Brasil encerra Olimpíada Rio 16 com muita festa por campanha histórica e passagem para Tóquio

Foram somente 19 dias e todo um turbilhão de emoções, variando de tristeza para alegria em fração de segundos. Esse foi o clima que todo o mundo viu no Rio de Janeiro, seja pela televisão ou . As duas semanas, com a disputa de 42 modalidades distintas, fizeram o Brasil ser o centro das atenções durante o total de 24 horas por dia. Ou seja, o país parou por 456 horas ininterruptas para focar em 306 medalhas distribuídas com os diversos atletas.

Dessas, os brasileiros conquistaram 19 e entraram para a história, ao alcançar sete de ouro, seis de prata e outras seis de bronze, sendo 13º colocado no quadro. A judoca carioca Rafaela Silva foi a responsável pelos primeiros sorrisos, superando dramas pessoais, principalmente em Londres e demonstrando forças na terra natal. Martine Grael e Kahene, na base da raça, levaram a melhor e fizeram a torcida ir ao delírio nas areias, honrando o legado da família Grael na vela.

(Foto: David Ramos/Getty Images)
Rafaela SIlva conquistou o primeiro ouro na Rio 2016 (Foto: David Ramos/Getty Images)

Robson Conceição, no boxe, não deu espaço para reação do francês Sofiane Oumiha, virando o primeiro campeão olímpico no pugilismo. A maior surpresa veio com Thiago Braz, que cresceu junto à torcida e utilizou sua vara para derrotar um adversário desrespeitoso, assim carimbando o ouro genialmente. No vôlei de praia, as areias ficaram douradas para Alison e Bruno, bem como pedaços do piso da quadra do Maracanãzinho para a nação pela quinta vez com os homens.

A maior glória, contudo, veio dos pés (ou com as mãos de Weverton?) de Neymar. Ignorando qualquer maré negativa e todo o complexo de vira-lata da população, com força coletiva, foi o orgulho de estampar no corpo o verde-amarelo-azul-branco que prevaleceu. Uma disputa que fez mais de 200 milhões de pessoas tirarem um grito, preso por 120 anos, e a desconfiança tendo fim.

Neymar e Weverton se emocionam com título inédito no futebol (Foto: Clive Mason/Getty Images)
Neymar e Weverton se emocionam com título inédito no futebol (Foto: Clive Mason/Getty Images)

Exaltemos também os que não tiveram êxito, apesar de ter o gostinho de quero mais. A primeira conquista foi uma delas, com Felipe Wu, o paulista que ficou com o vice no tiro. Arthur Zanetti e Diego Hypólito, na ginástica, foram os prateados da modalidade. Também no vôlei de praia, Ágatha e Bárbara fizeram história e foram premiadas.

O nome mais marcante, porém, é do jovem baiano Isaquias Queiroz. O canoísta de Ubaitaba, localizaada no sul do estado e com população de pouco mais de 20 mil habitantes, mostrou que a canoa não virou e, nas águas da lagoa Rodrigo de Freitas, conquistou duas pratas e um bronze, um feito pioneiro dos esportistas nos Jogos Olímpicos.

Foto: William Test/AFP/Getty Images
Isaquias Queiroz conquista marca histórica com três medalhas (Foto: William Test/AFP/Getty Images)

Agora, o legado segue para o outro lado do planeta, indo para Tóquio, em 2020. É a segunda vez da capital japonesa como a cidade-sede dos Jogos, já que sediou em 1964, a primeira edição transmitida pela rede mundial de TV, que contou com apenas duas medalhas para os verde-amarelos.

O ponto máximo da Cerimônia de Encerramento foi a valorização da cultura pernambucana, com a participação dos músicos Maciel Salu, filho de Mestre Salustiano, Isaar, Fábio Trummer, Maestro Spok, Jam da Silva e DJ Dolores. O fim da parte musical teve Lenine, cantando a paródia Jack Soul Brasileiro, homenageando Jackson do Pandeiro, um paraibano radicado em Pernambuco. A festa ainda teve marchinhas do carnaval carioca, tal qual as escolas de samba, fazendo com que os presentes ficassem extasiados e comemorassem, antecipadamente, a maior representação cultural nacional.

Japão faz bonita festa para apresentar Jogos de 2020 (Foto: Patrick Smith/Getty Images)
Japão faz bonita festa para apresentar Jogos de 2020 (Foto: Patrick Smith/Getty Images)
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