Desde a sua estreia na Fórmula 1 em 2008, a Force India nunca esteve em uma situação financeira considerada confortável. Porém, o quadro pode piorar neste ano. Segundo uma matéria publicada pelo site Motorsport.com nesta terça-feira (02), a equipe deve perder o apoio da Sahara, que é sua patrocinadora master. A retirada do patrocínio deverá acontecer graças a polêmicas extra pista.

Desde março de 2014, o fundador e atual presidente da Sahara India Pariwar, Subrata Roy, está preso na Índia por conta de acusações de fraude fiscal. Com isso, para devolver o dinheiro a alguns investidores, o conglomerado terá que vender a sua parte da Force India, além de alguns hotéis e aviões que detém. O valor arrecadado com as vendas deverá chegar a 441 milhões de dólares, o equivalente a R$ 1,7 bilhão.

Desde 2011, a Sahara tem participação ativa na Force India. Naquele ano, o conglomerado comprou 42,5% das ações totais da equipe. O dono da escuderia, Vijay Mallya, também possui 42,5%, e os outros 15% são da família Mol, que articulou a venda da Spkyer em 2007. Foi com a compra da Spyker que surgiu a Force India, no ano seguinte.

Curiosamente, Vijay Mallya também tem histórico de problemas judiciais. Em 2015, ele esteve envolvido em um processo do United Bank For India (UBI), maior banco do país, por conta de fraudes e calote em um empréstimo multimilionário para a Kingfisher, empresa aérea controlada por ele que acabou falindo em 2012 (enquanto esteve na ativa, a Kingfisher patrocinou a Force India). Ele foi inocentado, mas só pode deixar a Índia desde então com autorização prévia. Ainda no ano passado, ele também foi processado por fraude na compra de terras para plantio de cana-de-açúcar. As propriedades em questão acabaram sendo confiscadas.

A marca da Sahara já havia sido substituída algumas vezes nos carros da equipe em 2015 pelas empresas de telecomunicações Telmex e Claro. Ambas são do grupo América Movil, controlado pelo mexicano Carlos Slim, que segundo a revista Forbes, é o segundo homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em 77 bilhões de dólares (perdendo apenas para o fundador e presidente não executivo da Microsoft, Bill Gates, com 79,2 bilhões). Slim patrocina o seu conterrâneo, Sergio Pérez, que é piloto da Force India desde 2014.

Com a provável retirada do patrocínio da Sahara, a escuderia indiana deve mudar seu nome oficial. Porém, ao que tudo indica, diferentemente do que aconteceu com a Renault, que irá substituir Pastor Maldonado por Kevin Magnussen graças ao fim do patrocínio da PDVSA ao venezuelano, o time deverá manter a dupla de pilotos já confirmada, que além do mexicano Pérez, tem o alemão Nico Hülkenberg.

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Sobre o autor
Eduardo Costa
Fã de quase todos os esportes, e sofrendo com todos os seus times neles. Dissertando um pouco sobre Fórmula 1, futebol inglês e futebol alemão.