O jogo frente ao Paços de Ferreira, no dia 14 (sábado), referente à quarta jornada da Liga Zon Sagres, é esperado pelos adeptos benfiquistas com ansiedade: a equipa de Jorge Jesus pretende dar um pontapé na crise, agitando as águas do marasmo encarnado, com golos, futebol sólido e segurança defensiva. Exigências a mais para quem há tão pouco tempo não convencia dentro das quatro linhas? Talvez. Mas a distância para o primeiro classificado aumentou (com o empate em Alvalade) e o fraco início de temporada tem sido fortemente contestado pela massa associativa – o Benfica sabe que precisa de uma vitória contundente que acalme o desassossego benfiquista.

Entre desconfianças tácticas e uma onda súbita de lesões, a equipa das águias tenta agora esquecer o mau começo e dar novo fôlego ao seu futebol, até agora enferrujado e incerto. Com quatro golos marcados e quatro golos sofridos, Jesus poderá proceder a alterações no meio-campo (de modo a torná-lo mais combativo), nas alas (Salvio lesionou-se com gravidade e parará seis meses, Gaitán por seu turno enfrentará um mês de paragem e Sulejmani sete dias) e no ataque (Cardozo poderá substituir Rodrigo). Tanta mudança poderá resultar num novo Benfica, que contará ainda com o estreante Siqueira no lado esquerdo da defesa e a forte possibilidade do português André Almeida ocupar a posição direita, até agora detida por um debilitado Maxi Pereira. Com tudo isto, um Benfica de espírito refrescado poderá subir ao relvado da Luz frente ao Paços, pronto a quebrar com a má rotina anterior, mas, ao mesmo tempo, as inúmeras mudanças implicarão também mecanismos colectivos que poderão ainda estar nos primórdios do seu aperfeiçoamento.

Jesus equacionará várias alterações no seu onze habitual, face aos resultados periclitantes que a equipa tem obtido: Fejsa alinhou pela selecção da Sérvia ao lado de Matic e a dupla poderá ser uma opção válida para tomar conta do centro do terreno na Luz, além desse facto, Amorim também se afigura como uma boa opção para dar combatividade ao meio-campo, depois da boa exibição frente ao Sporting; nas alas sobram Ola John, Enzo Pérez (que era extremo direito de origem) e Markovic, que, por força da lesão do titular Salvio e do compatriota Gaitán, vêem a entrada no onze facilitada; no ataque, Cardozo pode voltar a liderar o sector ofensivo, oferecendo mais poder de choque mas menos velocidade e profundidade a um ataque que estava entregue a Rodrigo, no apoio ao brasileiro Lima.

O esquema táctico suscita ainda dúvidas: os dois jogadores do meio-campo actuam muito desapoiados no 4-2-4, e uma possível alteração para um 4-2-3-1 poderá estar nos planos de Jesus, que dessa forma actuaria com um médio organizador de jogo no lugar do avançado recuado – Djuricic sente-se como peixe na água desempenhando esse papel de médio criativo. Todas as dúvidas serão desfeitas no Sábado, assim que o Benfica pisar a Luz. E talvez outras nasçam. Independentemente do resto, a vitória é essencial para a turma encarnada.