O FC Porto entrou no Estádio Pierre-Mauroy com o estatuto de favorito, isto apesar da ideia contrária defendida por Lopetegui. Contudo o onze apresentado pelo treinador espanhol parecia mostrar algumas cautelas; com Quaresma no banco, as alas estiveram entregues a Brahimi e Óliver, enquanto que no miolo Casemiro, Herrera e Rúben Neves, pareciam mostrar um dragão a privilegiar a posse de bola e o povoamento da zona intermediária.

Do outro lado estava um Lille que, apesar de jogar em casa, apresentou-se muito retraído, apresentando um meio campo de tendência mais defensiva, e deixando as despesas do ataque a Origi e Salomon Kalou.

Uma miragem chamada baliza

Os minutos iniciais foram de estudo e respeito mútuo, com as equipas a partilharem a posse e a iniciativa de jogo. Contudo o FC Porto não demorou a tomar conta da partida, fazendo-se valer do seu meio-campo mais povoado e da dinâmica de Brahimi e Óliver, que baralhavam as marcações com as constantes alternâncias de flanco.

A primeira aparição de uma baliza surgiu pelos 12 minutos quando o jovem Rúben Neves recebeu a bola na meia direita e aqueceu as luvas de Enyeama. Já o Lille jogava na expectativa, procurando o erro do adversário para aproveitar a velocidade da sua dupla atacante. (foto:uefa.com)

Os minutos passavam e o jogo no Pierre-Mauroy era pobre, os franceses pareciam não ter fio de jogo, apostando no passe longo e directo quando tinha algum espaço, pondo de parte qualquer intenção de construir o seu futebol.

Já os dragões continuavam a dominar (70% de posse de bola aos 35 minutos), mas não mostravam capacidade de penetrar com frequência as zonas mais recuadas de uma equipa da casa que não afastava as suas linhas, bem organizadas no seu meio-campo. A primeira ameaça dos gauleses chegou apenas a dez minutos do intervalo, um remate frontal de Corchia que saiu perto do poste da baliza de Fabiano, um mero espectador até àquela altura. (foto:uefa.com)

E foi nos pés de Corchia que esteve a melhor oportunidade do jogo; boa jogada na esquerda do ataque gaulês e o ex-jogador do Sochaux, na cara de Fabiano, a atirar por cima. Terminava assim uma primeira parte com pouco atrevimento ofensivo e muitos passes falhados.

Entra Tello, sai um golo

A segunda parte começou na mesma toada, o azuis-e-brancos continuavam com o domínio e iniciativa da partida, mas agora deparavam-se com um Lille mais estendido no campo; tal posicionamento permitia aos dragões chegarem mais frequentemente junto da grande área gaulesa, mas sem nunca criar grandes embaraços ao adversário.

Contudo o golo acabou por chegar à passagem do quarto-de-hora; bom trabalho de Rúben Neves (o melhor em campo) a abrir para o recém-entrado Christian Tello na direita, o extremo a cruzar para Jackson que cabeceou para grande defesa de Enyeama, contudo Herrera estava atento e surgiu para a recarga e para o primeiro da partida.

René Girard não perdeu tempo e fez entrar o jovem luso-brasileiro Marcos Lopes e mais tarde o cabo-verdiando Ryan Mendes, aumentando assim a propensão ofensiva da equipa. A partir do golo portista os papéis inverteram-se na partida; o Lille assumiu a despesas do jogo, balanceando-se mais para o ataque, já o Porto passou a jogar na expectativa, procurando aproveitar o adiantamento do adversário para ameaçar a baliza gaulesa. (foto:uefa.com)

A diferença nesta mudança de comportamentos esteve,por um lado na solidez e segurança demonstrada pelos dragões na gestão da posse de bola e do resultado, e por outro na inconsequência total do ataque do Lille; com efeito, os lances de bola parada eram o único caminho que os franceses encontravam para chegar perto da baliza de Fabiano. Apesar disso, os azuis-e-brancos não se livraram de dois sustos: uma falha de Fabiano que largou um livre de Corchia, e um lance dentro da sua grande área já em período de descontos.

O FC Porto sai vencedor do jogo da primeira mão, uma vantagem totalmente justa e que tem todas as possibilidades de ser aumentada na partida da segunda-mão no Estádio do Dragão, algo que conseguirá materializar a grande diferença qualitativa entre as duas equipas. Apesar da proverbial imprevisibilidade do futebol, pode-se dizer que o FC Porto tem um pé na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Pontuações VAVEL

Lille (0) FC Porto (1)

Enyeama 6 Fabiano 6
Kjaer 6 Danilo 6
Basa 6 Indis Martins 6
Béria 5 Maicon 7
Souare 5 Alex Sandro 6
Mavuba 6 Herrera 6
Corchia 6 Casemiro 6
Balmont 4 Rúben Neves 7
Kalou 5 Óliver Torres 6
Gueye 5 Brahimi 7
Origi 6 Jackson 6
Substitutos
Ronny Lopes 6 Tello 7
Ryan Mendes 6 Evandro 6
Roux 5 Quaresma -