Daniel nasceu sem os dois braços e os dois pés, depois de uma gestação complicada e um parto prematuro. Aos três anos, começou a usar próteses nos pés. Teve, por isso, uma infância difícil, mas nunca perdeu a alegria.
A natação surgiu em sua vida quando tinha 16 anos. Dois anos depois deste começo, participou de seu primeiro Campeonato Mundial, em Durban, na África do Sul. Lá, o jovem de 18 anos começava a se tornar um fenômeno na modalidade. Conquistou três medalhas de ouro nos 100m livre, 200m medley e no revezamento 4x50.
Era apenas o início.
Nos Jogos Para-Panamericanos do Rio, em 2007, o brasileiro pendurou oito medalhas de ouro no pescoço. Foi apenas uma demonstração do que aconteceria no ano seguinte na Paralimpíada de Pequim. Dias conquistou o total de nove medalhas na China: quatro de ouro, quatro de prata e uma de bronze.
Onze. Foi este o número de conquistas douradas do atleta no Para-Pan de Guadalajara, competição que precedeu os Jogos Paralímpicos de Londres, de 2012. Naquele ano, Daniel tornou-se o maior atleta paralímpico da História, acumulando um total de 16 medalhas, sendo 11 delas de ouro, quatro de prata e uma de bronze.
Por três anos (2009, 2012 e 2016), Daniel foi o vencedor do Prêmio Laureus, que é o equivalente ao Oscar no esporte, como o melhor atleta paralímpico. Até então, somente Pelé, Ronaldo e Bob Burnquist haviam realizado este feito representando o Brasil.
Daniel espera ainda mais do Rio. Passou três semanas na Espanha, em um local onde o ar é rarefeito, para treinar e melhorar sua resistência física. Voltou ao Brasil trazendo muita expectativa sobre seu desempenho nas piscinas cariocas. Ele com certeza surpreenderá e encantará outra vez. Mas, aconteça o que acontecer, sem dúvidas, já é um grande orgulho para os torcedores brasileiros.