Dificilmente o Arouca poderia esperar um rival mais histórico e tradicionalmente inserido nas competições europeias. Para o Olympiacos, até mesmo o facto de eventualmente vir a participar na Liga Europa - isto caso afaste o novo sonhador europeu Arouca - é já visto como um retrocesso tendo em conta os muitos anos de forma consecutiva a jogar entre os grandes clubes da Europana Liga dos Campeões, ainda que na maior parte das ocasiões sem grande expressão desportiva.

Ficam na retina, de qualquer forma, vários apuramentos para a fase seguinte e vitórias sobre adversários de monta. Para o campeão em título na Grécia e crónico vencedor sem que se preveja qualquer intromissão de qualquer um dos rivais nos anos mais próximos, uma eventual eliminação aos pés do Arouca não faz sequer parte do lote de hipóteses.

Gigante grego vive uma situação de ambientação depois de um ano anterior de glória nacional, uma situação, sublinhe-se, que poderá até ser devidamente explorada pelo estreante representante português, que neste caso não é sequer tido como desfavorecido - é para muitos já dado como eliminado à partida perante um rival que, a título de curiosidade, possui uma fortíssima influência portuguesa.

De há alguns anos a esta parte, a escolha de técnicos portugueses para conduzir os destinos deste Olympiacos tem sido regra com a entrada de credenciados treinadores lusos, um após outro. Desde que numa primeira fase Leonardo Jardim abriu o caminho e após um breve período com profissionais de outras nacionalidades, Vítor Pereira rendeu o interino e histórico guarda-redes Antonis Nikopolidis antes de Marco Silva alcançar uma época recordista de pontos no clube em 2015/2016. Agora é a vez de Paulo Bento, que pode encontrar no Pireu a sua redenção.

O treinador português foi recentemente nomeado como novo ‘timoneiro’ do colosso grego, pouco mais de dois anos depois ter orientado a Selecção Nacional na sua frustrante participação no Mundial 2014. Não obstante, dias antes do início dessa mesma prova, o agora treinador do Olympiacos afirmava que “os jogadores estão focados pelo que mostram e dizem”. Posto isto, a Grécia aparece para o treinador português como uma oportunidade de redenção…

Do outro lado, em Arouca, sabe-se que o clube conhecido no Pireu e em toda a Grécia como Lenda tem uma equipa ainda incompleta e um pouco desequilibrada, além de que o seu papel é de absoluto e total favoritismo.

No entanto, o emblema helénico encontra-se também num cenário de crise; com efeito, o Olympiacos soma apenas uma única vitória desde o início dos trabalhos data de… Junho. Desde então foram seis as oportunidades falhadas de se colocar no trilho correcto, sem que tenha conseguido melhor do que empates e uma eliminação na qualificação para a Liga dos Campeões tida por muitos como humilhante. Caso o Arouca seja capaz de surpreender, a situação ficará nada menos do que insustentável na sempre quente Atenas…