A Mercedes acertou no jackpot com Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Se já em 2013 a dupla tinha dado boas provas disso mesmo, 2014 obliterou qualquer dúvida que pudesse restar após o 2º lugar no mundial de construtores da última temporada, onde Hamilton havia sido 4º e Rosberg 6º.

Em 2014, a Fórmula 1 rendeu-se ao poderio da Mercedes. A marca alemã parece ter sido quem mais perfeitamente interpretou os novos regulamentos da F1, conseguindo um sólido par unidade motriz-aerodinâmica que se provou imbatível pela concorrência. Lewis Hamilton e Nico Rosberg, indiscutivelmente dois dos mais interessantes pilotos da actualidade, fizeram o resto.

Números avassaladores

Mas o resto foi muito. Num calendário composto por 19 provas, a dupla da Mercedes venceu por umas espantosas 16 ocasiões, tendo ainda segurado 18 pole positions em sessões de qualificação. Apenas na Áustria a Mercedes não largou na frente. E entre as 16 vitórias para as Flechas de Prata, por 11 vezes os dois monolugares prateados cruzaram nas duas primeiras posições a linha da meta (a Mercedes não conseguia uma dobradinha desde o GP de Itália de 1955).

A primeira dobradinha da época foi logo no segundo GP, na Malásia, onde Lewis Hamilton conseguiu ainda um grand chelem: o piloto saiu da pole position, liderou todas as voltas da corrida até vencer, e pelo caminho ainda estabeleceu a volta mais rápida da prova. Merece ainda referência o feito de Rosberg no GP da Alemanha, já que nenhum alemão vencia a sua prova caseira num monolugar de marca alemã desde 1939. Os números da Mercedes, indubitavelmente avassaladores, tornam-se claros ao lembrar que a equipa alemã conquistou o campeonato de construtores logo no GP da Rússia, ainda com três GPs pela frente.

Nico Rosberg, com 11 pole positions em seu nome, venceu ainda a primeira edição do troféu da FIA para o homem mais rápido dos sábados. Por sua vez, Hamilton conquistou o Prémio DHL para Voltas mais rápidas, ao apontar sete.

Recordes igualados e recordes a cair

Esta foi, de facto, uma época de quebra de recordes na modalidade para a Mercedes. Juntos, Hamilton e Rosberg conseguiram o maior número de dobradinhas numa temporada (11), quebrando o recorde que era da McLaren há 26 anos. Com 31 presenças no pódio, a Mercedes bateu o recorde da Ferrari de 2004 (29). As 16 vitórias na temporada igualam também os melhores números da história da F1, da McLaren (1988) e da Ferrari (2002 e 2004). As 18 pole positions igualam ainda o recorde da Red Bull (2011).

Paddy Lowe, director técnico da Mercedes, comentara já esta temporada que «1988 foi o meu primeiro ano na Fórmula 1, e nesse ano vi recordes serem alcançados que eu pensei que nunca seriam quebrados. É difícil mentalizar-me do facto de estarmos a impor novas metas. Este é o verdadeiro tributo às conquistas desta equipa.»

Toto Wolff, director da Mercedes, declarou que «[estes números] deixam-me incrivelmente orgulhoso dos meus colegas, e humilde perante o que alcançámos». Hamilton e Rosberg mostraram-se igualmente orgulhosos e felizes com os resultados obtidos pela Mercedes. O britânico assumiu que «o carro é o melhor carro que já conduzi (...) Batemos alguns recordes; é um trabalho incrível da equipa!» Estas opiniões foram também partilhadas por Nico Rosberg: «É fantástico!», declarou o alemão antes de salientar que «a equipa tem feito um trabalho incrível, globalmente.»

Os números de Hamilton e Rosberg em 2014

Hamilton Rosberg
Vitórias 11 5
Pontos 384 317
Pole positions 7 11
Presenças no pódio
(incluindo vitórias)
16 15
Grand Chelems
(vitória, pole, volta mais rápida e
liderança em todas as voltas)
1 0
Voltas mais rápidas 7 5
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