assumiram a cadeira do maior posto do cargo executivo do país.

Nos esportes, o país tinha uma esperança: Adhemar Ferreira da Silva. Campeão Olímpico na prova do salto triplo quatro anos antes e bicampeão Pan-Americano em 1955, na competição disputada na Cidade do México, o paulista chegava forte e como favorito para os Jogos Olímpicos de Melbourne. E confirmou seu favoritismo.

Nas qualificatórias da prova do salto triplo, a marca “mínima” foi de 14,80 m. Onze atletas não conseguiram atingir a marca, e Adhemar, como já esperado, classificou-se com tranquilidade.

Na prova final, Adhemar e o islandês Vilhjálmur Einarsson travaram uma empolgante batalha pela medalha de ouro, com o adversário do brasileiro estabelecendo o recorde olímpico de 16,26 m. Entretanto, o atleta do Brasil não deixou barato, e conseguiu um salto ainda mais surpreendente, na marca de 16,35 m, o novo recorde olímpico, e que tornou-o bicampeão dos Jogos Olímpicos na prova do salto triplo e, escrevendo assim, seu nome na eternidade do esporte brasileiro.

Adhemar Ferreira da Silva, que fora atleta do Clube de Regatas Vasco da Gama e do São Paulo Futebol Clube, não apenas escreveu seu nome na história das tradicionais equipes, como adicionou duas estrelas douradas ao escudo do clube paulista. Elas são relativas aos recordes mundiais estabelecidos pelo atleta nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, e, posteriormente, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, em 1955, quando teve marca de 16,56 m.

Se quatro anos antes Adhemar Ferreira da Silva fez história como o segundo campeão olímpico do Brasil, em 1956 ele faria história pelo atletismo brasileiro.

Ficha técnica – Salto Triplo, disputado nos Jogos Olímpicos de Melbourne 1956:

Ouro: Adhemar da Silva - 16,35 m (Brasil)

Prata: Vilhjálmur Einarsson - 16,26 m (Islândia)

Bronze: Vitold Kreyer - 16,02 m (União Soviética)

4° lugar Bill Sharpe - 15,88 m (Estados Unidos)

5°lugar: Martin Řehák - 15,85 m (Tchecoslováquia)

6° lugar: Leonid Shcherbakov - 15,80 m (União Soviética)

7° lugar: Koji Sakurai - 15,73 m (Japão)

8° lugar: Teruji Kogake - 15,64 m (Japão)

9° lugar: Ken Wilmshurst - 15,54 m (Grã-Bretanha)

10° lugar: Ryszard Malcherczyk - 15,54 m (Polônia)

11° lugar: Ira Davis - 15,40 m (Estados Unidos)

12° lugar: George Shaw - 15,33 m (Estados Unidos)

13° lugar: Hiroshi Shibata - 15,25 m (Japão)

14° lugar: Kari Rahkamo - 15,21 m (Finlândia)

15° lugar: Mohinder Singh - 15,20 m (Índia)

16° lugar: Éric Battista - 15,15 m (França)

17° lugar: Paul Bamela Engo - 15,03 m (Nigéria)

18° lugar: Tapio Lehto -14,91 m (Finlândia)

19° lugar: Hannu Rantala - 14,87 m (Finlândia)

20° lugar: Lawrence Ogwang - 14,72 m (Uganda)

21° lugar: Choi Yong-Kee - 14,65 m (Coréia do Sul)