A Hungria é a terceira maior medalhista olímpica na esgrima, com 83 medalhas no total. A maior parte delas, num total de 44, foram conquistadas na modalidade sabre. E foi o sabre húngaro que fez despontar o maior esgrimista de todos os tempos: Aladár Gerewich. Nascido em 16 de março de 1910 na cidade de Jászberény, Gerevich foi o único atleta olímpico a conquistar medalhas de ouro em seis jogos consecutivos, mesmo com o hiato causado pela Segunda Guerra Mundial.

Aladár tinha 22 anos quando disputou os Jogos Olímpicos pela primeira vez, na edição de 1932, em Los Angeles (EUA). Ajudou a equipe olímpica húngara a repetir o feito dos jogos de Antuérpia em 1928 e ganhou sua primeira medalha de ouro no sabre por equipes. Quatro anos depois, nos jogos de Berlim, ele disputou os Jogos em três modalidades, tendo sido sétimo colocado no florete por equipes, bronze no sabre individual e novamente ouro no sabre por equipes.

No auge da sua forma física, Gerevich se viu impedido de conquistar seu terceiro ouro devido à Segunda Guerra Mundial, que causou o cancelamento das edições de 1940 e 1944. Mas em 1948, nos jogos de Londres, aos 38 anos, Aladár se superou. Foi quinto colocado no florete por equipes, deu o quarto ouro consecutivo à Hungria - e terceiro dele - no sabre por equipes e conquistou pela primeira e única vez um ouro no sabre individual.

A trajetória vitoriosa do húngaro estava longe de terminar. Nos jogos de Helsinque, em 1952, o quarentão Gerevich, especialista no sabre, conquistou sua primeira e única medalha no florete. A equipe húngara perdeu para a França e a Itália, mas venceu o Egito e ficou com o bronze. Já no sabre individual, perdeu a decisão para o também húngaro Pál Kovács e ficou com a prata. E no sabre por equipes veio o quarto ouro consecutivo de Aladár e o quinto da Hungria.

Nos jogos olímpicos de Melbourne, Aladár estava novamente na ativa, aos 46 anos, novamente em alto nível. Não disputou no florete, mas foi quinto colocado no sabre individual. E ajudou a equipe húngara a conquistar mais um ouro no sabre por equipes, derrotando com sobras a quarta colocada França e a equipe da Polônia, que ficou com a prata.

Aos 50 anos e ainda se sentindo em boa forma, Gerevich desejava disputar os jogos de Roma 1960, mas recebeu duras críticas devido à sua idade avançada. Ele fez um desafio aos demais integrantes da equipe e venceu todos eles, sendo reintegrado ao time. Aladár também disputou a modalidade individual do sabre, mas ficou na quinta posição. Porém no sabre por equipes colaborou para a Hungria trazer seu sétimo ouro seguido, e Gerevich seu sexto.

Além das conquistas olímpicas, Aladár também ganhou por três vezes o campeonato mundial no sabre individual - em 1935, 1951 e 1955 - e várias outras vezes em competições por equipes. Sua esposa, Erna Bogathy, também foi medalhista olímpica - bronze em 1932 no florete - e era filha do austríaco Albert Bogathy, que conquistou a prata no sabre por equipes em Estocolmo 1912 representando seu país. O filho do casal, Pal Gerevich, conquistou dois bronzes pela Hungria na modalidade que consagrou seu pai, em Munique 1972 e em Moscou 1980.

Após sua sétima medalha de ouro, Aladár decidiu se aposentar das competições e se tornou treinador de esgrima no clube Vasas Sports, na cidade de Budapeste, formando novos esgrimistas até falecer no dia 14 de maio de 1991. Até hoje a Hungria continua disputando as competições de esgrima em alto nível e ganhando medalhas olímpicas, em grande parte graças ao legado deixado por esse grande esportista.

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Sobre o autor
Ney Gusmão
Recifense, de Jornalismo e amante do esporte mais popular do mundo.