O campeão Nacional deslocou-se à Cidade Invicta e bateu o Boavista de Petit por 1-0. O golo foi marcado aos 44 minutos por Eliseu mas o jogo fica marcado pela fraca prestação da equipe Encarnada e pela expulsão de Jorge Jesus ao intervalo.

Primeira parte adormecida

A primeira parte do confronto entre os Axadrezados e as Águias ficou marcado pela falta de qualidade. O Benfica, que entrou com Anderson Talisca no lugar de Enzo Peréz, que estava lesionado, e Franco Jara como segundo avançado, não conseguiu mostrar a superioridade que se esperava. Embora tivesse sempre a bola a maior parte do tempo, foram raras as oportunidades que a equipa das águias teve na primeira parte.

Eliseu chegou a assustar, com um belo remate de meia distância para grande defesa de Dany e Gaitán teve oportunidade magistral para desfazer a igualdade perto da meia hora de jogo mas o guarda redes do Boavista foi superior. No entanto, aos 44 minutos, Eliseu conseguiu marcar o seu primeiro golo com a camisola do Benfica. O internacional português aproveitou uma sobra à entrada da área para desferir um potente remate a 89 km/h que só parou no fundo das redes do Boavista. Estava desfeita a igualdade, mas as dúvidas quanto à prestação dos Campeões persistiam.

O Campeão Nacional demonstrava estar orfão de Enzo Peréz. O internacional sub-20 Brasileiro Talisca andou sempre meio perdido em campo e ficou claro que não está talhado para a posição de número 8. Embora tenha uma técnica acima da média, o Brasileiro falhou muitos passes que podiam comprometer o equilíbrio defensivo da equipa e tentava sair a jogar com bola controlada em zonas interditas do terreno. Ainda para mais os Benfiquistas, estando habituados à intensidade de Enzo Peréz, não conseguem ver em Talisca essa característica.

Para agravar os problemas no meio-campo de Jorge Jesus, Rúben Amorim contraiu uma lesão no joelho direito, o que em princípio deixa o treinador Português apenas com André Almeida e o recém chegado Samaris para ocupar a posição de 6 no Derby com o Sporting.

R.Amorim sofreu uma entorse no joelho direito e está em dúvida para o jogo com o Sporting. (Fonte: Lusa)

Ficou ainda evidente, nesta primeira parte, que Franco Jara tem mais "querer do que poder". A raça, garra e determinação, tão características dos jogadores das Pampas, está bem presente em Jara. No entanto, faltam muitas capacidades técnincas ao jogador e acreditamos que ao introduzir Jara no onze Benfiquista, naquela posição, Jesus acabou também por perder o contributo de Lima, que esteve sempre muito desapoiado no ataque.

Quanto ao Boavista, a imagem transmitida foi aquela que o seu treinador Petit transmitiu quando pisava os relvados da Europa; um jogo muito agressivo e de sacrifício, que tentava mascarar as defeciências técnicas do plantel. Dado os fracos recursos que o ex-Benfica dispõe, o Boavista limitou-se a jogar compacto, com uma linha muito baixa e a tentar as saídas no jogo directo, para Bobo Ser ou Beckeles. No entanto, os fracos recursos técnicos dos jogadores do Boavista, aliados à boa prestação do quarteto defensivo não permitiram que as redes de Artur fossem ameaçadas durante a primeira parte.

Já depois de soar o apito que ditava o fim dos 45 minutos, Jorge Jesus pelo árbitro Marco Ferreira no túnel de acesso aos balneários e travou-se de razões com este último. O juiz da partida ditou a expulsão de Jorge Jesus, naquele que pareceu ser um comportamento infantil do treinador do Benfica. Embora pudesse ter razão (o árbitro tinha cometido uma série de erros durante a primeira parte), não nos parece razoável que o treinador do Benfica seja expulso quando na semana seguinte há um derby na Luz, com o Benfica a defrontar o Sporting. A verdade é que na segunda parte, com Jesus na bancado, a equipa do Boavista foi mais atrevida.

Segunda parte com um Boavista a espreitar o golo

Na segunda parte, o Benfica, que já se sentia "amputado" de Enzo Pérez, pareceu acusar a expulsão de Jorge Jesus. O Boavista acreditou e começou a tentar criar perigo através de combinações entre o meio campo e o ataque e não através de bolas longas para os seus avançados. A equipa de Jesus não conseguiu contrariar o Boavista e foi quase que encostada às cordas durante os primeiros 20 minutos da segunda parte.

À medida que o tempo ia passando, os axadrezados começaram a acusar a falta de preparação física para embates da Primeira Liga mas nem por isso desistiram e deixaram de tentar o golo. O Boavista chegou mesmo a introduzir a bola na baliza de Artur por duas vezes mas com os lances interrompidos por fora-de-jogo.

Pelo meio, Jorge Jesus fez entrar Ola John e tirou Jara e o futebol do Benfica melhorou um pouco, com Gaitán a descair para o meio e a apoiar Lima (parece ser nesta posição que o Argentino consegue expôr toda a sua qualidade). Já perto do final do jogo, quando o Boavista procurava o pressing final, o avançado Bobo foi expulso por desviar a bola com a mão na sequência de um canto do Boavista. A partir de aqui o Boavista já não teve capacidade para se aproximar da área do Benfica e os Encarnados limitaram-se a gerir o tempo que faltava para saírem do Bessa com os 3 pontos.

Depois do apito final, ficou a sensação que as duas equipes estavam satisfeitas. O Boavista provou que vai ser um "osso duro de roer" em casa e tem em Monllor, Tengarrinha e Beckeles alguma qualidade para poder desiquilibrar jogos. O Benfica saiu de um terreno díficil com os 3 pontos e com o melhor arranque da era Jesus (6 pontos em 2 jogos).

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