Numa fase final na qual a cada semana se encontra mais próximo o final da época, o Benfica continua a caminhar para um rol de sucessos no seu escalão de Juniores ao encontrar-se em condições de conquistar o Nacional do escalão, e até disputou a Liga dos Campeões desse escalão etário, a UEFA Youth Cup.

Benfica impulsionou-se pela liderança do Nacional de Juniores – faltava a afirmação europeia

No que ao Campeonato Nacional diz respeito, as águias somam já três vitórias de forma consecutiva, tendo nas últimas jornadas derrotado o rival FC Porto por 1-0 para em seguida deslocar-se ao terreno do Leixões para vencer por 4-1 antes de voltar a casa para levar de vencida o Vitória de Guimarães.Dias mais tarde, chegava a UEFA Youth Cup e uma meia-final frente ao Real Madrid na qual a equipa pôde exibir aos adeptos do futebol europeu a qualidade e potencial do seu conjunto, surpreendendo com a facilidade da goleada imposta aos ‘merengues’, 4-0, e assim marcando lugar na final da prova ante o também espanhol Barcelona.

A ficha de jogo desses dois encontros pouco ou nada diferenciava em relação à realidade do Campeonato Nacional de Juniores e a disputa da Fase Final, e a qualidade demonstrada pelos encarnados deixava expectativas bem positivas para o encontro ante a formação catalã, inclusivamente a vincada esperança de que o título europeu era mesmo possível. Tal como diante do Real Madrid, as águias sub-19 contaram com forte apoio nas bancadas, mas a entrada não foi a esperada para o representante lusitano face ao golo inaugural para o Barça, apontado aos oito minutos pelo defesa central Rodrigo Tarin na recarga a uma defesa incompleta do guarda-redes Thierry Graça.

Em desvantagem, o Benfica conseguiu reagir e obrigar o guarda-redes do Barcelona a atenções redobradas

A resposta do Benfica, todavia, foi imediata, tendo aos 12 minutos a águia conquistado mesmo uma grande penalidade por Rochinha, no entanto desperdiçada em seguida por Romário Baldé, que atirou à trave. A situação de desvantagem não desmoralizava o Benfica, que aos 28 minutos voltou a criar perigo desta feita por aquele que tem sido talvez a grande revelação da Fase Final da UEFA Youth Cup, que dias antes da prova afirmava que “a minha inspiração foi o meu padrinho, que era jogador de futebol” - Nuno Santos, que obrigou o guardião Fabrice Ondoa a defesa apertada.

«Seria bom ter uma referência na Europa, mesmo ao nível júnior,» dizia por altura da meia-final o ex-jogador Ricardo Esteves. No entanto, o segundo tento do Barcelona, aos 32 minutos, tornava este desejo pouco menos do que uma miragem, mérito da parceria entre o extremo Adama Traoré, que ultrapassou em finta vários dos defensores encarnados, um total de três, e o ponta-de-lança Munir El Haddadi, que ao não desperdiçar a oportunidade reforçou a sua condição de melhor marcador da prova.

Chegada a segunda parte, o Benfica procurou fazer face ao prejuízo, sem grande organização, como se pôde constatar pelo remate desconchavado de Gonçalo Guedes a partir de uma posição distante aos 48 minutos, mas de qualquer forma com grande espírito de luta que conduzia a mais oportunidades como um cabeceamento perigoso de Estrela aos 53 minutos.

Eficaz Barça sentenciou o jogo num grande golo apontado nos minutos finais

Treze minutos depois, os jovens encarnados voltaram a estar perto de reduzir, num cabeceamento do central João Nunes que saiu junto ao poste esquerdo da baliza catalã, que voltou a estar em perigo aos 70 minutos num livre directo cobrado por Rochinha, que no entanto atirou ao lado. Alguns minutos volvidos foi Gonçalo Guedes quem voltou a tentar a sua sorte, esbarrando porém na atenção do camaronês Ondoa, aos 75 minutos, e atirando ao lado três minutos depois, dando início a um aumento de pressão que culminou no lançamento do ponta-de-lança João Gomes nos minutos finais.



Ainda assim, quem marcou foi mesmo o Barcelona, e de forma espectacular por parte do melhor homem em campo, El Haddadi, que bisou com um pontapé desferido a partir do seu meio-campo, contornando o adiantado Thierry Graça momentos antes de ser substituído para receber os aplausos do público, dando lugar ao também talentoso Maxi Rolón. Poucos segundos depois, terminava um encontro marcado pela ineficácia benfiquista contraposta à enorme precisão do Barça, o que não invalida a excelente prestação rubricada pela equipa lusa na competição que tem reservado rasgados elogios, tecidos mesmo por responsáveis do próprio Benfica.

«Tenho de deixar uma palavra ao Armando Jorge Carneiro e aos treinadores da formação do Benfica, que grande trabalho estão a fazer,» afirmou recentemente o vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, numa declaração que será partilhada pelos adeptos do futebol de formação português, que poderão contar com um futuro brilhante proporcionado por vários dos elementos que compõem esta geração.

Fotos: GETTY IMAGES

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