Legado Olímpico: Roma 1960 foi escolhida como sede 52 anos antes

Roma. A "Cidade Eterna". A história desses Jogos começa anos antes de sediarem as Olimpíadas. Para ser mais exato, 52 anos antes, quando já haviam escolhido a cidade para receber o mundo em 1908, mas devido a uma erupção do vulcão Vesúvio, em 1906, na cidade de Nápoles, mudou todo o destino. O dinheiro que seria investido nas estruturas, foi todo direcionado a ajudar as vitimas dessa tragédia natural.

Quando voltaram a ter a oportunidade de sediarem o maior evento da terra, os italianos investiram pesado nas infraestruturas. Foram gastos cerca de 45 milhões de dólares para acomodar o planeta. Construiram a maior vila olímpica até os dias atuais, um velódromo para comportar 20 mil pessoas e um ginásio para 16 mil espectadores com ar-condicionado, algo surpreendente na época.

O cenário mundial na época era praticamente de medo. O mundo vivia a Guerra Fria, mas com isso houve um grande avanço tecnologico impressionante marcado pelo envio do primeiro satélite artificial ao espaço, o Sputnik, pela União Soviética. Outro fator que marcou o pós-Jogos Olímpicos de Roma, foi a exclusão da Africa do Sul da chamada "Família Olímpica". Isso aconteceu devido o pais sul-africano estar passando por um momento histórico bem complicado conhecido como Apartheid, uma política de segregação racial que os assombrou durante 46 anos. E devido a intransigência e truculência do governo, o país ficou excluso durante três décadas.

Outro grande marco foi o fato dessa ter sido a primeira edição dos Jogos que transmitiram para 18 países da Europa. Pessoas de outros continentes ficavam sabendo dos resultados algumas horas depois do fim das provas, já que o transporte das fitas era feito de avião. Os italianos investiram pesado para realizar essas Olimpíadas. Decidiram usar sua história como palco de diversas provas. As competições de levantamento de peso foram realizadas na Basílica de Maxêncio, as de ginásticas nas Termas de Caracalla e a Maratona teve seu fim no Arco de Constantino, homenagem ao primeiro imperador cristão de Roma.

final da Maratona no Arco de Constantino (Foto: Mondadori Portfolio/Getty Images)
final da Maratona no Arco de Constantino (Foto: Mondadori Portfolio/Getty Images)

Aquele edição teve grande prensença de figuras negras nos pódios. Grande parte dos vencedores foram atletas africanos. A própria Maratona foi ganhada por um etíope, Abebe Bikila. Antes da prova, Bikila havia sido ridicularizado por pessoas e por boa parte da imprensa, porque consideravam que era impossível ele completar sem tênis. Para a supresa de todos, o africano conquistou a medalha de ouro.

Também não podemos esquecer do surgimento de uma lenda do esporte, que na época tinha apenas 18 anos, e quatro anos mais tarde deixaria o mundo horrorizado com o tamanho do seu talento ao ser campeão mundial de boxe. Estamos falando de Cassius Clay, que futuramente se converteria para o islamismo é mudaria seu nome para Muhammad Ali. Cassius foi medalha de ouro em Roma na categoria meio-pesados.

Tudo tem seu fim. Para aqueles tiveram a honra de prensenciar em Roma, seja profissional, voluntário, ou habitantes locais, consideram que esta edição foi a melhor depois de Berlim 1936. Os italianos se orgulham até hoje por terem feito de um grande evento se tornar ainda mais expressivo.

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