A Fórmula 1 está tendo que lidar com um grande problema na temporada de 2016: suas regras que geram polêmicas. Primeiro, a questão das punições para determinadas mensagens técnicas no rádio, que foi extremamente criticada e acabou sendo banida. Agora, o ponto de debate é outro quesito que causa muitas discordâncias: limites de pista.

Neste ano, a F1 decidiu promover sanções aos pilotos que ultrapassarem esses limites (normalmente determinados por uma linha branca nas zebras), inclusive instalando sensores que detectam virtualmente quando o carro cometeu o erro. A regra vem sendo levada ao extremo há algumas corridas pela FIA (Federação Internacional do Automobilismo) e causou muitas reclamações de várias partes. E agora, esse grupo ganhou dois novos – e influentes – integrantes.

Toto Wolff e Christian Horner, chefes das duas principais equipes do momento na categoria (Mercedes e Red Bull, respectivamente), defenderam mudanças na regra em questão. Em entrevista ao site Motorsport.com, Horner falou que a questão precisa ser mais simplificada, para que o público específico do automobilismo possa entender melhor.

Eu acho que o problema é que você não pode fazer isso curva por curva. Minha frustração é que deveria ser algo simples. Tem uma linha branca que vai por todo o circuito, e é muito fácil controlar se você pune quando alguém tem as quatro rodas fora dela. Em outros esportes isso parece funcionar, com a bola, ou os pés, ou qualquer outra coisa”, disse o chefe de pista da Red Bull.

Há uma relutância em fazer isso, o que é justo, mas se isso existe, você tem que permitir os pilotos usarem o que está lá. Você não pode ter uma regra para a curva 1 e outra para a curva 17, isso é muito confuso para nós no paddock e para os fãs. Para mim, isso não é claro, e precisamos sair disso, vindo com algo mais simples ou deixando eles fazerem o que quiserem”, acrescentou.

Toto Wolff (esq.) e Christian Horner (dir.) criticaram as regras de limites de pista (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
Toto Wolff (esq.) e Christian Horner (dir.) criticaram as regras de limites de pista (Foto: Mark Thompson/Getty Images)

Já Wolff, em entrevista ao site da revista Autosport, foi mais direto e pediu o fim da regra atual, exceto para casos em que haja um muro próximo à curva ou em que um piloto possa colocar outros em risco ao retornar para a pista de forma imediata. Segundo ele, em uma pista de quilômetros de extensão, alguns centímetros não mudam a situação dos pilotos, especialmente em voltas lançadas nos treinos.

Se você sai da pista, deveria acertar um muro ou ir na grama, mas se ali tem asfalto, deixe eles usarem a linha mais rápida. Qual a diferença? Nós temos milhões de áreas de escape, isso se torna menos e menos espetacular e nós imaginamos o motivo de termos audiências com menos interesse no que fazemos. Minha opinião é: se é uma Club ou uma Copse (curvas 9 e 18 de Silverstone, na Inglaterra), apenas deixem os pilotos tomarem a linha mais rápida”, disse o comandante da Mercedes.

Se tem algum lugar inseguro porque chegamos próximo ao muro ou você coloca outros em perigo ao voltar para a pista, então olhem para essas curvas específicas. Mas no resto, apenas deixem eles irem, pilotarem e criarem fotos espetaculares. Se você analisa a linha branca e vê que algum piloto coloca dois centímetros de seu pneu nela e perde a volta, ninguém entende. Isso não é um corte de caminho, é uma pista de seis quilômetros em que dois centímetros não mudam nada”, encerrou.

As equipes comandadas por Toto Wolff e Christian Horner lideram o campeonato de construtores até agora, e foram as únicas a vencerem após 12 etapas em 2016. A Mercedes é a primeira colocada com 415 pontos e 11 vitórias, contra 256 da Red Bull, que venceu uma prova. A próxima corrida do campeonato é o Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps, no dia 28 de agosto.