A jornada 27 foi de plena felicidade para Belenenses e Olhanense: os dois emblemas, que partilhavam as duas últimas posições, venceram hoje, alimentando assim as esperanças de se manterem na Liga Zon Sagres. Duas vitórias inesperadas, dado o poderio do adversário, duas vitórias saborosas que colocam mais pressão no Paços de Ferreira e no Arouca, as outras duas formações que rondam os últimos lugares da tabela classificativa. A equipa do Restelo fica assim com 24 pontos, distando um ponto do Arouca, que segue logo acima dos belenenses, na décima terceira posição. Os jogadores de Olhão permanecem ainda na laterna vermelha, agora com 21 pontos, somente a dois dos «castores» do Paços, que jogarão na Segunda-feira, frente ao Estoril. 

Reviravoltas para animar quem precisa

Os dois clubes precisavam de pontos como de pão para a boca, já que as pontuações de Belenenses e Olhanenses são tão parcas que têm deixado ambos os clubes à míngua, nos últimos lugares da Liga. Estas duas vitórias verificadas hoje animam as hostes algarvias e lisboetas, dando maior fulgor para o que resta da época. E pela forma como ambos os jogos começaram, os triunfos ganham ainda maior simbolismo: entrando a perder, os dois emblemas operaram reviravoltas que deixaram patente a abnegação que parecem estar dispostos a oferecer até final. 

Em Vila do Conde, o Olhanense entrou com o pé esquerdo, sofrendo às mãos do reforço de Inverno do Rio Ave, Velikonja, que se estreou a marcar pelo clube, logo aos 12 minutos. O Olhanense procurou o empate e logo o encontrou, ao minuto 25, através de Lucas. O italiano Dionisi celebrou o 1-2 à passagem do minuto 67, completando a cambalhota no marcador. Houve ainda tempo para a expulsão de Coubronne, dos de Olhão, mas o resultado não sofreu alterações.

No Restelo, o Belenenses ainda madrugou mais na desvantagem: logo aos 2 minutos já o médio Crivellaro celebrava o tento inaugural. Mas quando tudo se encaminhava bem para o Vitória de Guimarães, superior em campo, a expulsão de Malonga, por duplo amarelo, aos 33 minutos, veio desequilibrar os pratos da balança: Deyverson empatou aos 51, e o extremo angolano Fredy fez o 2-1 através de uma grande penalidade cometida por Miguel Rodrigues. O mesmo Fredy aumentou a contagem para 3-1, confirmando o saboroso e crucial triunfo belenense. Deyverson foi expulso nos minutos finais.

Primeira vitória forasteira do Olhanense

Sem vencer há seis jogos, o Olhanense originou, com esta vitória diante do Rio Ave, um feito até agora nunca conseguido nesta temporada: vencer fora de casa.Depois de 26 jornadas disputadas, a formação Algarvia treinada pelo italiano Galderisi foi finalmente capaz de roubar três pontos em território alheio. O clube, que já vai no terceiro treinador esta época (Paulo Alves, Abel Xavier e agora Galderisi), tem-se debatido com muitas dificuldades, tanto desportivas como directivas, e terá pela frente o desafio de se manter no primeiro escalão do futebol nacional, fugindo, por lógica inerência, à míngua financeira que uma despromoção poderá significar.

Duas vitórias consecutivas pela primeira vez na Liga

Também o Belenenses atingiu um feito nesta jornada: pela primeira vez nesta Liga foi capaz de produzir duas vitórias consecutivas, algo que nunca fora equipa suficiente para levar a cabo. A juntar a esta (3-1) os homens da Cruz de Cristo possuem outra, na semana passada, diante do Gil Vicente, pela vantagem mínima (golo de Miguel Rosa). Seis pontos conquistados em duas jornadas, um quarto de todos os pontos averbados pela formação até ao momento: Lito Vidigal, treinador que substituiu Marco Paulo (adjunto de Van der Gaag) merece crédito pela remontada pontual da equipa belenense.