Ultrapassada que esteve a possibilidade de festejar o título com uma perda de pontos do rival Sporting no terreno do Belenenses, o Benfica tem à sua disposição uma oportunidade de celebrar de forma perfeita, mais concretamente num Estádio da Luz completamente repleto perante um Olhanense que qualitativamente parece o adversário ideal para servir de ‘convidado’ para a festa de campeonato para os encarnados.

Última etapa do percurso

O desafio perante o Olhanense constitui talvez a última etapa de um percurso seguro que se terá iniciado numa série de encontros que se previam mais complicados para os encarnados cujo ponto de partida terá sido a deslocação ao terreno do Belenenses. Após esse triunfo, a época era mesmo de definições para o clube da Luz que depois encontrava «o Estoril e depois o Nacional – ganhar estes jogos seria muito importante pois poderia clarificar as contas do título.» Não poderia estar mais correcta esta análise do comentador Mário Fernando, uma das vozes entre as várias que sublinhou a importância da deslocação à Choupana, muito pelo facto de “o Nacional ser uma equipa defensivamente constante,” como definiu a antiga glória benfiquista António Simões.

Com um golo conseguido com alguma sorte face ao vento que condicionava o encontro, apontado por Ezequiel Garay, a juntar a mais três tentos, o Benfica venceu na Madeira com mérito, marcando para Braga a seguinte deslocação vista como difícil e acima de tudo decisiva e «determinante para a época do Benfica,» como estabelecia o jornalista Paulo Curado. Seguia-se a recepção ao incómodo Rio Ave, frente ao qual a resposta foi inquestionável e foi possível dedicar um resultado gordo ao malogrado adepto que faleceu em plena Luz enquanto assistia ao jogo que deu novamente a conhecer uma águia dominadora perante um opositor que «jogou com todo o profissionalismo mas não conseguiu estancar o volume ofensivo da equipa do Benfica,» como adiantava na altura o jornalista Paulo Garcia.

«Foi uma grande exibição do Benfica contra o Rio Ave, uma das melhores desta temporada,» acrescentou o comentador Rui Santos depois da prestação que talvez mais demonstrou que a prioridade da turma benfiquista passava mesmo pela Liga.

Liga: a prioridade das prioridades

«É difícil nesta fase da temporada em apostar-se nesta ou naquela competição», considerou por seu turno o treinador Domingos Paciência. No entanto, parece evidente que a Liga é mesmo a ‘menina dos olhos’ de uma equipa que desta feita terá ‘apenas’ de ultrapassar o oponente que viaja desde o Algarve com um onze titular cujas alterações deverão ser meramente cirúrgicas e que não deverão passar pela baliza. Nesse lugar alinhará Artur Moraes, até pelo facto de Jan Oblak se encontrar ainda afastado de competição. Na defesa, a lateral direita será confiada a Maxi Pereira, a atravessar um muito interessante momento de forma, ao passo que na esquerda Guilherme Siqueira, que acusa algum desgaste físico e psicológico, não será opção face a castigo federativo, pelo que alinhará o hiperpolivalente André Almeida.

O português alinhará como titular numa posição à qual também se adapta; quanto ao eixo, este deverá manter a dupla entre o nuclear Ezequiel Garay e o ‘reserva de luxo’ Jardel face às limitações físicas que também afectam Luisão. No que concerne ao miolo, Jorge Jesus pouco ou nada terá a alterar a um sector que respondeu na perfeição a meio da semana, pelo que será de esperar a continuidade de André Gomes, o homem do jogo frente ao FC Porto, junto ao titularíssimo Enzo Perez, assim como o dono da ala esquerda deverá mesmo ser Nico Gaitán. Quanto à direita, quem tem Eduardo Salvio e Lazar Markovic para o mesmo lugar terá necessariamente de ter dúvidas…

Entre o argentino e o sérvio, um deles servirá de ‘muleta’ a um ataque que tem vindo a gerir a utilização de Lima para não descurar a sua forma física e que não tem tido em Cardozo um habitual titular, ao passo que Rodrigo parece indispensável.

Para além destes nomes, porque não juntar Filip Djuricic à equação, tendo em conta que oferece também qualidade indesmentível e poderia ‘acasalar’ na perfeição numa eventual dupla com Rodrigo? De qualquer forma, qualquer um destes nomes colocará o Olhanense em cuidados…

Deslocação a Olhão foi difícil

Na décima terceira jornada, o Benfica desceu até Olhão para enfrentar a formação algarvia: Femi abriu as hostilidades logo aos 7 minutos, deixando o Benfica zonzo de surpresa. O empate surgiu através da cabeça de Lima, mas o médio Paulo Regula (indisponível para a partida de hoje) voltou a colocar os de Olhão na frente com um tiro certeiro. Matic devolveu o acto, empatando com um igualmente potente remate de longe. Sulejmani decidiu a partida.

Olhanense deseperado por pontos

A equipa de Olhão está na última posição, desesperada por pontos: apenas 21 pontos e a extrema necessidade de somar os suficientes para fugir à quase condenação final da despromoção. Para que tal não aconteça, os comandados pelo italiano Galderisi precisam de acumular todos os pontos que consigam: depois das derrotas de Paços de Ferreira e de Belenenses, uma vitória (ainda que estóica e surpreendente) na Luz poderia dar ao Olhanense uma sólida esperança na manutenção, facto que permitiria aos de Olhão igualar a turma do Restelo (24 pontos) e ultrapassar os pacenses (23 pontos).

A lista de indisponíveis ainda é extensa: Kroldrup, Coubronne, Paulo Regula, castigados, e Paulo Sérgio, lesionado. De regresso aos eleitos estão Murilo, Pelé, Jander e Vítor Bastos.

Onzes prováveis