O Benfica venceu o Gil Vicente por 1-0, realizando assim uma fase de grupos imaculada, com quatro tentos assinados e uma defesa de aço, que não concedeu qualquer golo nos três jogos de apuramento. Depois de baterem o Nacional e o Leixões, as «águias» enfrentaram o Gil Vicente pela terceira vez esta época (2-1 para a Liga Zon Sagres e 5-0 para a Taça de Portugal) e venceram com toda a tranquilidade, aspecto que foi uma predominância no percurso dos encarnados durante a fase de grupos da Taça da Liga. No Restelo, casa emprestada que permitiu ao Benfica poupar o seu lastimável relvado, os pupilos de Jorge Jesus bateram o Gil de João de Deus por 1-0, com um golo sérvio a desequilibrar o marcador: Sulejmani fez a diferença numa partida onde o desperdício ofensivo encarnado foi uma constante e o domínio territorial um absoluto incontornável. Os gilistas remeteram-se a uma postura ultra-conservadora e por demais tímida, permitindo ao Benfica um controlo avassalador das variáveis do jogo. Com uma posse de bola irrisória e nenhum remate à baliza de Paulo Lopes, o Gil saiu da competição pela porta pequena, auto-retratando-se da pior forma. Só a ineficácia vermelha atenuou a fraquíssima exibição dos de Barcelos.

Benfica testando alternativas, Gil nas trincheiras

Jesus aproveitou o facto de ter garantido o apuramento para as meias-finais frente ao Leixões para testar jogadores menos preponderantes no onze: Paulo Lopes ficou à guarda das redes vermelhas, André Almeida voltou ao lado direito da defesa, Jardel fez parelha com Steven Vitória no eixo central da retaguarda, enquanto a língua portuguesa dominou o miolo do terreno encarnado com Amorim e André Gomes, centrocampista que se estreou esta época no onze inicial da equipa. Nas extremidades, Cavaleiro voltou a ser dono de uma faixa, enquanto Sulejmani se posicionou noutra, ao passo que o argentino Funes Mori teve o apoio de Djuricic na linha da frente da táctica benfiquista. Depois dos primeiros minutos da partida, rapidamente se percebera que o Benfica crescera demais para a timidez do Gil: com os forasteiros entrincheirados na linha defensiva, era o Benfica a avançar sobre a zona recuada dos gilistas, que compunham uma linha de 5 médios bem juntos ao quarteto defensivo, feito de Vitor Vinha (na esquerda), Gabriel (à direita), Danielson e Peck (no centro). Ainda que em teórica superioridade no meio-campo, o Gil não era capaz de suster o compasso dominante do Benfica, que com Amorim e André Gomes rimava o pulsar do encontro, enquanto que Cavaleiro e Sulejmani tentavam desequilibrar o reduto final do oponente. Com a ajuda de um Djuricic ainda inadaptado ao sistema táctico, os encarnados foram pressionando e as elaboradas combinações entre Cavaleiro e Funes foram destabilizando os de Barcelos, obrigando Vitor Vinha a cometer grande penalidade sobre Funes Mori, que se encarregou ele mesmo de a desperdiçar: passava o minuto 29.

A eficácia encarnada permaneceu nula, mesmo com o milimétrico e airoso cruzamento directo de André Gomes, que colocou a bola a centímetros da linha de golo: Steven Vitória foi incapaz de encostar para dentro da baliza de Adriano. O expectável golo surgiu ao minuto 56, depois de uma jogada de insistência de Cavaleiro e de um centro de Almeida, que encontrou o salto de peixe de Funes Mori - a bola chocou com a trave e sobrou para a desenvoltura de Sulejmani, que inaugurou o marcador à boca da baliza. O extremo sérvio, que ainda tenta ganhar espaço no onze, voltou a decidir uma partida, depois do golo do 2-3 em Olhão. 

André Gomes passeou finura e Amorim voltou a liderar

Depois da boa partida realizada frente ao Leixões, Amorim voltou a capitanear o Benfica dentro das quatro linhas, efectuando uma exibição segura e repleta de qualidade: passes certos, visão de jogo inteligente e decisões criteriosas, assim se descreve a actuação do médio português que tenta furar pelo onze titular do Benfica adentro depois da saída de Matic.  A seu lado, Amorim teve a classe de André Gomes, afastado há muito da equipa principal: o jovem médio voltou a mostrar a sua qualidade técnica, executando passes arriscados e empurrando os colegas para a frente. Tentou, na primeira parte, desfeitear Adriano, mas o remate, antecedido de uma boa movimentação, foi direito ao guarda-redes gilista. Gomes voltou a tentar, aos 68 minutos, mas Adriano voltou a levar a melhor. 

Jovens da formação entraram com fulgor

Jesus resolveu, pela primeira vez, colocar em campo os jovens que muito têm prometido na equipa B dos encarnados: o virtuoso médio ofensivo Bernardo Silva, o extremo veloz Hélder Costa e o lateral atacante João Cancelo, entraram na partida e mostraram todo o ímpeto engarrafado, colocando a alma em cada passe e em cada remate, de modo a impressionar o treinador. Bernardo imprimiu velocidade no jogo, enquanto que o extremo Hélder Costa desatou-se em fintas que colocaram em água a cabeça do adversário. O extremo de 20 anos esteve perto do golo, ao cair do pano, mas a direcção do disparo foi péssima. Sílvio ainda deu a Bernardo a hipótese de marcar na estreia, mas a açucarada assistência do lateral português foi precedida de um cabeceamento mal calibrado do médio de 19 anos.