Um suiço no top3 do mundo é algo normal faz muitos anos. Porém quando se descobre que o suiço em questão não se trata de Roger Federer, dono de 17 Grand Slams, a situação muda de figura. O dono do terceiro lugar no ranking da ATP é Stan Wawrinka, de 31 anos, que por muito tempo foi apenas mais um entre os dez melhores do mundo.

Na última semana voltou a desafiar a lógica no US Open. O suiço conhecido por ser 8 ou 80, conseguiu ser o mesmo dentro dos jogos. Suas vitórias contra Kei Nishikori na semifinal e Novak Djokovic na final, foram de viradas após sair atrás no placar.

O começo de tudo

Stan Wawrinka se profissionalizou em 2002, mas só alcançou o top-10 em 2008, ano o qual conquistou a medalha de ouro na olímpiada de Pequim, jogando duplas com o seu compatriota Roger Federer

Em 2005 o suiço chegou pela primeira vez as quartas de final de um torneio ATP. E isso aconteceu no ATP de Barcelona, na Espanha, onde venceu jogadores como Guillermo García-López, Paradorn Srichaphan e José Acasuso, mas caiu nas quartas para o tcheco Radek Stepanek.

2014: O inusitado protagonismo de Wawrinka

O dono do melhor backhand de uma mão do circuito, que naquela altura era o oitavo no ranking da ATP, começou a mudar seu patamar no tênis mundial.

Em janeiro no Australian Open, o suiço vencia o tcheco Tomás Berdych e estava em sua primeira final de Grand Slam. Na decisão, Wawrink encontrou Rafael Nadal, o qual tinha um retrospecto totalmente desfavorável.

Em doze jogos contra o espanhol, Wawrinka havia perdidos todos e nunca tinha ganho nenhum set. Tudo parecia caminhar para mais uma vitória de Nadal, e outro GS na conta do rei do saibro.

Conseguindo dominar seus fantasmas, o suiço surpreendeu todos, e venceu a final por três sets a um, com parciais 6/3, 6/2, 3/6 e 6/3, e conquistou o seu primeiro Grand Slam na carreira, com 28 anos de idade.

Em abril do mesmo ano, Wawrinka conquistou seu primeiro título de ATP Masters 1000 ao vencer o compatriota e amigo Roger Federer, de virada, por dois sets a um, com parciais de 4/6, 7/6 e 6/2, na decisão em Monte Carlo.

O atual número três do mundo naquele momento, voltou para sua rodada gigante, e no mês seguinte acabou eliminado na primeira rodada de Roland Garros pelo espanhol Guillermo García-López, por três sets a um,  com parciais de 4/6, 7/5, 2/6 e 0/6.

2015: Djokovic, final de Roland Garros e...título de Wawrinka

Foto: MailOnline

No ano seguinte o suiço aprontou mais uma das suas, dessa vez na França. Novak Djokovic, número um do mundo, vencia Rafael Nadal em Roland Garros e chegava na final do Grand Slam que lhe faltava na carreira.

Do outro lado aparecia ele, Stan Wawrinka, como uma zebra (literalmente, levando em conta seu figurino naquela competição) tentando impedir o que parecia inevitável.

Na final o suiço viu Djokovic abrir um a zero, encaminhando sua vitória. Mas novamente surgiu um Wawrinka sólido, agressivo e com um backhand perfeito, dominando o sérvio na jogo e virando a final para três sets a um, em seu melhor jogo da vida, segundo o próprio campeão.

2016: Stan, o improvável, e mais uma história

Wawrinka iniciou o US Open de 2016 como mais um forte tenista, mas com certeza não era um dos favoritos. O suiço por muito pouco não foi embora mais cedo, quando salvou um match point contra o britânico Dan Evans, número 73 do mundo, na terceira rodada da competição.

Foto: VIEW press

O suiço cresceu na competição, derrotando nas quartas a sensação Juan Martín Del Potro, que após anos afastado por lesões, voltou a demonstrar um grande tênis, e na semifinal em um grande jogo passou por Kei Nishikori, chegando em sua terceira final de Grand Slam.

Na final encontrou novamente Novak Djokovic, que apesar de vencer em Roland Garros em 2015, tinha um retrospecto nada favorével no circuito profissional. E mais uma vez desafiando todos, e em mais uma virada, o suiço derrotou o sério na decisão de 4h por três sets a um, e conquistou seu terceiro Grand Slam na carreira.

O suíço de 31 anos se tornou o primeiro jogador desde Fred Perry (entre 1933 e 1934) a vencer os seus primeiros três títulos de Grand Slam em três torneios diferentes. Stan Wawrinka é o mais velho campeão do US Open desde que Ken Rosewall triunfou em 1970, com 35 anos e quinto na Era Open (desde 1968) a ganhar mais que um título do Grand Slam depois dos 30 anos.

Sobre o futuro do suiço não se pode esperar nada, ou talvez possa de esperar tudo. A única certeza  é que o atual número três do mundo seguirá surpreendendo a todos.

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