A Fórmula 1 passará por mais um momento de profundas mudanças em 2017. Isso porque, a partir do ano que vem, a categoria terá grandes alterações em suas regras – o motor V6 turbo, adotado em 2014, permanece, mas a aerodinâmica passará por notáveis transformações. As constantes mudanças de regras nos últimos anos não têm tido grande popularidade entre os fãs do certame, e essa opinião ganhou um forte defensor.

O chefe da Mercedes (principal equipe da F1 desde 2014), Toto Wolff, alfinetou o novo conjunto de transformações que marcará as próximas temporadas. Segundo ele, o domínio da sua escuderia em 2016 não foi tão grande como nos dois anos anteriores, e um regulamento mais estável faz com que os carros se desenvolvam cada vez mais rapidamente. Ainda para Wolff, os acontecimentos farão a categoria “voltará à estaca zero” a partir do ano que vem.

Em termos de performance, não foi uma temporada dominante como no ano passado, e para mim isso é um fato resultante de regulamentos mais estáveis. É o que sempre dizemos – deixe os regulamentos sozinhos, as regras sozinhas, e a diferença de performance irá diminuir e eventualmente teremos boas corridas. Mas, alguém decidiu inventar algo novo para o próximo ano, e tudo irá voltar à estaca zero”, disse Wolff.

Wolff deixou claro que Lewis Hamilton (esq.) e Nico Rosberg (dir.) terão liberdade na luta pelo título (Foto: Dan Istitene/Getty Images)
Wolff deixou claro que Lewis Hamilton (esq.) e Nico Rosberg (dir.) terão liberdade na luta pelo título (Foto: Dan Istitene/Getty Images)

Além disso, o comandante do time prateado falou sobre a disputa do título, que pela terceira vez seguida se resume aos dois pilotos de sua equipe, Nico Rosberg e Lewis Hamilton – mas, diferentemente dos outros dois casos, o primeiro leva vantagem e é o favorito para a conquista sobre o segundo, que conquistou os dois últimos campeonatos.

Wolff garantiu que o comportamento da equipe para com os pilotos não mudará após a conquista já garantida do mundial de construtores na última prova, o GP do Japão, com os dois tendo liberdade na briga pela taça, e que nem tudo está perdido para Hamilton, 33 pontos atrás de Rosberg (ele lembrou da corrida na Malásia, onde o inglês liderava com facilidade e viu a vitória escapar após uma quebra de motor).

Nós deixamos eles correrem, não mudamos isso. Caso a gente mude alguns detalhes, podemos causar problemas. Trabalhamos no princípio de deixar eles correrem por três anos e funcionou bem. Nunca tivemos situações de ordens de equipe, que não são populares com os fãs, e não queremos ter. Ou seja, não teremos mudanças, eles estão livres para a disputa”, ressaltou Wolff.

Trinta e três pontos é muita coisa, mas você viu na Malásia como a situação mudou rapidamente. Caso você abandone e o outro vença, são 25 pontos perdidos, e isso diminuiria a vantagem nesse caso para oito. O Lewis (Hamilton) trabalha melhor quando está sob pressão e possui um alvo. Não tenho dúvidas de que será uma briga intensa até o fim”, complementou.

Nico Rosberg é o líder do campeonato com 313 pontos, contra 280 de Lewis Hamilton, com quatro corridas para o final. A próxima etapa do campeonato é o Grande Prêmio dos Estados Unidos, no dia 23 de outubro, em Austin, no Texas.