Se tem um tenista que honra o estigma de "bater na trave", este é Tomas Berdych. Ao longo de seus 14 anos de carreira, o tcheco de 30 anos acumula mais vice campeonatos do que títulos, em todas as categorias da ATP. Na série 250 foi campeão seis vezes e segundo outras nove. Nos torneios com peso de 500 pontos venceu três e perdeu quatro. Em Masters 1000 foi vencedor uma vez nas quatro finais que disputou. E em Grand Slams, apenas uma única final em Wimbledon, quando foi derrotado por Rafael Nadal.

A fase do número 8 do ranking não é boa. Na última semana Berdych sofreu uma humilhante "bicicleta" para o belga David Goffin, em Roma. O duplo 6/0 rendeu, inclusive, a dispensa do treinador Dani Valverdu, com quem trabalhou junto por mais de um ano e meio. O tcheco anunciou que não é mais um garoto no circuito, por isso, precisa tomar medidas rápidas para haver alguma mudança.

Berdych é figura tarimbada nos principais torneios do circuito, sempre aparecendo nas fases finais. Dono de um saque potente e golpes que privilegiam os winners, Tomas não é do tipo de atleta que gosta de ficar trocando bolas no fundo da quadra. Até porque com 1,96 de altura e quase 100 quilos é difícil ter agilidade para se movimentar de um lado para outro atrás da bola. Com o tcheco, o jogo é matar o ponto o quanto antes.

Mas só ter potência no tênis não é o suficiente. Mesmo que Berdych não seja altamente dependente do seu saque como é o americano John Isner, o tcheco ainda está atrás das grandes potências. A consistência de seu tênis não se aproxima a de Novak Djokovic ou Andy Murray; Seu jogo não é agressivo como o de Nadal; E ele não possui a genialidade de um Roger Federer; Mas, ainda sim, Berdych é um tenista que você pode apontar como uma surpresa a chegar em eventual final. Em uma boa semana, com um bom aproveitamento de primeiro serviço e encaixando boas direitas, Tomas se torna um adversário extremamente perigoso.

No solo francês de Roland Garros sua melhor aparição foi em 2010, quando avançou até as semifinais e proporcionou um jogo épico contra Robin Soderling. 3-2 com parciais de 6/3, 3/6, 5/7, 6/3 e 6/3. No mesmo ano o tcheco ainda avançou para a final de Wimbledon, depois de surpreender Roger Federer, na época número 1 do mundo, e Novak Djokovic, que ocupava a 3 posição no ranking. Mas na final, diante de Rafael Nadal, Berdych perdeu seu protagonismo e foi derrotado sem vencer sets (3/6, 5/7 e 4/6).

Em 2016 Berdych acumula 29 jogos, com 19 vitórias e 10 derrotas. Seu melhor desempenho na temporada foi no Australian Open, quando avançou até as quartas, sendo superado por Roger Federer por 7/6, 6/2 e 6/4. Pelo seu ranking, Tomas é cotado a ser um dos quadrifinalistas, mas seu desempenho e a troca de técnico podem pesar contra, tornando uma queda precoce nenhuma surpresa.

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