O Brasil ainda não tem nenhum representante garantido na temporada de 2017 da Fórmula 1. Isso porque, além da aposentadoria de Felipe Massa da categoria, Felipe Nasr ainda não confirmou sua presença em nenhuma equipe para o próximo ano, com apenas três vagas restantes – uma na Sauber, sua atual equipe, e duas na Manor, as duas piores equipes no certame atual.

Para piorar a situação, uma matéria publicada no último sábado (19) pelo jornal Folha de S. Paulo revelou que o Banco do Brasil, patrocinador master de Nasr, deverá retirar seu apoio à Sauber (ou mantê-lo, mas com cifras bem inferiores), o que ceifaria as chances do brasileiro. E, ainda por cima, segundo reportagem da conceituada revista automobilística Autosport na última terça-feira (22), a segunda vaga da Sauber, que atualmente é de Felipe, deve ser ocupada pelo alemão Pascal Wehrlein, da Manor.

Mas mesmo com todas essas notícias ruins, Nasr segue acreditando que conseguirá se manter na Fórmula 1 em 2017. Em entrevista nesta quinta-feira (24), o brasileiro afirmou que ainda está em negociações para o próximo ano, com foco em sua permanência na Sauber. O piloto do #12 também disse que espera ser ajudado pelo grande desempenho que teve na última corrida, o Grande Prêmio do Brasil, onde chegou em nono e conquistou os primeiros pontos da equipe suíça no ano – assim, a Sauber ultrapassou a Manor e agora é a décima e penúltima entre os construtores, resultado que pode dar à escuderia um bônus de €40 milhões para o ano que vem.

Segundo a Autosport, Nasr (esq.) será substituído por Wehrlein (dir.) em 2017 (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
Segundo a Autosport, Nasr (esq.) será substituído por Wehrlein (dir.) em 2017 (Foto: Mark Thompson/Getty Images)

Ainda tem negociações rolando, e conversas com a Sauber em especial. Eu tenho um grande relacionamento com a equipe. Eu espero que, com certeza, isso (pontos no GP do Brasil) ajude. Se tem uma coisa que um piloto de corrida pode fazer para contribuir com uma equipe é marcar pontos. Eu sei que esses pontos são valiosos, o que eles significam no campeonato e os recursos que o time terá para 2017, então isso é o melhor que eu poderia lhes dar”, disse Nasr.

O brasileiro também ressaltou a diferença entre os dois anos que viveu na F1, ambos pela Sauber – com um carro mais competitivo, em 2015, conseguiu ter melhores resultados, incluindo um quinto lugar em sua primeira corrida, o GP da Austrália, enquanto em 2016, marcou apenas dois pontos em 20 provas. Ele concluiu afirmando que espera ter uma resposta definitiva sobre a sua situação o mais rápido possível.

Nós vimos os dois lados da moeda – no primeiro ano que eu tive na F1, consegui fazer muito. No segundo tivemos momentos difíceis, com o carro não sendo competitivo. Mas foi legal ver que fomos capazes de conseguir esses pontos no Brasil, e eu estou certo de que isso deu uma força a mais para o time. Eles significaram muito para mim e para a equipe, e espero que saibamos (sua situação para 2017) logo”, complementou.

Com os dois pontos no Brasil, Felipe Nasr pulou para a 17ª posição entre os pilotos, e a Sauber para o 10º lugar entre os construtores. A corrida final da temporada de 2016 da Fórmula 1 ocorre neste domingo (27), o Grande Prêmio de Abu Dhabi, em Yas Marina.

No Brasil, Nasr conquistou os primeiros pontos dele e da Sauber no ano (Foto: Divulgação/Felipe Nasr)
No Brasil, Nasr conquistou os primeiros pontos dele e da Sauber no ano (Foto: Divulgação/Felipe Nasr)