No próximo dia 27 de maio começa a 114ª edição de um dos mais tradicionais e aguardados torneios de tênis do ano: Roland Garros. O segundo Grand Slam do ano disputado na charmosa capital francesa, Paris, terá a presença dos principais nomes do tênis mundial. Acima de tudo, uma incógnita paira no ar: o eneacampeão, Rafael Nadal, conseguirá manter sua coroa?

O espanhol vem causando uma desconfiança geral, após o início de ano abaixo da média. Até agora, ele carrega um recorde de 23 vitórias e 9 derrotas e somente um título, na capital argentina, o ATP 250 de Buenos Aires ao vencer o tenista da casa, Juan Monaco, por dois sets a zero, com parciais de 6/4 e 6/1.

Nadal levanta o troféu na capital argentina (Foto: Getty Images)

Porém no primeiro Grand Slam do ano foi eliminado logo na fase de quartas-de-final para seu corriqueiro "freguês", o tcheco Tomas Berdych por três sets a zero, com parciais de 6/2 6/0 e 7/6. Já no primeiro Masters 1000 da temporada, nas quadras rápidas de Indian Wells na Califórnia, caiu de maneira surpreendente de novo nas quartas-de-final ao ser derrotado pelo canadense Milos Raonic. Na semana seguinte, sua campanha foi ainda pior: acabou eliminado logo na terceira rodada do Masters 1000 de Miami para o compatriota Fernando Verdasco.

Com o início da gira de saibro europeu, muitas expectativas foram criadas para o "Rei do Saibro" como é popularmente conhecido. Octacampeão em Monte Carlo, Rafa defendia a semifinal do ano anterior, quando o suíço Stan Wawrinka levantou a taça. Cumprindo o objetivo, fez boa campanha vencendo Lucas Pouille, John Isner e David Ferrer para chegar à semifinal. Porém acabou eliminado pelo sérvio número um do mundo, Novak Djokovic que sagrou-se campeão.

Entretanto, na semana seguinte no ATP 500 de Barcelona buscava retomar a coroa e conquistar seu 10ª título na Catalunia, visto que ano passado caiu na fase de quartas-de-final para Ferrer. Foi a vez do italiano Fabio Fognini surpreende-lo pela segunda vez no ano e eliminá-lo na fase de oitavas-de-final, ou seja, mais desconfiança por conta dos críticos.

O mês de maio se iniciava e com ele vinha o Masters 1000 madrilenho, onde defendia o título. Sua estreia foi diante do norte-americano Steve Johnson: vitória fácil em dois sets. Em seguida era contra o italiano Simone Bolelli, seguindo o ritmo, venceu por duplo 6/2. Mantendo a confiança, ganhou surpreendentemente de Grigor Dimitrov e Tomas Berdych em sets diretos. Porém, na decisão não repetiu as boas atuações e acabou derrotado pelo escocês Andy Murray. Com a campanha, caiu para a 7ª colocação do ranking da ATP, a pior em anos.

Na semana seguinte começava o Masters 1000 de Roma. Na capital italiana, venceu o turco Marsel Ilhan em sua estreia por fáceis 6/2 e 6/0. Em seguida, ganhou do norte-americano John Isner pela segunda vez em duas semanas. Porém, nas quartas-de-final perdeu para Wawrinka em sets diretos: 7/6 e 6/2.

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Retrospecto de Nadal em Roland Garros

Com apenas 17 anos, um desconhecido espanhol vinha despontando. Com os títulos dos Masters 1000 de Monte Carlo, Madri e Roma, ele entrara pela primeira vez na carreira no top 5 da ATP. Chegava ao segundo Grand Slam do ano cercado de expectativas, sem desapontá-las, chegou à semifinal e enfrentaria o número um do mundo, Roger Federer. Venceu e na decisão conquistou o título de Roland Garros de 2005 ao bater o argentino Guillermo Coria.

Nadal e Coria em 2005 (Foto: Getty Images)

Em 2006, vinha de conquistas em Monte Carlo e Roma novamente. Campeão na temporada passada, venceu novamente o suíço Roger Federer mas dessa vez na final por três sets a um, com parciais de 1/6 6/1 6/4 e 7/5. Sendo assim, o primeiro tenista a derrotar Federer em finais de torneios Grand Slam.

No ano seguinte, sagrou-se tricampeão de Monte Carlo e Roma, porém na semana seguinte, perdeu na final do novo Masters de Hamburgo disputado em quadras de saibro para o rival Federer, que encerrou assim sua série de 81 vitórias consecutivas em quadras de saibro. E no intervalo de apenas uma semana, recuperou-se ao bater o mesmo adversário na final de Roland Garros.

