A Audi confirmou a saída do Mundial de Endurance na manhã desta quarta (26). A informação que já era esperada, desde o escândalo dos motores a diesel da VW e a chegada da Porsche, se comenta a saída da Audi do WEC.

Em meio de nota, o presidente do conselho administrativo da Audi, Rupert Stadler diz que o foco da montadora neste momento é a Fórmula E.

“Nós estamos indo disputar corridas com energia elétrica”, disse Stadler. “Como os nossos carros de produção estão se tornando cada vez mais elétricos, nossos carros esportivos tem que buscar esse tipo de competição.”

Foram 18 anos participando de provas de longa duração. Com 13 vitórias nas 24 horas de Le Mans. Foi da Audi também a primeira vitória com um motor diesel em 2006, e do primeiro sistema híbrido em 2012.

De 185 corridas, 106 foram vencidas pela Audi, 80 poles e 94 voltas mais rápidas. Foram duas vezes campeões do WEC e nove vezes na ALMS. “Depois de 18 anos em corridas de protótipos que foram excepcionalmente bem-sucedidos para a Audi, é, obviamente, extremamente difícil de sair”, disse o chefe da Audi Motorsport Dr. Wolfgang Ullrich.

“Audi Sport Time Joest moldaram o WEC durante este período como nenhuma outra equipe.”

“Eu gostaria de expressar os meus agradecimentos ao Reinhold Joest e sua equipe, os motoristas, parceiros e patrocinadores para esta cooperação extremamente bem sucedido. Tem sido um grande momento. “

Audi aumentou sua parceria com a equipe ABT Schaeffler na Fórmula E atual, e está trabalhando no sentido de um programa completo de fábrica para a temporada 2017/2018.

Além disso, a Audi irá manter seu programa na DTM, em que ganhou os títulos de equipe e nesta temporada. A decisão sobre o futuro no Campeonato Mundial de Rallycross ainda está sendo decidido

Lucas di Grassi foca na Fórmula E

O brasileiro é piloto de fábrica da Audi desde o início de 2013, tendo feito uma estreia no final de 2012 no Brasil correndo com o Audi R18 e tendo sido, em seguida, contratado. “Fui extremamente bem recebido, considerado um membro da família, o que facilitou muito a minha adaptação naquela época em que eu iniciava uma nova fase na minha carreira. Para mim tem sido uma honra representar a Audi, uma marca e um sistema de trabalho com os quais eu me identifico de maneira gigantesca”, apontou o paulistano.

Dentro do programa de corridas de endurance, Di Grassi destacou-se junto da Audi tendo conquistado três pódios em quarto participações nas 24 Horas de Le Mans. Na mais famosa corrida de longa duração do planeta, o brasileiro nunca terminou fora do top-4 e é o responsável pelo melhor resultado geral de um piloto brasileiro na mítica prova com o segundo lugar conquistado em 2014.

“Agradeço a Audi por estes três anos correndo de protótipo no FIA WEC, onde tive a honra de correr ao lado de Tom Kristensen, que é uma verdadeira lenda de Le Mans; e depois, nos últimos dois anos com o (Loïc) Duval e o (Oliver) Jarvis. Vencemos corridas, fizemos poles, subimos ao pódio das 24 Horas de Le Mans três vezes em quatro participações, e isso é muito satisfatório”, destacou o piloto de 32 anos.

No Mundial de Endurance, Lucas tem uma vitória e duas pole positions na atual temporada, e segue na luta pelo título da competição faltando duas provas para o final do campeonato. Com ‘jornada dupla’ há dois anos e meio, quando também passou a competir na Fórmula E, Lucas e a Audi passam a focar 100% na categoria dos carros elétricos. Para a atual temporada, que já foi iniciada, a Audi anunciara sua entrada com mais vigor, esforços e recursos.

“A Audi vai focar na Fórmula E, e eu também. Vai ser meu trabalho integral, pois é um campeonato que está se expandindo, crescendo muito. Estou muito contente com a categoria, que vem tomando uma dimensão muito grande. E a prova disso é o comprometimento da Audi a longo prazo com a Fórmula E”, afirmou Lucas.

Di Grassi também continuará em outros projetos. “Eu tenho um contrato de longo prazo com a Audi e também com a Fórmula E, então a tendência para os próximos anos é continuar onde estou e tentar vencer corridas e campeonatos”.

“Além da Fórmula E, vou continuar com o desenvolvimento do primeiro carro de corridas autônomo, o RoboRace, pois acredito que a indústria vai seguir esse rumo. É um trabalho pelo qual me interesso bastante e que se projeta como uma das boas opções no futuro da mobilidade”, lembra o brasileiro, que permanece junto da marca alemã onde, segundo o próprio, tornou-se um “membro da família”.

“Durante este período eu também tive parceiros brasileiros que me apoiaram muito, como a Aethra e a Eurobike, e a eles eu agradeço por terem estado estes três anos comigo no WEC, nesta fase da minha carreira em protótipo. Avida continua, foco total na Fórmula E. O futuro é elétrico. Mas também continuamos este ano com foco na busca pelo título do WEC e fechar essa passagem da Audi da melhor maneira possível”, encerrou.