Com animação do público, abertura do Rio 2016 é marcada por abordar história do Brasil

Não foi sob os acordes do samba "É hoje o dia... da alegria!", composto por Didi e Mestrinho, nem "É hoje", da MC Ludmilla, contudo a noite desta sexta-feira (6) foi de festa aos brasileiros, principalmente no Rio de Janeiro. Pela primeira vez na história, os Jogos Olímpicos tiveram a abertura em um país sul-americano e de alegria tão contagiante.

Evento contou com capacidade máxima no Maracanã
Evento contou com capacidade máxima no Maracanã (Foto: Chris McGrath/Getty Images)

O evento, que foi o centro das atenções do mundo - cinco bilhões de pessoas - por mais de quatro horas, foi marcado pela presença de 37 chefes e vice-chefes de Estado e de governo, além dos ministros das Relações Exteriores, sendo quantidade abaixo dos 80 presentes em Pequim (2008) e aos 70 de Londres, em 2012; estiveram também 178 ministros do Esporte das 206 nações - um recorde histórico - que irão participar dessa Olimpíada.

Confira como foi a Cerimônia de Abertura em tempo real

A festividade iniciou com ícones das diversas modalidades para que a bandeira nacional fosse hasteada e com crianças portando o símbolo máximo, tal qual a pentatleta pernambucana Yane Marques, que foi escolhida porta-bandeira. A cerimônia permaneceu com coreagrafias mostrando desde o surgimento da vida no universo à história do país ao abordar o descobrimento através dos portugueses, lá em 1500, e a escravidão dos negros, processo que durou longos 358 anos.

Escravidão, que durou 388 anos, foi um dos pontos marcantes da noite  (Foto: Clive Mason/Getty Images)
Escravidão, que durou 388 anos, foi um dos pontos marcantes da noite (Foto: Clive Mason/Getty Images)

A solenidade foi sequenciada da imigração e as inserções culturais ao Brasil, ao mostrar a evolução das cidades e das invenções, utilizando o 14-bis como exemplo. Depois do público cantar junto a Jorge Ben e os outros cantores, principalmente ao entoar "País Tropical" a capela, foi transmitida uma mensagem com uma criança pobre e esquecida. Em seguida, a poluição e os efeitos foram veiculados no telão, com as cidades de Amsterdã, Dubai, Rio de Janeiro e Flórida sendo invadidas pela água.

As delegações foram o ponto máximo, com todas as 207 nações sendo representadas. A maior delas foi a dos Estados Unidos, composta por 516 atletas, como o nadador Michael Phelps, recordista no número de medalhas individuais em uma edição, com oito, e nas que participou, com 19, alcançadas em 2012. A menor foi de Tuvalu, pequena ilha da Oceania e um representante, o corredor Etimoni Timuani, dos 100m e concorrente de Usain Bolt. A seleção dos refugiados foi a que teve o maior levante do público, devido ao contexto social presente nos dias de hoje.

Time Brasil é ovacionado pelos presentes no Maracanã (Foto: Cameron Spencer/Getty Images)
Time Brasil é ovacionado pelos presentes no Maracanã (Foto: Cameron Spencer/Getty Images)

Liderado por Yane, o Time Brasil veio com 360 esportistas e a metade foi de quem não vai participar diretamente de algumas modalidades, pois os desportistas foram poupados pelas suas respectivas comissões técnicas. Sem poder contar com a presença do Rei do Futebol, Pelé, o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima foi escolhido para acender a pira olímpica. Vanderlei ficou mais conhecido do público por conta do ocorrido em 2004, quando chegou ao pódio na 3º posição após ser interrompido durante a corrida pelo irlandês Cornelius Horan.

O fim dos festejos foi protagonizado por uma situação que mostrou o quanto está conturbado o momento político no Brasil, quando Michel Temer, presidente interino, foi vaiado por todos os que estiveram nas arquibancadas ao anunciar a abertura oficialmente. Ainda neste mês de agosto tem a previsão para ocorrer o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, que foi afastada por 180 dias.

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