Na temporada de saibro 2008, sagrou-se campeão de quatro torneios, vencendo Federer em três decisões. Primeiramente, em Monte Carlo, sendo o primeiro tenista a conquistar o torneio durante quatro anos consecutivos. No mês seguinte, ganhou Hamburgo pela primeira vez na carreira. E para encerrar com chave de ouro, conquistou Roland Garros pela quarta vez na carreira, batendo a marca do sueco Björg Borg. Na decisão ganhou de Federer em sets diretos, com parciais de 6/1 6/3 e 6/0.

O ano de 2009 começou com a inédita conquista de Australian Open ao derrotar Federer na decisão. Em Monte Carlo, foi pentacampeão, o primeiro na história. Já em Roma, bateu o sérvio Novak Djokovic na final para conquistar seu quinto título na capital italiana. Entretanto, na semana seguinte perdeu para Federer na decisão do Masters 1000 de Madri.

Roland Garros começava, mas Nadal não vinha em sua melhor forma. Porém, ao vencer o australiano Lleyton Hewitt na terceira rodada, bateu o outro recorde de Borg, passando a ser o maior tenista com mais vitórias consecutivas na capital francesa. Entretanto, uma grande surpresa estava para acontecer na próxima rodada.

Rafa enfrentaria o 25º do mundo, o sueco Robin Soderling. Os dois já haviam se enfrentado no mês passado no Masters 1000 de Roma, com vitória fácil do espanhol por 6/1 e 6/0. Porém, naquela tarde a história foi diferente. Nadal cabou derrotado por três sets a um, com parciais de 6/2 6/7 6/4 e 7/6. Sua primeira derrota em 32 jogos em quadras de saibro e mais do que isso, sua primeira e única em Roland Garros até os dias de hoje.

Soderling celebra vitória diante de Nadal (Foto: Getty Images)

A temporada de saibro de 2010 começava com uma dúvida: era o fim do reinado de Nadal em Roland Garros? O espanhol respondeu dentro das quadras. Em Monte Carlo venceu o compatriota Fernando Verdasco na final para ser hexacampeão. Na semana seguinte, conquistou Roma pela sexta vez e depois foi a vez de Madri.

Após o Aberto Francês, retomou o posto de número um do mundo, visto que o então líder do ranking da ATP, Roger Federer, caiu nas semifinais do torneio. Na final, deu o troco e bateu Soderling em sets diretos.

O ano de 2011 começou mal para o espanhol, após perder na final de Roma e Madri para o sérvio Novak Djokovic, vinha o segundo Grand Slam do ano. Na capital francesa, o então número um do mundo venceu John Isner, Pablo Andujar, Antonio Veic, Ivan Ljubicic, Robin Soderling e Andy Murray para chegar à final, na qual superou Roger Federer.

A temporada de 2012 de saibro foi bem irregular para o espanhol, com os títulos de Monte Carlo e Roma ao vencer Novak Djokovic na final. Porém, em Madri caiu na terceira rodada para Verdasco. Em Roland Garros, venceu Simone Bolleli, Denis Istomin, Eduardo Schwank, Juan Monaco, Nicolas Almagro e David Ferrer para chegar na decisão, na qual dessa vez, ganhou novamente de Djokovic em quatro sets: 6/4 6/3 2/6 e 7/5.

Depois de ficar 222 dias parado devido à uma lesão, Rafa começou a temporada disputando torneios menores. Com os títulos seguidos de São Paulo, Acapulco, Indian Wells, acabou derrotado por Djoko na final de Monte Carlo. Entretanto, deu o troco no mês seguinte, vencendo-o na semifinal de Roland Garros com 9/7 no quinto set. Na final, ganhou facilmente de David Ferrer.

O ano de 2014 começou com o título do ATP 500 do Catar sobre o francês Gael Monfils. Porém, no primeiro Grand Slam do ano acabou derrotado por Stan Wawrinka na final. A temporada de saibro começava após o título do Rio Open, mas a eliminação precoce em Indian Wells e a final de Miami. Em Monte Carlo, acabou perdendo para o compatriota David Ferrer. Na semana seguinte, em Barcelona, foi derrotado pelo também espanhol Nicolas Almagro. Finalmente veio um bom resultado: foi campeão em Madri ao derrotar o japonês Kei Nishikori na final. Porém na semana seguinte, acabou perdendo na final do Masters 1000 da capital italiana.

Roland Garros começava, venceu Robby Ginepri, Dominic Thiem, Leonardo Mayer e Dusan Lajovic em sets diretos. Nas quartas-de-final, acabaou perdendo um set para Ferrer. Novamente, por três sets a zero, venceu Andy Murray. Na final, acabou ganhando de Djokovic por três sets a um, com parciais de 3/6 7/5 6/2 e 6/4.

Neste ano, Nadal busca seu 15º título de Grand Slam, seu 10º somente em Roland Garros. Não perca a cobertura completa da VAVEL BRASIL.